Websérie Vozes da Saúde, produzida pela VideoSaúde, chega a 100 episódios

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por Katia Machado (Plataforma IdeiaSUS Fiocruz)

Imagem do episódio O cuidador como agente transformador das relações de cuidado e inclusão social nos espaços da cidade. Acervo: IdeiaSUS Fiocruz

A série Vozes da Saúde, as experiências da IdeiaSUS chega a cem relatos sobre as lutas, os desafios, a criatividade e o compromisso de trabalhadores e trabalhadoras do Sistema Único de Saúde (SUS), vindos de todo o país. Os novos episódios — num total de 13 — tratam de temáticas diversas que permeiam o campo da Saúde Pública. Falam sobre saúde ocular nas escolas, benefícios da ozonoterapia no tratamento de doenças crônicas, acolhimento na atenção primária à saúde e necessidade de se oferecer respostas rápidas em meio a desastres naturais.

Algumas experiências se debruçam sobre o campo da saúde mental, com foco nas residências terapêuticas, nas relações de cuidado e inclusão social, na prática da terapia comunitária integrativa, conhecida pela sigla TCI, e na oferta de novos cuidados de saúde mental e atenção psicossocial. Por fim, realçam a saúde da mulher, o trinômio Informação, Educação e Comunicação em Saúde como ferramenta de mudança, a eficiência de uma gestão transparente do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o Samu, e a atuação integrada da Atenção Primária à Saúde e a Vigilância em Saúde no manejo da dengue.

A série é produzido pela Plataforma IdeiaSUS Fiocruz, espaço que concentra cerca de 3.200 experiências desenvolvidas por unidades e trabalhadores da Saúde Pública, em todo Brasil, vinculada à Presidência da Fiocruz, em parceria com a VideoSaúde Fiocruz, refletindo um potente painel de personagens do SUS. Vozes da Saúde conta, ainda, com o apoio da Agência Fiocruz de Notícias (AFN) e da Coordenação de Comunicação Social (CCS) da Fundação. Está disponível no canal da IdeiaSUS Fiocruz no YouTube. Este abriga, também, dez curtas documentais sobre outras potentes experiências de saúde.

A seguir, um resumo de cada episódio. Para assistir, é só clicar sobre o título.

1. Implantação do Programa de Gestão Transparente do Tempo Resposta no Samu 192: uma missão desafiadora

Rodrigo Lages e Paulo Mendes, secretário executivo e coordenador médico do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paraíba, respectivamente, falam sobre a gestão do Samu, sigla de Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, acessado pelo número 192, da qual o Consórcio é responsável. Inaugurado em julho de 2012, hoje o Samu atende toda a região, composta por 12 municípios e com quase um milhão de habitantes. O serviço conta com uma central de regulação, sediada na cidade de Volta Redonda, que aciona as bases descentralizadas das ambulâncias e suas equipes na região.

2. Saúde Mental em Movimento: mais acessos, novos cuidados

O projeto é desenvolvido em Araruama, na baixada litorânea do estado do Rio de Janeiro, cuja população hoje soma cerca de 120 mil pessoas. O relato é feito pela assistente social e coordenadora do Programa de Saúde Mental do município, Selma S. de Bragança Ferreira. Trata-se de uma experiência pautada na atenção psicossocial, que constrói um novo olhar sobre a loucura por meio do diálogo com as comunidades. As equipes vão até os territórios, como fala Selma, “onde a vida acontece”, levando os serviços de saúde mental por vezes desconhecidos pela própria população.

3. Manejo da Dengue: Experiência Multidisciplinar entre Atenção Primária à Saúde e Vigilância em Saúde

O episódio, cuja protagonista é a enfermeira Raiane Carvalho, coordenadora da Atenção Primária à Saúde (APS) de Vassouras, Rio de Janeiro, fala sobre a criação de uma sala de situação para dengue no município, que atualmente conta com 100% de cobertura da APS, formada, por sua vez, por 14 equipes de Saúde da Família e dez unidades básicas de saúde (UBS). A iniciativa surge a partir da previsão de epidemia, da declaração de emergência para a dengue e dos altos índices de infecção pelo vírus. Conta com uma equipe multidisciplinar, orientada pela Atenção Primária e a Vigilância em Saúde.

