PROCONVIVE – projeto de implementação de ambiente de convivência num CAPS infantil

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Hericka 25/10/2010

 Olá pessoal!

é a primeira vez que ando por aqui. Conheci o site numa palestra no curso de saúde coletiva da UFRGS, aliás muito bem conduzida pelo André Luis, mestrando em psicologIa social também na UFRGS.

Achei bacana poder compartilhar com todos vocês uma experiência bem sucedida que viemos tendo na cidade de Santa Maria, RS. Como professora da universidade lá (UFSM), junto com um grupo de alunos brilhantes, montamos no ano passado (2009) um projeto em parceria com o CAPS infantil da cidade, com o objetivo de melhorar o ambiente terapêutico. Havia já um estágio em psicologia e a partir dele surgiu a inserção maior de alunos da psicologia num projeto de implementação de um ambiente terapêutico. Esse projeto passou a denominar-se PROCONVIVE, sendo caracterizado por pesquisa e extensão, e foi beneficiado com o edital PPSUS em 2009, registrado sob o número de processo 0900982.

Falo deste trabalho com muita alegria e satisfação, por vários motivos:

– a partir dele obtivemos verba para incrementar os espaços do capsi para as crianças

– obtivemos verba para auxiliar na formação dos profissionais técnicos

– contribuímos para a formação ampliada dos alunos de psicologia que fazem parte, através de ações globais, integrais, pensando na criança com sofrimento psíquico, sua familia, e os seus técnicos de referência

O grupo do PROCONVIVE hoje é formado por mim, pelos técnicos do capsi, por mestrandas de psicologia e alunos de graduação, todas pessoas absolutamente engajadas com o trabalho de tornar melhor o dia-a-dia de todos os que frequentam o caps. Sabemos que não é uma tarefa nem fácil nem romântica, mas é extremamente bonita. Faz com que todos repensem suas próprias posturas frente ao sofrimento mental, frente às pessoas, frente à sua formação, frente à vida. 

Em novo post farei aqui menção aos meus companheiros nessa jornada!

 

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2 Comentários

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Por Maria Luiza Carrilho Sardenberg

 Oi Hericka,

Você poderia nos falar mais de como estão pensando o trabalho com as crianças?

Poderíamos abrir um forum de conversações sobre o sofrimento psiquico na infância.

abraço

Iza

equipe de cuidadores da RHS

    Por Hericka

     Olá Maria Luiza!

    Olha, vou te contar como as coisas estão acontecendo: quando chegamos lá, havia apenas o atendimento ambulatorial, de psicologia e de psiquiatria. A psicologia com a clínica quase que tradicional, e haviam também oficinas e grupos isolados.

    Com a idéia do projeto, continua o atendimento clínica que já acontecia, com os técnicos locais e também com estagiários, mas para crianças com esse perfil. E essas crianças também teria que se inserir em outras atividades, ou seja, participar mais da vida diária do caps.

    O projeto consiste basicamente no trabalho com o ambiente, com as crianças que estão pelo caps, através da proposição de atividades em grupo, com um aluno dirigindo ou até mesmo de um olhar individual quando se julga necessário. Todas as atividades que acontecem sejam elas as mais simples como futebol ou como oficinas de criação têm o intuito de trabalhar questões como fronteiras, continência, e realmente dirigir um olhar a essas crianças, pensando em confirmação e comunicação, entendo essas questões como básicas para a saúde mental infantil. Utilizamos muito o referencial teórico de Winnicott, e nas supervisões, que são semanais, discutimos o fazer e também o saber por detrás do que foi feito. Muitas vezes os alunos têm a impressão de que estão "só brincando" e quando compreendemos o fundamento desse brincar, vão fortalecendo o entendimento de que a saúde mental da criança depende em muito do seu ambiente para o desenvolvimento. O que ansiamos em fazer é tornar o caps um lugar de existência saudável para as crianças, onde elas possam EXISTIR e assim prevenir ou mesmo reverter quadros de gravidade.

    Falei bastante. Te respondi??!!

    Acho ótimo montarmos um fórum sim!

    ficamos em contato [email protected]

    um abraço!