Quando uma pessoa pensa em suicídio, ela quer matar a dor, mas nunca a vida. (Augusto Cury)
A cada 45 segundos uma pessoa comete suicídio em todo o mundo, isso equivale a cerca de 1.000.000 de pessoas por ano. O suicídio ocorre quando uma pessoa morre devido a uma autoagressão, que inicia por alguma motivação, ideação de autoextermínio, seguido pelo planejamento do ato, tentativa e, por fim, o óbito. Logo, o ato suicida é considerado um fenômeno humano complexo, universal e representa um grande problema de saúde pública. Porém, é passível de prevenção, por isso destaca-se a importância de estratégias de trabalho com uma abordagem multisetorial abrangente.
Referência: RAMOS, K.A. et al. Prevalência de suicídio e tentativa de suicídio no Brasil. Revista Eletrônica Acervo Saúde. Vol. Sup. 32. Ano 2019. ISSN 2178-2091 DOI: https://doi.org/10.25248/reas.e1244.2019
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9 Comentários
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Olá Elisa,
Bem vinda à Rede HumanizaSUS!
Você traz um tema muito importante para o debate!
Os números do suicídio são assustadores, e discutir o assunto é uma forma de despertar o olhar para esse grave problema de saúde pública, e de estimular uma prevenção mais eficaz.
Existem aqui na rede várias publicações que tratam do assunto, e que dialogam com a sua postagem. Se tiveres interesse, basta pesquisar pelas tags relativas ao tema.
Fiquei interessada de saber mais sobre você, se és trabalhadora da saúde, e qual a sua profissão. Você pode incluir essas informações no seu perfil, ok?
AbraSUS
Emília
Olá Elisa,
Precisamos falar mais profundamente sobre formas de viver dignamente e assim prevenir o suicídio.
O que você acha deste fenômeno do suicídio no contexto da pandemia de COVID-19 pela qual estamos enfrentando mundialmente?
Obrigado por trazer esse assunto para debate em Agosto, afinal é um tema muito importante que deve ser discutido o ano inteiro e não apenas quando entrar Setembro (Amarelo)
AbraSUS
Raphael
Por Debora Batista
Falar sobre o suicídio é um importante momento de reflexão sobre a vida, principalmente em contextos de pandemia da covid-19. Ainda não temos dados que possam validar essa hipótese, mas o sofrimento mental aumenta em isolamento e, consequentemente, as tentativas de suicídio cresceram nesse período turbulento em que estmaos vivendo. Além disseo, estima-se que, para cada suicídio, existem pelo menos dez tentativas suficientemente sérias ao ponto de exigir atenção médica; mais ainda: para cada tentativa de suicídio registrada, existem quatro não conhecidas (Diekstra, 1993).
Em tempos de pandemia, principalmente entre profissionais da saúde que lidam na linha de frente no combate ao vírus, é preciso pensar o cansaço emocional como outra variável preditora do risco de suicídio. Esse dito cansaço emosiconal é caracterizado pela perda de energia, o desgaste, a exaustão e a fadiga, um estado emocional
estritamente relacionado com os componentes depressivos, coerente com o principal componente do Burnout, principalmente ligados ao contextos de mortes associadas diretamente à pandemia em que vivemos.
Trouxe esse olhar sobre o suicídio para que possamos refletir sobre as condições de saúde mental daqueles profissionais próximos a nós e que, muita vezes esquecem de cuidar de si mesmos, para cuidar das pessoas, honrando bravamente o seu juramento.
Abraço a todos!
Por Antonio Vomena
Olá,
Temos vivido dias de muita angústia, vivenciado situações de tristeza que, quando não são nossas, chegam a nós pela vida daqueles que nos rodeiam. Infelizmente este tem sido nosso cotidiano e é esse cotidiano que somado ao isolamento social nos faz adoecer não apenas física mas mentalmente. O efeitos da quarentena na saúde mental e bem estar da população ainda é algo pouco estudado e conhecido, dessa forma faz-se problema importante de saúde pública na medida em que seu desfecho ainda nos é um pouco obscuro.
Trago essa discussão pois um estudo feito em 2018 na Coréia do Sul com foco em avaliar os impactos de MERS causada por vírus da família do coronavírus identificou que o nível de estresse diário e sintomas de estresse pós-traumatico podem ser risco para depressão em pessoas em quarentena. Não apenas isso mas nessas mesmas pessoas fora identificado outros fatores psicológicos como medo, tensão, raiva e desconfiança advindas do isolamento. Noutro estudo realizado com profissionais de saúde durante o período atual de quarentena foi identificado que, acompanhando o medo de infectar e ser infectado, estes profissionais apresentaram sentimentos de raiva, aborrecimento, medo, solidão e tristeza relacionados ao isolamento. (Vasconcelos et al., 2020)
Isso se torna importante e problema de saúde pública à partir do conhecimento de que depressão e outros transtornos mentais são fatores de risco que potencializam a probabilidade do suicídio (Coutinho, 2019) e às esses indivíduos é necessário não apenas medidas de apoio social financeiras, mas também apoio psicológico com vistas à prevenção da morbimortalidade.