4. Vigidesastre: resposta rápida intersetorial para o impacto de um desastre ambiental na saúde humana

Irineia Sant’Anna Rosa e Allan Silva Ferreira, diretora de Vigilância em Saúde e coordenador do Programa Vigidesastre de Barra do Piraí, Rio de Janeiro, respectivamente, falam sobre este projeto que busca dar respostas rápidas em meio aos desastres ambientais na cidade. O projeto é motivado pelos vários momentos de inundações e por um grande desastre ambiental que o município enfrentou, em fevereiro deste ano (2024), com deslizamentos e enchentes ao mesmo tempo. O trabalho consiste em realizar diferentes ações de saúde a partir das necessidades informadas pelo corpo de bombeiros, defesa civil e outras instituições envolvidas nos acontecimentos.

5. Contracepção reversível de longa ação na Política de Saúde Feminina: aquisição de todos em Maricá (RJ)

A médica Claudia Rogéria de Lima Souza, diretora de Atenção à Saúde da Fundação Estatal de Saúde de Maricá (Femar), no Rio de Janeiro, fala sobre este projeto que consiste na oferta de dois tipos de implantes hormonais contraceptivos de longa duração: o modelo que é introduzido embaixo da pele por meio de um aplicador descartável, fazendo uso do hormônio etonogestrel; e o intrauterino com o hormônio levonorgestrel. O público-alvo são os adolescentes. Mas os recursos contraceptivos, que têm valores altos de mercado, são oferecidos a todas as mulheres gratuitamente.

6. Zoonoses e vetores na escola: Informação, Educação e Comunicação em Saúde como ferramenta de mudança

O projeto é desenvolvido em Paraíba do Sul, município pioneiro e de maior extensão territorial da Serra Fluminense do estado do Rio de Janeiro, com mais de 42 mil habitantes. O relato é feito pelo biólogo Marcos Paulo Azevedo Mathias, coordenador da Vigilância em Saúde Ambiental. Ele revela que o projeto nasce do entendimento das peculiaridades territoriais do município, que faz fronteira inclusive com Minas Gerais. Envolve as escolas públicas e privadas, um total de 33, ao longo de todo o ano letivo, levando informações inerentes ao campo da Vigilância em Saúde Ambiental.

7. Atuação de equipe volante multidisciplinar de Saúde em resposta a desastre natural

Vitor Cesar Mathias de Menezes, que é agente de saúde comunitário e foi superintendente de Atenção Básica de Mendes, cidade do Centro-Sul do estado do Rio de Janeiro, relata sobre o trabalho que surge frente às fortes chuvas que atingiu a cidade nos últimos anos. O trabalho é desenvolvido por uma equipe multidisciplinar, formada por médicos, psicólogos, enfermeiros e farmacêuticos. Essa equipe contribui também com o desenvolvimento do plano de contingência de desastres da cidade. Esta conta com 12 unidades de Saúde da Família.

8. A Terapia Comunitária Integrativa como inclusão e bem-estar na terceira idade

O episódio traz a auxiliar de enfermagem Vanessa Esch Neves Norberto que fala sobre a experiência de Petrópolis, cidade da região Serrana do Rio de Janeiro. Os trabalhadores envolvidos foram formados como terapeutas comunitários para atuarem no cuidado à saúde mental da população petropolitana. Eles vão a campo em busca ativa das pessoas, identificando as maiores necessidades de cuidado. Conferem que a Terapia Comunitária Integrativa (TCI), prática sistêmica e genuinamente brasileira, criada pelo professor Adalberto Barreto em 1987, contribui, de sobremaneira e especialmente com o bem-estar dos idosos.

