Seminário Atuando em Rede na Atenção à Pessoa em situação de Violência em Blumenau 30 09 2013

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A abertura do evento iniciou-se com uma mesa de autoridades, após a execução do hino nacional pela Banda da Escola Anita Garibaldi. Dentre as autoridades o Vice Prefeito Jovino Cardoso, a Promotora Pública Maristela Nascimento Idalêncio, a Secretária de Educação Elenice Luchetta e a Secretária de Saúde Maria Regina Soar. Em sua fala a Promotora Pública destacou a importância do trabalho em rede, uma vez que reconhece que só a lei não é capaz de dar conta da solução do problema da violência. O que foi reiterado pela Educação e Saúde destacando- se a necessidade de fortalecimento da conexão entre as diversas instituições envolvidas.

Na conferência Trabalho em Rede na Perspectiva da Integralidade de Luiz Henrique Beust, destacou a ideia da unidade na diversidade para que se efetive o trabalho em rede.

Trazendo exemplos da luz branca que é formada por muitas cores, a galáxia que é composta de muitos corpos celestes e do ecossistema que se preserva justamente pela riqueza da diversidade. O palestrante define o trabalho em rede como a unidade na diversidade e que pode ser exemplificado pela orquestra e sua possibilidade de produção de uma sinfonia com multiplicidade de instrumentos, de músicos, seus talentos, pela disciplina pessoal, dedicação e também pelo respeito ao maestro, prazer de mostrar seu talento e a alegria de receber o reconhecimento social.

Seguindo nesta ideia da importância da diversidade traz a imagem que não bastam as equipes multissetoriais por si só, é necessário que isto se efetive na ação, em aberto,  trabalho rico que envolva afetividade e conhecimento.
Mas esta realidade não é tranquila, há conflitos nesta diversidade . Porém se houver uma base ética nesta relação a violência não se concretiza. Base está que esta calcado no respeito a diferença do outro.

Em seguida Lenilson Luis da Silva do Movimento Cisne Negro de Blumenau https://movimentocisnenegro.blogspot.com.br/ e Kelly Vieira da ADEH https://adehdireitoshumanos.wordpress.com/sobre/ falaram do racismo e da homofobia como valores que permeiam as estatísticas de violência na sociedade em geral.O racismo invisível, a segregação social são causadores de violência .

Dar visibilidade a estas questões provoca o enfrentamento e constrói a não violência. A ideia é dialogar com os outros para tentar minimizar o preconceito e construir relações horizontais.

No período vespertino uma mesa nos trouxe Reflexões sobre a Violência na Infância e Juventude com a fala de Cristina Lessa Horta , professora da PUC de Porto Alegre RS e Luiz Henrique Beust consultor na área de educação. Desde o conceito de violência, passando por quem pratica a violência e em qual contexto esta ação acontece, os debatedores apresentam estatísticas preocupantes, mas diante de tudo isso afirmam que é possível dar maior evidência aos fatores de proteção calcados em educação, saúde e justiça. assim, o diagnóstico precoce de situações de violência, alterações de comportamento das vítimas que são atentamente identificadas podem evitar grandes males e a repetição destas ações pelos agressores. No entanto, temos que preparar adequadamente as instituições no sentido de não revitimizar os que já sofreram com a violência, seja por falta de acolhimento ou por voltarem a se confrontar com um agressor agora sabedor da denúncia.

Ao final enfatizaram a formação dos profissionais como um ponto altamente relevante para este enfrentamento. Além disso, no momento do debate trouxemos a  tona a Política Nacional de Humanização como uma política pública na saúde que preconiza em seu método a inclusão dos diferentes sujeitos envolvidos e de respeito a diversidade existente nos mais diversos setores da vida.

Patrícia S C Silva