Copa do Mundo e Hospitais: A Torcida do Hospital das Clínicas em São Paulo

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Do meu ponto de vista é saudável quando rompemos paradigmas que sinalizem par a manutenção de normas que perderam ou nunca tiveram real sentido. Os hospitais, em sua maioria, sempre viveram a ditadura do branco e uma obsessão pela assepsia que muitas vezes beirava um zelo psicopatológico. Aliás, não são estas sempre as virtuais resistência quando se tenta implantar dispositivos como a "visita aberta"? Vozes entoam o mantra de que muitos visitantes trarão as terríveis infecções hospitalares. E, pelo menos no início, não adianta ficar brandindo estudos científicos que provem o contrário posto que a norma está atrelada ao espírito como a carapaça de um molusco no penhasco a beira mar

 

Assim, os hospitais são praticamente instituições totais, com um conjunto de normas e valores que geram processos de trabalho e subjetividades que só possuem sentido para aquele espaço. Mas, e quando o mundo inteiro parece funcionar numa lógica diferente? E quando as subjetividades aparentemente dóceis às normas "inquestionáveis", de repente, ensaiam uma mudança coletiva?

 

Tem sido assim em muitos lugares com o desenvolvimento da copa do mundo. Óbvio dizer que se os serviços ficam comprometidos em sua qualidade porque as pessoas não tiram os olhos da TV, isso não pode ser aceito de forma alguma pois "comprometimento da qualidade" é um eufemismo para o comprometimento da vida.

 

Mas hoje em dia pcecisamos de espaços institucionais mais porosos a vida que acontece lá fora. E isso tem se refletido na prórpria arquitetura hospitalar com a ruptura do paradigma de cores, com a abertura de janelas e espaços para a luz, pela busca de transparência de estruturas e vidros que seja reflexo estético da transparência de gestos e atitudes. Um hospital não é uma prisão, por isso, pode ter praça. escola, lojas, enfim, ele pode pulsar de vida urbana.

 

Neste sentido, que fantástico que a copa do mundo possa "invadir" os espaços hospitalares, com direito a torcida e manifestações afetivas de alegria e frustração, até porque, não é só o Dunga que murmura seus palavrões. A notícia abaixo fala de como o Hospital das Clínicas em São Paulo tem vivido a copa do mundo.

 

Antes de ser uma conduta alienante, pode der uma brecha interessante para que possamos colocar em análise e perspectiva novos modos de fazer até porque torcer para o Brasil num hospital muda as rotinas, muda as formas de se trabalhar. Se podemos fazer isso em tempo de copa do mundo, então podemos mudar nossos modos de fazer a qualquer hora, basta que pensemos na "seleção dos usuários" mesclada com a "seleção dos trabalhadores". Esse sim é um time campeão!

 

Notícia pode ser acessada em:

 

https://copadomundo.uol.com.br/2010/ultimas-noticias/2010/06/28/no-hospital-das-clinicas-torcedor-so-nao-pode-assoprar-vuvuzela.jhtm