9. O cuidador como agente transformador das relações de cuidado e inclusão social nos espaços da cidade

Érica Victório, psicóloga e coordenadora de Saúde Mental de Carmo, município protagonista há mais de 20 anos do fechamento de um hospital psiquiátrico, localizado na região Serrana do Rio de Janeiro, fala sobre a criação de uma rede territorial de atenção e cuidado em saúde mental. Esta conta com Centro de Atenção Psicossocial (Caps) tipo II, que atende prioritariamente pessoas em intenso sofrimento psíquico decorrente de problemas mentais graves e persistentes, 17 residências terapêuticas com 112 moradores e leitos de saúde mental no hospital geral. O projeto está centrado no trabalho do cuidador nas residências terapêuticas, cujo objetivo é promover a inclusão social de seus pacientes e moradores.

10. O novo “habitar” das residências terapêuticas

A assistente social Juliana Campos, coordenadora das residências terapêuticas da Rede de Atenção Psicossocial do SUS de Rio Bonito, município situado na sub-região Leste Fluminense da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, com população estimada em quase 61 mil habitantes, fala sobre as transformações realizadas nas residências terapêuticas. O município conta com três residências, com 26 moradores. O projeto começa em 2021, transformando as unidades em moradias de fato. O trabalho consiste em incentivar os moradores nas atividades domésticas, na vida social, nas atividades do cotidiano. O objetivo é incluí-los na sociedade.

11. “Mas eu não consigo doutor”: grupos dialógicos para a APS Juntos nós podemos

O projeto é desenvolvido pela maior unidade de Saúde da Família do município de Volta Redonda, Rio de Janeiro, cuja população está estimada em cerca de 160 mil habitantes. A unidade tem cinco equipes e cerca de 20 mil pessoas cadastradas, sendo a maioria idosos com doenças crônicas. O relato é feito pela médica da Estratégia Saúde da Família (ESF) Luísa de Carvalho Fiedler. O trabalho focaliza o autocuidado, por meio da educação em saúde e a partir do protagonismo e autonomia dos pacientes.

12. A ozonioterapia no tratamento de doenças crônicas

O relato é feito pelo fisioterapeuta Wellington de Oliveira Lopes, chefe de divisão de reabilitação em Rio Claro, município localizado no Médio Paraíba do estado do Rio de Janeiro, com aproximadamente 18 mil habitantes, uma grande extensão territorial e muitas áreas rurais. O projeto surge após o município se certificar que a fisioterapia convencional não conseguia resolver totalmente as questões das doenças crônicas, uma vez que os pacientes sempre voltavam às unidades de saúde com queixas de dor e dificuldades de movimentos. Diante deste cenário, a Secretaria Municipal de Saúde implanta o projeto, com resultados exitosos. Os pacientes com doenças crônicas, acometidos por dores crônicas, passam por um tratamento de dez semanas de ozonioterapia e são orientados a retornar quatro meses depois.

13. Escala de Snellen: uma ferramenta de avaliação da saúde ocular utilizada pelo PSE

Amanda Monteiro e Maria Aparecida (ou Cida) Barcelos, enfermeira e coordenadora de Ações Programáticas em Saúde e gerente do Programa Saúde na Escola (PSE), respectivamente, no município de Quissamã, localizado no Norte-Fluminense do estado do Rio de Janeiro, cuja população está estimada em 22.393, falam sobre esse trabalho que integra os campos da Saúde e da Educação. A cidade conta com 100% de cobertura de Saúde da Família, uma policlínica e um hospital de pequeno porte. O projeto é aplicado nas escolas mediante a constatação de problemas oculares entre os alunos da Rede de Ensino e Educação. A tabela de Snellen, também conhecida como optótico de Snellen ou escala optométrica de Snellen, foi desenvolvida em 1862 pelo oftalmologista holandês Herman Snellen para testes de acuidade visual básica.

 

Links importantes:

Vozes da Saúde, as experiências da IdeiaSUShttps://www.youtube.com/playlist?list=PL1yK9pFOLvkhkqawFia9YUlLxUdQf3c_T

Canal do Youtube do IdeiaSUShttps://www.youtube.com/channel/UCg-FkuMP21gyx3pjfEW65hA

Plataforma IdeiaSUShttps://ideiasus.fiocruz.br/

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