Debatendo idéias: Realizando a construção de sentido
A Emília Alves de Sousa comentou um dos meus posts sobre a autorização dada pelo STF para cobranças de serviços médicos exclusivos e acomodações de hotelaria hospitalar diferenciada.
Ao final ela faz uma observação sobre minha hipótese de padrão das interações na RHS. Como penso que a aflição dela pode ser a de outros leitores, reproduzo aqui a minha resposta a observação da Emília.
Espero estar seguindo a linha indicada pelo Ricardo Teixeira de buscar a definição do problema do "Brasil" para entender as ações reacionárias contra o SUS. Estamos caminhando por uma trilha em que a questão de fundo essencial é a da igualdade.
A formação e o Sentido do Brasil teorizada por Darcy Ribeiro em "O povo brasileiro" tem me ajudado a entender o impacto da constituição de 1988 e das reações a sociedade mais igualitária efetivada pelo SUS.
No exemplo que dei sobre um dos meus artigos mais lido aqui na RHS, ressaltei que ele dizia respeito a um segmento de interesse dentro da equipe multidisciplinar de saúde. Cada apoiador parece tender a se agrupar em termos de temas de interesse local relacionados a PNH.
Ou seja, temos de saber se realmente há uma agenda nacional de defesa do SUS que esteja de acordo com os tempos pós-Lula que já estão se chegando.
Então leiam minha meu diálogo com a Emília em:
redehumanizasus.net/node/10282
Abaixo reproduzo minha resposta:
As pesquisas sobre a RHS estão sendo realizadas. O trabalho da Lilian obteve qualificação como de extrema relevância, como nos informa a consultora Simone Paulon.
Explicando a questão que eu levantei. Ela diz respeito a uma hipótese já comprovada em outras redes sociais e bastante aceitas na comunidade de analistas dos fenômenos sociais. Não se trata de um juízo de valor, mas sim de um juízo de fato. Não fiz nenhuma crítica ao Ricardo ou aos demais consultores nacionais da PNH. Ressaltei o fato de que são eles que nos põe em contato. Eu e você, neste caso, Emília e todos os demais leitores de cada post.
Nós, seres humanos, temos uma capacidade limitada de tratar um conjunto muito amplo de relações, pois nossa capacidade de absorver perspectivas é dada pela quantidade de pessoas com que conseguimos manter relações de diálogo. Daí a necessidade de recorrermos a diversificação de nossos contatos interpessoais.
Todo nós temos um círculo próximo de relações profissionais, afetivas, entre outras. E nos utilizamos de pessoas que acessem conexões em vários grupos como o nosso.
Assim podemos construir uma compreensão coletiva, um consenso a respeito dos problemas coletivos e tratá-los em uma agenda política de disputa de sentido que nos ajude, nesta crise específica do SUS, mas também nos demais problemas.
Então o que tu leste como uma crítica era, na minha intenção, um reconhecimento ao papel indispensável dos consultores nacionais da PNH. Um reconhecimento e um elogio.
Obrigado pela observação que me permite dialogar com vários apoiadores que possam ter concordado contigo sem ter explicitado a posição como tu fizeste, Emília.
Um abraço!