Roda de conversa com profissionais da classificação de risco de um Pronto-Socorro sobre a PNH
Projeto apresentado à disciplina “Humanização dos Cuidados em Saúde” do Curso de Mestrado Profissional “Ensino em Saúde” da Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA), ministrada pelas docentes Profª. Drª. Danielle Abdel Massih Pio e Profª. Drª. Magali Aparecida Alves de Moraes
Graziele Zamineli de Lima1; Franciele Aparecida Anselmo de Campos2; Isabela de Souza Beraldo3
(1) Aluna regular do programa de Mestrado Profissional “Ensino em Saúde” da FAMEMA, profissão: enfermeira.
(2) Aluna especial da disciplina “Humanização dos Cuidados em Saúde” do Curso de Mestrado Profissional “Ensino em Saúde” da FAMEMA, profissão: enfermeira.
(3) Aluna especial da disciplina “Humanização dos Cuidados em Saúde” do Curso de Mestrado Profissional “Ensino em Saúde” da FAMEMA, profissão: psicóloga.
Implantada em 2003 pelo Ministério da Saúde, a Política Nacional de Humanização (PNH) surge com o intuito de promover o respeito a individualidade e subjetividade nas práticas de atenção à saúde e gestão. Além disso, busca o fortalecimento de práticas interdisciplinares com o apoio das redes de serviços que compõem o Sistema Único de Saúde (SUS). A PNH destaca a importância de propiciar o protagonismo e a autonomia dos usuários por meio de ferramentas como a ambiência e a organização dos espaços (BRASIL, 2004).
Neste contexto, a classificação de risco surge como um dispositivo de extrema importância para o atendimento eficaz em ambientes de urgência e emergência, pois revela a situação em que a pessoa se encontra, classificando do emergente ao menos urgente. Desta forma, o HumanizaSUS em conjunto com o Protocolo de Manchester indica que os serviços de urgência e emergência devem ser divididos em dois eixos, sendo eles: o eixo vermelho, que apresenta risco iminente de morte e o azul, baixo risco (GBCR, 2015; SPAGNUOLO et al., 2017).
Para tanto, o enfermeiro é o profissional que tem maior indicação para classificar os usuários de acordo com o risco à saúde. Por isso, deve ter a capacidade de interpretar os sinais psicológicos, interpessoais e comunicativos do paciente, ou seja, ter um olhar integral ao cuidado (SPAGNUOLO et al., 2017).
Importante salientar que a triagem com classificação de risco, revela-se como uma atividade indispensável para o direcionamento adequado do usuário dentro do serviço. Portanto, deve ser realizada por enfermeiros de forma humanizada, visando a melhor resolutividade na assistência de forma equânime (SPAGNUOLO et al., 2017).
Pensando nisso, surge uma proposta de intervenção com os enfermeiros que atuam na classificação de risco de um pronto-socorro de um hospital geral, localizado no interior paulista sobre a correlação entre PNH e Classificação de Risco. O objetivo desta proposta é realizar uma roda de conversa para despertar reflexões nesses profissionais da classificação de risco, acerca da humanização durante a classificação, além de discutir as barreiras e facilidades identificadas, incentivando a equipe a aplicar os conhecimentos adquiridos no cotidiano. Inicialmente será acordado com a gestão hospitalar as datas, horários, local e material necessário, sendo proposto dois encontros de 1h30min cada. Como disparador da roda de conversa, será utilizado dois vídeos que se complementarão, cujos temas são: “Você conhece o Humaniza SUS?” e “Sistema Manchester de Classificação de Risco”. Após a exibição dos vídeos, iniciaremos as discussões acerca do tema. Ao final da roda de conversa, será realizada a avaliação entre os pares com a intenção de que os profissionais possam expor suas opiniões a respeito da atividade e servir de espaço para que proponham novos temas a serem discutidos de acordo com as possíveis necessidades elencadas.
REFERÊNCIAS:
BRASIL. HumanizaSUS: Política Nacional de Humanização: a humanização como eixo norteador das práticas de atenção e gestão em todas as instâncias do SUS. Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
Grupo Brasileiro de Classificação de Risco. Diretrizes para implementação do Sistema Manchester de Classificação de Risco nos pontos de atenção às urgências e emergências: como implementar o Sistema de Manchester de Classificação de Risco em sua instituição de saúde. 2. ed. [internet]. Belo Horizonte: GBCR, 2015.
Grupo Brasileiro de Classificação de Risco. Sistema Manchester de Classificação de Risco. Youtube, 2021. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=RHlYhULiDFo>. Acesso em 03 jul. 2022.
Liga Acadêmica de Prevenção e Saúde Coletiva. Você conhece o Humaniza SUS? Youtube, 2021. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=7QbEkt5kG-Q>. Acesso em 23 jun. 2022.
SPAGNUOLO, R. S. et al. Percepção dos usuários sobre a triagem com classificação de risco em um serviço de urgência de Cabo Verde. Revista brasileira em promoção da saúde, v. 30, n. 2, p. 249-254, abr./jun 2017.
Por Sérgio Aragaki
Graziele, Franciele e Anselmo,
Muito importante essa proposta ser realizada.
É fundamental lembrar às pessoas que trabalham no local que a humanização é mudança nos modos de trabalhar e de gerir o serviço. Assim, acolhimento e classificação de risco não é algo que só altera e melhora a vida das pessoas usuárias, mas também de quem trabalha no local. E isso tem tido um impacto importante, pois sai-se daquela compreensão que se faz para quem usa o serviço; o trabalho em saúde é também para quem trabalha na saúde.
Além disso, tem se percebido que mudanças na porta de entrada do serviço implica em mudança nos demais setores diretamente envolvidos, pois há pactuações necessárias a serem feitas para que se efetive a humanização da saúde.
AbraSUS!