A SAÚDE DO/A TRABALHADOR/A TERCEIRIZADO/A NUMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA DE ENSINO

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No mês de julho foi realizado uma Roda de Conversa com profissionais terceirizadas/os sobre saúde no ambiente, processos e relações de trabalho, de um Instituto Federal de Educação.  A proposta de desenvolvimento dessa atividade foi construída na disciplina “Humanização na Saúde”, do mestrado de Ensino na Saúde da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Alagoas.

Durante a Roda de Conversa as/os profissionais compartilharam como se sentem em seus ambientes de trabalho. Dentre as questões surgidas, as/os participantes afirmaram que o Campus dispõe de uma estrutura física que garante o desenvolvimento das atividades laborais de forma satisfatória: disponibiliza EPIs, sala de descanso, materiais de trabalho adequados e etc. No entanto, alegaram que as relações de trabalho interferem na forma como elas/es se sentem na instituição. Afirmaram que não se sentem valorizados pelas/os estudantes e pelas/os demais servidoras/es, sentem-se invisibilizados e, muitas vezes, inferiorizadas/os. As/os profissionais relataram que sentem que as/os demais servidoras/es e as/os estudante não valorizam o trabalho que elas/es desenvolvem por tratar-se de serviço de limpeza, manutenção, recepção, dentre outros. Segundo as/os profissionais, tal questão, muitas vezes, expressa-se na forma de tratamento das demais pessoas para com elas/es e no lugar em que elas/es são posicionados.

Outra questão levantada pelas/os profissionais refere-se à preocupação com a política de cortes do atual governo federal, o que já ocasionou demissão de profissionais terceirizadas/os no Instituto. Essa isntabilidade e insegurança política provoca estresse e incertezas para elas e eles.

As/os profissionais afirmaram que se sentiram valorizadas/os no momento da Roda de Conversa, pois tiveram espaço de fala, puderam falar “como elas/es sentem-se na instituição” e sugeriram que esta ação fosse contínua. Essas falas refletem a importância de ações desse carater nos ambientes de trabalho, seja no contexto da saúde, educação e etc. A Política Nacional de Humanização pode contribuir para a reflexão de como podemos transformar ambientes e relações de trabalho por meio da valorização do/a trabalhador/a, da construção de espaços de diálogos, relações horizontais e participação coletiva. Esses podem perpassar o contexto da saúde e se inserir no campo da educação a fim de contribuir para a promoção da saúde dos/as trabalhadores/as.