APS NAS RAS

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As Redes de Atenção à Saúde (RAS) são arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas que, integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado (Ministério da Saúde, 2010 – portaria nº 4.279, de 30/12/2010).

A implementação das RAS aponta para uma maior eficácia na produção de saúde, melhoria na eficiência da gestão do sistema de saúde no espaço regional, e contribui para o avanço do processo de efetivação do SUS. A transição entre o ideário de um sistema integrado de saúde conformado em redes e a sua concretização passam pela construção permanente nos territórios, que permita conhecer o real valor de uma proposta de inovação na organização e na gestão do sistema de saúde. Neste contexto, é essencial que as equipes de atenção primária de saúde estejam organizadas e operando da melhor forma possível,  e isso significa que, para haver, a real substituição do modelo de saúde hegemônico pelo modelo de redes integradas de saúde é imprescindivel, entre outros, a organização dos processos de trabalho, de modo que a atenção passe a ser integral, multiprofissional e interdisciplinar. 

As atuais equipes de saúde ainda têm como base práticas fragmentadas, hierarquizadas, individualizadas, superespecializadas, medicalizadoras e médico centradas, necessitando urgentemente de mudanças estruturais. Estes modos de produzir saúde, tendem a minimizar a fragmentação da atenção, promove a continuidade do cuidado, a integralidade da atenção e aumenta a eficiência de recursos.

Para reorganizar as práticas de saúde tem-se como regra que as equipes coordenem o cuidado nas RAS que deve ser estimulado em nível local, tornando assim possível  acompanhar o usuário durante todo o fluxo dentro do sistema de saúde até que sua necessidade seja sanada. Para tanto é importante que os profissionais de saúde estejam aptos a adotarem individual e conjuntamente práticas diferentes do modelo biomédico e que elas estejam fundamentadas das diretrizes da APS e das RAS. 

O estabelecimento da APS como centro de comunicação das redes de atenção requer profissionais tecnicamente competentes, comprometidos, em quantitativo suficiente e capazes de organizarem seus processos de trabalho em equipe, de forma que promovam a territorialização, adscrição da clientela, o acolhimento, o vínculo, a responsabilização, a integralidade e a resolutividade

da atenção.

As práticas de saúde devem estar centradas nas necessidades do usuário e em seu cuidado, e não mais em procedimentos e especificidades profissionais. A presença de profissionais com diferentes formações, que se articulam e compartilham ações e desenvolvem processos interdisciplinares, colabora para a ampliação da capacidade de cuidado de toda a equipe, facilitando a gestão do cuidado integral do usuário e a coordenação das RAS.