Por Antonio Viana de Omena Filho, acd. de Medicina da Universidade Federal de Alagoas.
Por Igor Santiago
Perfeitas colocações, falar sobre suicídio é muito pertinente nesse momento de angústia que vivemos.
Por Viviane Tavares
Boa tarde, Débora e os demais do fórum
Em pleno setembro amarelo, a discussão do suicídio é uma tema muito relevante. É importante sempre relembrar a todos que o suicídio é uma conduta prevenível e que nós, enquanto profissionais da saúde, devemos estar atentos a essa realidade.
Analisando os dados sobre o suicídio, encontramos que, segundo a OPAS/OMS Brasil, 79% dos suicídios no mundo ocorrem em países de baixa e média renda (dado do ano de 2016). Esse dado não pode ser ignorado. É necessário entender os fatores de risco ao suicídio e saber que eles são diversos, complexos e que necessitam de luta para serem modificados.
O texto foi muito feliz ao trazer a citação de Augusto Cury. O suicídio é, realmente, uma manifestação da desesperança extrema. Muitas vezes é, para os pacientes, a única maneira possível para enfrentar as situações que se apresentam. Logo, o indíviduo se vê sem saída e sem apoio, ao não conseguir nem mesmo falar sobre esse tema.
Falar sobre isso, assim como vocês estão fazendo, é um dos pilares para derrotarmos o tabu e o estigma que existem em torno dessa condição. E assim contornarmos os índices tão altos de transtornos de saúde mental da população.
Obrigada pela contribuição!
Por Arthur Sarmento
Um assunto que persiste há tanto tempo na humanidade e ainda, infelizmente, cercado de tabu, principalmente pela sociedade em geral (fora do âmbito da saúde) mas também dentro do cenário de cuidados. Mais importante ainda devido ao cenário atual do Brasil e do mundo que desencadeia muita angústia.
Boa tarde a todos do fórum. Realmente o tema “suicídio” muitas vezes ainda é trazido como tabu e acaba sendo deixado de lado. Entretanto, é imperioso debater este assunto que tanto afeta a humanidade. Olhar este ato como uma tentativa de finalizar a dor em detrimento de uma tentativa de finalizar a vida, é uma forma inteligente de encarar o ato. É fato que muitas pessoas que estão com sofrimento psíquico ou até mesmo físico, tentam de tudo para acabar com tamanho sofrimento. Trazer isso em um debate como este alerta a todos nós de mantermos os olhares em alerta para evitar que os pacientes continuem sofrendo de forma isolada, solitário, sem nenhum amparo. Se todos os pacientes que estiverem enfrentando tais indagações tivessem um apoio adequado da saúde pública, o número de suicídio talvez fosse um pouco menor. Então devemos manter a luta constante para que locais que tenham pouco acesso a psicólogos, psiquiatras, TO passem a ter isso de forma mais acessível e assim possamos abranger mais pacientes que estão em uma luta interna. Parabéns pelo texto e pelo tema.
Por Roberto Rocha Lessa Bomfim Marques
Boa tarde á todos. É fundamental estar atento aos sinais de alerta para o comportamento suicida. Expressão de ideias ou intenções suicidas, isolamento e outros fatores sociais e econômicos como desemprego ou sofrimento no trabalho são alguns desses sinais. Dessa forma, é possível orientar tais indivíduos a procurar ajuda como o centro de valorização a vida ou atendimento com profissional de saúde mental.
A pandemia do COVID-19 tornam o assunto ainda mais relevante na atualidade, visto que essa doença traz sofrimento psíquico tanto em decorrência do isolamento social, quanto pela possibilidade de afetar aqueles que nos cercam.
Outro ponto fundamental é que as doenças psiquiátricas são vistas como tabu na sociedade. Isso se agrava mais quando falamos de suicídio, o que dificulta muito uma discussão adequada sobre o tema. Aqueles contrários à discussão argumentam a possibilidade uma naturalização do suicídio. Nesse sentido, é fundamental abordar esse tema, por mais resistência que haja, para uma maior elucidação sobre o assunto em meio a sociedade.