O Bastardo dentro de nós

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O Bastardo dentro de nós
Prosas transgressoras com Nilton Bonder
Elaine Perez
 
Que mudem os espaços, arrastem as mobílias,
ampliem os territórios!
Transformar o estreito em amplo é
arrastar montanhas e exaurido,
perdido, temeroso de si mesmo, perceber
que nada mudou.
O legado dos antepassados,
deixam rastros inquietos de constante
construções e desconstruções de identidades.
Movimento iniciático de traição, desobediência
ao que nos impomos ou introjetamos
como nosso, ao imutável.
Romper padrões é fundir extremos,
animal moral e alma imoral.
A mediocridade, é o cabresto da “suposta” segurança
do correto sem o bom, ou do bom sem o correto.
Vida acampada que insiste em não reconhecer o mar aberto
a ser transposto.
A perversidade habita a alma acampada.
Tola presença empacada.
Transpor o mar é encarar nossa perversidade,
a partir da busca de fazer o bem.
Fazer-se bem!
O perverso dos que dormem pelo
cansaço da lida intermitente na
busca de novos “bons” e novos “corretos”,
é nada preocupante frente
os nefasto dano dos tolos acordados ,
vociferando seus discursos, vazios,
de detentores da moral, 
dos bons costumes.
Controladores de potência.
Senhores do poder que despotencializa.
Ironia da vida…
O aparente “incorreto” no julgamento
das falas ocas,
ao fluir em movimentos do humano,
marginal,
bastardo! 
Redesenha constantemente o “bom”,
E possibilita o surgimento do novo “correto”.
Metamorfose transformadora da realidade profana
em sagrada.