Entrevista – “Plano de qualificação das maternidades é iniciativa vanguardista”
O Plano de Qualificação das Maternidades e Redes Perinatais faz parte do Pacto pela Redução da Mortalidade Infantil e Materna na Amazônia Legal e Nordeste, compromisso do Ministério da Saúde que é coordenado pelo assessor especial Adson França. Nesta entrevista, ele afirma que o plano é vanguardista e destaca a importância do parto humanizado.
1- Qual a importância do Plano de Qualificação das Maternidades?
O Plano é imprescindível pois a qualificação do parto é condição básica para o enfrentamento da mortalidade infantil e materna. O plano é vanguardista, o apoio às maternidades é realizado em acordo com os gestores e ele demonstra um salto de qualidade histórico para o Ministério da Saúde. Ao longo dos anos, importantes seminários de qualificação de profissionais de saúde foram realizados, bem como trabalhos de atualização e aperfeiçoamento através do Telesaúde, dentre outras ações, mas faltava um plano que trabalhasse a maternidade de forma global, qualificando os profissionais, discutindo a gestão do trabalho para garantir o parto humanizado, debatendo a relação entre a maternidade e a rede de saúde, a Atenção básica, por exemplo.
2- O que se espera do Plano de Qualificação?
O plano inaugura atividades que podem irradiar ações para outras maternidades e gerar efeito multiplicador na rede de saúde. Ele se apoia em diretrizes e práticas consolidadas, e em serviços de referência que possibilitam que os trabalhadores dessas maternidades vençam preconceitos e possam mudar o acolhimento e assistência à gestante a partir do contato com realidades com baixas taxas de óbito neonatal e materno. Ele busca muito, por exemplo, a valorização do parto natural, e qualifica os profissionais para que usem o parto cirúrgico/cesariana só com indicações precisas e com o mais elevado rigor científico. O parto cirúrgico salva vidas se indicado corretamente, mas não pode ser de acordo com a conveniência do médico.
3- Qual a sua avaliação das atividades já realizadas?
Este é um movimento sem volta e faz parte de um processo que faz com que os profissionais trabalhem com visão multiprofissional, articulados em rede, com fluxos de trabalho definidos de forma democrática. É um salto de qualidade dos processos que vem sendo desenvolvidos pelo Ministério da Saúde desde 2004, com os primeiros seminários para o pacto de redução da mortalidade infantil, com base na Política Naciona de Humanização e seus marcos referenciais. O foco das ações é muito positivo, e já temos retorno de satisfação dos profissionais da ponta nessas maternidades que estão sendo assistidas. Esperamos a sensibilização dos gestores municipais e estaduais para aprofundar a implementação de todas as estratégias.