Roda de Conversa com usuários do Centro Especializado em Reabilitação em Alagoas.
“Atividade da disciplina de Humanização e Formação em Saúde”, do Mestrado Profissional de Ensino na Saúde, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Alagoas.
Discente: Juliana Araújo Menezes
Docentes: Prof. Dr. Sérgio Seiji Aragaki, Profa. Dra. Profa. Dra. Cristina Camelo Azevedo, Ms. Everson Santos Melo, Ms. Luzia M. G. M. Prata.
No dia 30 de maio de 2019, realizamos uma roda de conversa com os usuários e acompanhantes que se encontram em tratamento de reabilitação física em um Centro Especializado em Reabilitação localizado no município de Maceió – Alagoas. Foi feito o convite de forma verbal e participaram 06 usuários e 04 acompanhantes.
Iniciamos com o aquecimento, apresentando a equipe composta por mim e pelas estagiárias de Serviço Social Telma Pereira e Renata Ferreira, apresentamos a proposta da roda de conversa que se trata de um espaço democrático e de diálogo, uma metodologia de aprendizado coletivo, explicando aos mesmos que a roda é inclusiva, no qual eles podem se expressar. Em seguida fizemos a leitura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE, havendo a adesão de todos que estavam presentes no grupo.
Abrimos o espaço de diálogo para que o grupo definisse um tema e foi trazido “As dificuldades de transporte para vir realizar o tratamento e as dificuldades para marcação de consultas com as especialidades médicas”. Também foi negociado o tempo de duração de 40 minutos. Foi dialogado sobre os dois temas.
No desenvolvimento, enquanto facilitadora estimulei que os participantes falassem, colocassem suas inquietações na roda, refletindo sobre as falas. Os participantes relataram suas dificuldades com o transporte em diversos contextos: as condições do transporte ofertado pelos municípios do interior que não atende as particularidades da pessoa com deficiência, as dificuldades financeiras para o custeio do próprio transporte quando se trata de uma pessoa que não possui condições de utilizar o transporte público e a realidade de quem faz uso do transporte público com a Carteira Municipal de Transporte. Sobre os problemas com a marcação de consulta com as especialidades médicas houve relatos sobre a morosidade na marcação pelo sistema público.
Enquanto facilitadora além de estimular a fala, aproveitei para reforçar sobre os direitos dos usuários da saúde, fomentando a participação social, por meio dos conselhos de saúde e das ouvidorias, pois somente exercitando a autonomia e a co-responsabilidade conseguiremos alguma transformação da realidade, valores que permeiam a PNH, que “caminha no sentido da inclusão, nos processos de produção de saúde, dos diferentes agentes implicados nestes processos” (BRASIL, p. 24, 2016).
Encerramos a atividade com o desaquecimento, nesse momento o grupo fez uma avaliação e no geral, todos referiram que gostaram, sugeriram que houvesse um lanche e ficaram de propor novos temas.
A roda de conversa, incialmente causou um estranhamento no grupo, pois esse momento de poder se expressar e dialogar sobre os problemas cotidianos nunca tinha sido oportunizado. Foi interessante que um dos participantes se referia a roda de conversa como uma palestra e outro relato interessante foi o discurso de um participante em perceber que cada um tem sua realidade e que todos enfrentam problemas. Essa atividade possibilitou a reflexão entre os usuários e também possibilitou serem escutados.
Referência:
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. HumanizaSUS: Documento base para gestores e trabalhadores do SUS / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. – 4. ed. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2016.
Por Emilia Alves de Sousa
Olá Juliana,
Excelente iniciativa.
Incluir os usuários, a partir da escuta, é uma importante ferramenta para a construção de corresponsabilidade e vínculos afetivos nos processos de cuidado em saúde.
Parabéns!
AbraSUS
Emília