Sala Lilás: serviço do SUS de atenção às mulheres vítimas de violência – documentário da IdeiaSUS
por Katia Machado (Plataforma IdeiaSUS Fiocruz) | Arte: IdeiaSUS
A Plataforma IdeiaSUS Fiocruz e a VideoSaúde Fiocruz acabam de lançar o documentário Sala Lilás, atendimento humanizado no combate às violências. O filme, disponível no canal da VideoSaúde no Youtube na Plataforma de Filmes VideoSaúde Fioflix, retrata o cotidiano de um serviço do Sistema Único de Saúde (SUS), instalado no Hospital Municipal Victor de Souza Breves (HMVSB), em Mangaratiba, na Costa Verde do Rio de Janeiro, batizado por Sala Lilás, que vem ressignificando a vida de mulheres vítimas de todas as formas de violência, por meio de um atendimento humanizado e especializado.
O curta documental vem somar-se à campanha Agosto Lilás, mês de conscientização pelo fim da violência contra as mulheres, com realce para a importância da Lei Maria da Penha (nº 11.340, de 7 de agosto de 2006), referência no combate à violência contra a mulher no Brasil, que completa, neste ano de 2024, 18 anos. Vem corroborar, também, com o Projeto de Lei 561/2023, que obriga a instalação de Salas Lilás em todas as Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher e Núcleos Regionais de Polícia Técnico-Cientifica (PRPTC) dos estados.
Você pode assistir em:
Canal do YouTube da VideoSaúde Distribuidora
Plataforma Fioflix
Mulheres na produção
Elas por elas (da esq. para dir.): as produtoras e diretoras Hanna Carneiro, Juliana Pereira e Irlaine ArrudaO filme retrata, ainda nas primeiras cenas, um assustador cenário da violência de gênero. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada três mulheres ao longo da vida sofre violência física ou sexual provocada pelo parceiro ou violência sexual, por terceiros, o que representa cerca de 736 milhões de mulheres. De acordo com o Instituto DataSenado e o Observatório da Mulher contra a Violência (OMV), três a cada dez brasileiras já foram vítimas de violência doméstica. Ao seu turno, o 18º Dossiê Mulher, produzido pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) do Rio de Janeiro, revela que 43.594 mulheres foram vítimas de violência psicológica em todo o estado em 2023.
O documentário informa, ensina, inspira e, sobretudo, comove, face a histórias marcantes contadas pelas próprias mulheres atendidas na unidade. Quem ao filme assiste se emociona também com relatos envolventes das profissionais de saúde da Sala Lilás, todas imbuídas de sentidos de cuidado, escuta e acolhimento. “Fez-se necessária sensibilidade tanto na comunicação com essas mulheres quanto na forma de representar essas personagens no filme”, relatam Hanna Carneiro, Irlaine Arruda e Juliana Pereira.
Essas três jovens mulheres, que fazem parte da equipe da VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz, foram as responsáveis pelo roteiro, direção, fotografia, direção e arte, ou seja, por toda a produção do curta. “Foi preciso mostrar empatia com toda aquela situação vivida por cada uma delas e, ao mesmo tempo, controlar nossas emoções diante de relatos tão fortes”, contam, realçando também o preparo, a sensibilidade, a delicadeza, o engajamento e o amor das profissionais de saúde. “A Sala Lilás ajuda a transformar a dor em superação e faz com que as vítimas se sintam acolhidas e seguras”, reforçam.
(Foto: Elas por elas: da esquerda para direita, as produtoras e diretoras Hanna Carneiro, Juliana Pereira e Irlaine Arruda)
Cotidiano do trabalho
A Sala Lilás de Mangaratiba conta com atendimento médico — clínico, pediátrico, ginecológico ou mesmo ortopédico —, e uma equipe multiprofissional, formada por psicólogas, enfermeiras e assistentes sociais que acompanha todo o processo de atenção às mulheres, bem como crianças e adolescentes e pessoas LGBTQIA+. A unidade é, também, responsável pelo preenchimento do Boletim de Atendimento Médico, que serve como prova de corpo delito indireto.
Além do conjunto de profissionais capacitadas para o serviço, o projeto conta com uma rede de apoio que inclui secretaria de Segurança Pública, Assistência Social e Saúde, inspirando todo o Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com a enfermeira e responsável técnica pelo espaço, Dulcilene Reis, Mangaratiba foi o primeiro município do país a implantar a Sala Lilás dentro de uma unidade hospitalar.
Em abril deste ano, a iniciativa foi premiada pela 4ª Mostra Estadual de Práticas de Saúde do Rio de Janeiro, realizada pela IdeiaSUS e o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Rio (Cosems-RJ), no campus sede da Fiocruz-RJ. Ela, também, integra o livro Saberes e Práticas de Saúde no Território, que será lançado pela IdeiaSUS e o Cosems-RJ no próximo dia 28 de agosto.
Sala Lilás está registrada no banco de práticas da Plataforma IdeiaSUS, sob o título Plano Institucional no Contexto das Violências: serviço humanizado no hospital e a rede de cuidados, e faz parte da série Vozes da Saúde, as experiências da IdeiaSUS, disponível no canal da IdeiaSUS no Youtube e na Plataforma Fioflix , sob o título Arte Viva – Sala Lilás: serviço humanizado no hospital e a rede de cuidados às violências.
O projeto tema do curta também estará retratado no livro “Saberes e práticas de saúde no território: a parceria entre Cosems RJ e IdeiaSUS Fiocruz no Rio de Janeiro”, a ser lançado no campus da Fiocruz no dia 28 de agosto.
LINKS IMPORTANTES:
Arte Viva – Sala Lilás: serviço humanizado no hospital e a rede de cuidados às violências (Documentário) – https://www.youtube.com/watch?v=MP0CHKZW3PU
IdeiaSUS no Youtube – https://www.youtube.com/@ideiasusfiocruz
Plataforma FioFlix – https://videosaude.icict.fiocruz.br/filmes/sala-lilas-atendimento-humanizado-no-combate-as-violencias/
Plataforma IdeiaSUS – https://ideiasus.fiocruz.br/