EXERCITANDO O ACOLHIMENTO

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23/04/2009

A quem cabe o acolhimento?

A aqueles que estão capacitados para fazê-lo, naturalmente.

Como médico do PSF na ativa há alguns anos, percebo que há um grande despreparo de quase todos, para acolher aqueles que precisam de todos nós Dona Candida, moradora da localidade quilombola Uruçu, zona rural do município de Traipu-Alagoas. Ela é usuária do PSF da Mumbaça, cuja UBS fica a tres km de sua moradia. Atendê-la perto de sua casa no Uruçu, em uma escola da localidade, nos remete à questão do acolhimento. À nossa UBS, ela certamente não vai!trabalhadores da saúde.

Se o "capital humano" é despreparado em geral para o mister do acolhimento, o que não dizer da infraestrutura física das nossas unidades de saúde, muitas delas verdadeiras "casas de pombo", inadequadas em suas recepções e em suas salas de espera.

No entanto, nada de desanimar. Como médico, tenho tomado a frente do acolhimento na UBS onde atualmente trabalho.

Tenho tentado eleger critérios, que possam nortear minha ação no lidar com nossa clientela.

Não vou agora listar estes critérios, por asoluta falta de tempo, mas, na medida do possível, acho que tenho me saído bem, naquilo que eu chamo de acolhimento.

Gostaria no entanto, que no médio ou no curto prazo, pudesse ter na minha UBS, uma equipe de recepção, de funcionários ou de voluntários, que pudesse exercer o papel que ora venho fazendo, na verdade, com muito prazer.

Também gostaria que nossos gestores municipais pudessem re-desenhar nossa UBS, levando em conta que, antes de consultar, vacinar, emitir um atestado ou distribuir um anti-concepcional, é preciso acolher de modo respeitável e cidadão, o cliente nosso de cada dia.

2 Comentários

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Por Emilia Alves de Sousa 
Oi Bruno,

Inicialmente, parabéns pelo compromisso e 
preocupação com o acolhimento no seu trabalho!

Respondendo a sua indagação, o acolhimento é antes
de tudo, uma mudança de postura que implica numa
nova forma de olhar, de ouvir, de atender o cliente.
Não tem hora, lugar e ou profissional para acontecer.
Portanto, ele cabe a todos, em todos os lugares e em
todos os momentos do atendimento.
Infelizmente, nos nossos espaços de saúde, ainda
existe uma concepção fragmentada e pontual do
acolhimento. O acolhimento sendo entendido apenas
como uma etapa da atenção e especificamente, na
porta de entrada.
Entretanto cabe a nós, profissionais mais politizados,
produzir essa mudança.
No nosso hospital, temos puxado essa discussão em
roda, com as equipes de trabalho. No coletivo, com o
envolvimento e a participação democrática de todos,
as mudanças se processam de forma mais positiva.
Um grande abraço!!!
Emília - Apoiadora institucional da PNH.
Por Sonia Mara de Fatima Ferreira

 Colega o acolhimento é de todos, que maravilha seu relato acho que é o primeiro médico que realiza o acolhimento. Concordo com todo seu relato em questão da âmbiencia, seus gestores e usuários devem se orgulhar muito de ti, é o PSF atravessando barreiras e realmente  exercendo sua função na comunidade, vamos envolver o restante da equipe o que achas? Apresentar a PNH para envolver todo este coletivo.