Qualificação das maternidades completa um semestre com avaliação das ações

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O Plano de Qualificação das Maternidades da Amazônia Legal e Nordeste teve suas atividades avaliadas nos dias 08 e 09 de julho em Brasília – DF. As áreas da Secretaria de Atenção à Saúde (SAS) que participam do plano estiveram presentes, bem como as seis supervisoras e  os 21 apoiadores que atuam nas 26 maternidades selecionadas e convidados da Secretaria de Vigilância em Saúde.

                         

Só no primeiro semestre, foram realizadas mais de 500 atividades entre reuniões, rodas, oficinas, cursos, seminários e palestras, sempre acompanhadas e avaliadas com base nas metas estabelecidas para cada maternidade.

 

As maternidades foram selecionadas com base em critérios como as taxas de mortalidade infantil, realização de mais de mil partos por ano, presença de UTI neonatal, localização estratégica e pelo fato de serem um serviço de referência para o alto risco no estado. Anualmente, os partos nessas maternidades selecionadas totalizam mais de cem mil.

 
O Plano faz parte do Pacto pela Redução da Mortalidade Infantil e Materna e é uma iniciativa da SAS sob a responsabilidade da Política Nacional de Humanização e das áreas técnicas de Saúde da Mulher e Saúde da Criança, que atuam de forma integrada, cada uma ofertando ferramentas teóricas e técnicas para qualificação das maternidades e consequente  redução da mortalidade infantil e materna.  A Diretoria de Articulação de Redes de Atenção, o Departamento de Atenção Básica e o Departamento de Atenção Especializada também tem papel fundamental na execução do Plano.

 
Desde janeiro, os  supervisores e apoiadores tem fomentado diversas ações nas maternidades, de forma que as gestantes sejam vinculadas a equipes de referência da atenção básica, garantindo o local para o parto e evitando a peregrinação da mulher. Outra novidade que vem sendo implementada é o  acolhimento com classificação de risco para que as gestantes com  maior vulnerabilidade sejam atendidas com prioridade. A garantia de acompanhante desde a internação, com adequação dos espaços do serviço de saúde tem sido buscada, já que a lei do acompanhante foi regulamentada em 2005, porém até hoje nem todas as maternidades asseguram esse direito da mulher e do bebê.

 
A pediatra  e supervisora do Plano, Sônia Lansky afirma que o projeto reaviva a discussão sobre as maternidades e ajuda no fortalecimento da gestão local para a implantação da rede perinatal.  “É fundamental facilitar o acesso da gestante. ” afirma .

 
De acordo com o coordenador da Política Nacional de Humanização Dário Pasche, o Plano é a tradução de novos valores éticos e políticos no trabalho em saúde, como a valorização dos direitos dos usuários, a cogestão, o acolhimento à gestante e sua família e o compartilhamento de responsabilidades entre os serviços de saúde locais através do trabalho em rede. “É um trabalho inovador, e esperamos que as maternidades qualifiquem seu cuidado à mulher e ao recém nascido respeitando preceitos técnicos e éticos, ampliando a satisfação dos trabalhadores e que isso reflita na melhoria dos indicadores” avalia ele.

 
 “Além de dar atenção qualificada à gestante e sua família, capacitamos os trabalhadores da saúde das maternidades para mudança em seus processos de trabalho” afirma a coordenadora da área da saúde da criança, Elza Regina Guigliani. Entre as atividades de qualificação estão as visitas técnicas e mini-estágios que aconteceram no primeiro semestre de 2010 e o curso de Suporte Avançado de Vida em Obstetrícia,  conhecido pela sigla em inglês ALSO (Advanced LIfe Support in Obstetrics).   Previsto para o segundo semestre, o ALSO é uma capacitação sobre cuidado em situações de emergência,  que será ofertado pelo Ministério a cerca de 450 profissionais das  26 maternidades.

 

Para a coordenadora da Saúde da Mulher Thereza Delamare, o Plano é o reconhecimento de que a atenção à mulher é fundamental para que se tenham indicadores mais favoráveis, como diminuição do número de cesáreas e de óbitos neonatais, e para o cumprimento da melhoria do atendimento humanizado. “ É preciso levar às últimas conseqüências o direito à vida, pois o parto é um momento em que qualquer serviço precisa estar 100% preparado. É um cidadão brasileiro que nasce e esse evento deve acontecer nas melhores condições possíveis” afirma  Delamare.

 

De acordo com o coordenador da SAS para as ações do  Pacto pela Redução da Mortalidade Infantil, José Luis Telles, haverá início da segunda etapa do Plano, quando, ao invés de expandir  o número de maternidades , serão ampliadas as ações nas 26 selecionadas. "É preciso fortalecer as iniciativas em curso para que modifiquem seu modus operandi e sirvam de modelo, potencializando o que já tem sido feito. A continuidade do trabalho não será ameaçada com as alterações de governo já que há recursos para as atividades até setembro de 2011." finaliza Telles.  

Esta notícia é parte do Boletim SAS no Plano, informativo on-line da Secretaria de Atenção à Saúde, do Ministério da Saúde, produzido pela Política Nacional de Humanização e Núcleo de Comunicação da SAS.