Mudança de atitude que faz a diferença

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O Plano de Qualificação das Maternidades e Redes Perinatais da Amazônia Legal e Nordeste tem mudado a realidade das 26 maternidades selecionadas a partir de ações que envolvem as diretrizes da Política Nacional de Humanização. O Hospital Maternidade Dona Regina,  em Palmas – TO, por exemplo, já permite desde maio o  acompanhamento integral das pacientes internadas para realizar parto.  Antes, o acompanhante só era permitido após o parto.   “Agora o esposo, familiar ou amigo que a gestante escolher é recebido por um técnico da equipe multiprofissional do hospital que lhe dá toda a orientação de como se comportar dentro do ambiente hospitalar ” afirma  o médico e diretor  do hospital, Paulo Lázaro.

No segundo semestre de 2010, os leitos serão individualizados, para dar privacidade às parturientes e possibilitar a presença do acompanhante do sexo masculino”, completa a apoiadora  Goiamara Borges dos Santos Rodrigues.A paciente Adriana Aparecida Cardoso, 30 anos, deu a luz ao seu quarto filho logo que esse dispositivo foi implantado, acompanhada pela amiga Cristiane Gomes e afirma que isso lhe deu tranqüilidade e segurança. “Muitas vezes o profissional de saúde não tem tempo de atender às nossas angústias. A presença de um acompanhante me tranqüilizou, foi uma experiência muito importante”, ressalta Adriana.

 

Acompanhantes na UTI neonatal

Cogestão, visita aberta e ouvidoria
A Maternidade Barbara Eliodora, em Rio Branco – AC, também tem experimentado profundas mudanças. Foi formado um colegiado gestor para democratizar as decisões na instituição, com participação dos trabalhadores, que tem se reunido quinzenalmente para aprofundamento dos conceitos sobre processo de trabalho e construção de espaços coletivos de debate.  A estrutura física da maternidade vem sendo modificada há dois anos, mas só agora, com o Plano de Qualificação, há  discussão para adequação do espaço e mudança no processo de trabalho, para aumentar a qualidade do serviço. “A mulher é a dona do seu pré-parto, parto e pós-parto e o Plano veio nos orientar no resgate e aplicação dos conceitos e práticas de parto humanizado”  afirma a apoiadora Gerlívia Maia.

 
A maternidade Nossa Senhora de Nazaré, em Boa Vista – RR, tem experimentado duas novidades, a partir do Plano. Uma é a implantação da visita aberta, que ampliou o  horário de visita, de uma para sete horas diárias. Além disso, desde abril vem funcionando a ouvidoria desta maternidade, aumentando a participação e o controle social dos usuários e suas famílias.

 
Cuidado em rede
No estado da Paraíba, desde abril acontece o Fórum Estadual de Atenção Humanizada. Uma vez por mês representantes da rede de saúde se reúnem para discutir e garantir o cuidado em rede para a gestante e o recém nascido. Esses encontros possibilitam  que se conheça a realidade das maternidades,  e se promova a  integração e construção de uma rede de atenção, com pactuações com a atenção básica para que a gestante faça o pré-natal na atenção básica ciente de qual maternidade está vinculada e onde vai fazer o seu parto. “ O acolhimento da gestante é uma questão ética, legal e de urgência. A gestante não pode peregrinar, deve ser vinculada a uma maternidade que acolha seu parto. Para isso, precisamos implantar uma rede perinatal que sincronize as atividades da atenção básica e maternidades. ” afirma a supervisora Sonia Lansky.

 
Em junho foram articulados também fóruns regionais no estado e está se pactuando a implantação de inovações como a cogestão, direito ao acompanhante, visita aberta e acolhimento com classificação de risco, além da vinculação da gestante à maternidade. As maternidades estão construindo um quadro de indicadores básicos de avaliação de seu perfil para uma reflexão crítica sobre a sua atuação e os desafios a serem enfrentados, tema da próxima reunião do Fórum da Paraíba.

 
E por falar em rede…

Os prematuros da Maternidade Evangelina Rosa, em Teresina – PI estão recebendo cuidado em rede. Para que se sintam mais acolhidos e seguros, sem risco de quedas, eles são colocados em redes de tecido dentro das incubadoras. “A equipe tem abraçado as ações do plano de qualificação com criatividade”, afirma a  psicóloga e apoiadora Soraya de Albuquerque. Foi produzida também uma cartilha para os pais sobre a função da UTI para a recuperação dos prematuros, para que tenham um acompanhamento mais ativo de seus bebês.

Aguarde! Em breve, novidades de outras instituições que fazem parte do  Plano de Qualificação das Maternidades e Redes Perinatais da Amazônia Legal e Nordeste.

Esta notícia é parte do Boletim SAS no Plano, informativo on-line da Secretaria de Atenção à Saúde, do Ministério da Saúde, produzido pela Política Nacional de Humanização e Núcleo de Comunicação da SAS.