Dra. Zeneide Alves de Souza – MACAPÁ-AP – Voluntariado da Amazônia

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Prezados Senhores(as),
 
 
            Apresentaremos no segundo seminário de humanização o tema: o voluntariado na Amazônia como ferramenta da redução de acidentes graves, localização e encaminhamento  para cirurgias reparadoras em crianças vítimas de escalpelamento por eixo de motor de barco, lábio leporino e queimaduras graves na Amazônia, descritos no site www.voluntariadoamazonia.rg3.net
 
A exclusão em todos os seus aspectos econômicos, sociais e culturais é um freio do crescimento de uma sociedade.
O que podemos esperar da falta de inclusão economico-social e cultural de nosso País, se não a proliferação do atraso no desenvolvimento e suas conseqüências já conhecidas, tais como: a miséria globalizada gerada pelo desemprego e a incerteza, que alimentam o desnorteamento da pessoa humana que é levada a enveredar por caminhos nocivos a sí mesmo e à sociedade em geral.
Diante dessa visão, projetamos caminhos e possibilidades de minimizar os efeitos nefastos desse desajuste social.
O crescimento econômico e a valorização socio-cultural grupal será a resposta que a nós parece viável, para a solução de todos os problemas e a minimização do sofrimento das classes menos favorecidas.
A idéia de voluntariado na Amazônia é, ao nosso ver promissora, em especial no campo da valorização pelo sentimento coletivo de ação, na busca de caminhos associativos para o encontro de uma nova realidade, e de uma nova sociedade da qual sejamos todos construtores com a força da solidariedade na busca da paz, que edifica um mundo mais justo.
O exemplo que nos vem do Continente Europeu, principalmente, é a grande luz que nos leva a acreditar que a idéia de voluntariado, embora não tão nova, mas que ressurge agora com força revitalizadora de antigas idéias, que tem como expoente máximo a doutrina social cristã e passa pelos movimentos cooperativos que acalentaram o mundo, desde 1844 em Manchester,  cidade da Inglaterra onde surgiu a primeira instituição deste gênero.
Os efeitos das organizações humanitárias durante a Segunda Guerra Mundial e nos pós-guerra, destacando-se a Cruz Vermelha Internacional e os movimentos de solidariedade das organizações religiosas, provam que o voluntariado é uma força extraordinária que deve ser levada em conta na busca de um mundo mais justo, que alcance principalmente a gerações do futuro, bem como a do presente, eliminando-se os efeitos perversos da marginalização da pessoa humana, que degrada a todos sem exceção.
O avanço da violência que atinge a todos, indiscriminadamente, deve ser uma preocupação continuada, e a mudança desse panorama aterrador poderá ser conseguida com a união de todos numa ação voluntária dirigida, coordenada bem como tendo o apoio de instituições governamentais ou privadas, isto porque a violência e marginalização não interessa a maioria, mas talvez a uma minoria, que se nutre dos efeitos maléficos desse descontrole social.
Em resumo, estas idéias acalentam um pensamento que poderá produzir resultados altamente promissores à Amazônia, com a sua imensa área de riquezas das mais diversas, onde destaca-se a biodiversidade. O ecossistema não deve permanecer sendo monitorado somente por forças ou organizações que nem sempre tem ações claras e transparentes para o interesse da sociedade brasileira e amazonida.
As últimas conquistas científicas no campo das ciências médicas e farmacêuticas, apontam para a nossa região como o maior banco de germoplasma do planeta e como uma das últimas fronteiras naturais do globo terrestre.
Esta consciência nos leva a construir a imagem de navegantes deste planeta água, que tem poucos salva-vidas disponíveis no caso de naufrágio, estes salva-vidas representam as potencialidades de riquezas naturais que ainda possuímos, mas que em grande parte vêm sendo atacada de forma irresponsável por forças sem muita vinculação com a causa da Amazônia e do Brasil.
A maravilha da comunicação moderna e a consciência que ela nos trás, não nos permite o estado de inércia diante de tantos desafios. É com esta visão que somos levados a acreditar que a ação voluntária em busca da paz e da igualdade entre os homens, a defesa do meio ambiente, a proteção da vida na terra, a defesa dos valores éticos e culturais, como quer a Constituição Federal Brasileira, é que proclamamos à todos os homens livres e comprometidos com esta ética universal a unirem-se em defesa da vida e dos valores inerentes a pessoa humana.
A formação, valorização, encaminhamento e suporte ao voluntariado da Amazônia em busca destes objetivos fundamentais, em defesa dos valores legalmente protegidos, são nossos objetivos.
Finalmente, acreditamos que esta mensagem possa ser entendida e acatada por todos e confiamos concretamente que agora iniciamos a caminhada na estrada do crescimento econômico, social e cultural acelerando o acesso à cidadania e em defesa do bem comum na construção de uma nova humanidade, pelo menos, na Amazônia, a última fronteira onde a vida ainda pode respirar em sua plenitude.
muito obrigado
idealização: Cláudio Cavalcante da Silva