RODA DE CONVERSA SOBRE ACOLHIMENTO AOS FAMILIARES DURANTE A VISITA EM UMA UTI ADULTO DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
AUTORIA:
Eladja Oliveira Santos de Queiroz – Assistente Social e discente da disciplina de Humanização da Saúde do Mestrado Profissional em Ensino na Saúde da FAMED/UFAL. Trabalha na Unidade Básica de Saúde Dr. José Pimentel Amorim (SMS de Maceió)
Maria de Fátima Conrado Alves – Enfermeira e discente da disciplina de Humanização da Saúde do Mestrado Profissional em Ensino na Saúde da FAMED/UFAL. Trabalha na UTI adulto do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA-AL)
Coordenadores da Disciplina de Humanização da Saúde do MPES-FAMED/UFAL: Profº Dr. Sérgio Seiji Aragaki e a Profª Drª Cristina Camelo de Azevedo
Trabalho realizado em cumprimento de atividades para disciplina de humanização na saúde do MPES-FAMED/UFAL.
No dia 04 de maio do corrente ano, foi realizado uma roda de conversa com os familiares dxs pacientes internadxs na Unidade de Terapia Intensiva Adulto do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA-AL), junto a este momento tivemos a presença de profissionais de enfermagem e psicóloga ( funcionários do hospital ) e estudantes de enfermagem que tem como estágio o cenário da UTI.
A oportunidade da roda permitiu discutirmos com os familiares e os demais presentes, sobre acolhimento e visita aberta, como diretriz e dispositivo da Política Nacional de Humanização (PNH). Momento de compartilhamento e, principalmente, de escuta.
Foi realizado uma explanação sobre o tema acolhimento e visita aberta, em seguida, feito três perguntas norteadoras para a discussão:
Como está sendo visto o acolhimento aos familiares no momento da visita?
Qual a satisfação dos familiares em relação a visita restritiva da UTI?
Como está sendo a compreensão dos familiares em relação ao boletim médico?
Foi relatado uma satisfação em relação ao acolhimento pelos profissionais durante a visita. Frente a visita restritiva, um familiar queixou-se que sempre que chega na hora determinada o seu parente está dormindo e que ela nunca tem a oportunidade de ver o pai acordado, outros, falaram o quanto é de profunda importância o momento da visita e que só nesta hora que eles conseguem acalmar o coração, na hora em que olha para o seu familiar e conseguem tocá-lo. Expressaram também, que uma visita mais flexível seria muito bem vinda.
Em relação ao boletim médico, foi escancarado as angústias pela falta de compreensão, quando a fala é usada em termos técnicos.
Com essa experiência de vivência, reforçamos aqui a importância de um acolhimento iniciando na chegada ao hospital, durante a visita e pós-visita, enfim, em todos os momentos.
O acolhimento é um modo de operar os processos de trabalho em saúde, de forma a atender a todos que procuram os serviços de saúde, ouvindo seus pedidos e assumindo no serviço uma postura capaz de acolher, escutar e dar respostas mais adequadas aos usuários ( PNH, 2010).
Por Emilia Alves de Sousa
Oi Maria de Fátima.
Excelente a escolha do tema para abrir esse debate em roda.
O processo da hospitalização gera muitas expectativas e insegurança na pessoa doente, e não basta autorizar a visita e/ou o acompanhante. É preciso também acolher esses sujeitos com uma ambiência adequada e com escuta qualificada. Pois a preservação do vínculo da família e da rede social é muito importante para a recuperação da pessoa hospitalizada. E a roda de conversa, sem dúvida, é uma ótima oportunidade para dar voz a essas pessoas, para conhecer as suas dúvidas e necessidades. Isto fortalece a autonomia e o protagonismo no tratamento.
Gosto muito deste poema que retrata bem a importância da visita e do acompanhante, e compartilho aqui:
Forte Apelo
Para cuidar de alguém No momento da enfermidade Precisamos do calor De toda a comunidade, Dos amigos, da família, De muita fraternidade Por isso preste atenção Naquilo que vou falar Visita é uma coisa séria Ajuda o doente a curar Faz ele ficar ciente Do que acontece no lar Quando a doença pega Cartilha da PNH Visita Aberta e Direito a Acompanhante 27 Tudo fica diferente: Passamos a ser doente A casa fica distante E tudo o que se fazia A vida muda bastante Parece ficar vazia Ficamos sem paciência E também sem alegria Mas quando, no hospital, Chega a hora da visita Vem um clima diferente E a gente acredita Que tudo vai melhorar, Que a vida vai ser bonita A visita dos parentes E dos amigos distantes Dá força pra levantar Tocar a vida adiante Cartilha da PNH Visita Aberta e Direito a Acompanhante Sentindo que essa presença Nos deixa mais confiantes A gente se sente melhor Dá vontade de comer Falar das coisas da vida Do que cerca o seu viver. Então já não sou só doente Tenho um nome, sou um ser. Tenho um nome, SOU UM SER.. Cartilha da PNH Visita Aberta e Direito a Acompanhante Que não foi caso pensado Outra coisa é o horário Que é sempre muito pouco Pra tanto o que se falar Pra tanto tempo distante Seria muito melhor Que tivesse acompanhante Pra ajudar nos cuidados E pra fazer companhia Vigiar quando preciso Sei que é muita correria Não tem por que dispensar Esse apoio dia-a-dia Digo então pros hospitais Como doente que fui: Visita nunca é demais É força que contribui Pro enfermeiro ou doutor Aliviar minha dor 29 Cartilha da PNH Visita Aberta e Direito a Acompanhante Por fim, quero dizer Reforçando o meu recado: No plantio da semente Deve o chão tá preparado Senão tem um grande risco De nascer atrofiada Meus amigos, meus irmãos Que trabalham na saúde, Preparem o coração, Mudem de atitude, Acolhendo os visitantes De forma ampla, afinal Que os serviços de saúde E toda gente envolvida Possam ser os guardiões E os promotores da vida Adotando a visita Aberta no hospital.
(Cartilha da PNH Visita Aberta e Direito a Acompanhante )