Sair da rotina qualifica a relação entre profissionais de saúde, usuárias e suas famílias
Alternativas ao parto tradicional e rotineiro podem melhorar os indicadores perinatais das maternidades e redes de saúde
Parto verticalizado
Um banquinho ou uma barra para que a gestante se apóie na posição de cócoras, e a sensibilização dos profissionais de saúde. Isso basta para se iniciar o parto verticalizado, uma boa prática da humanização do parto que possibilita um contato singular entre a mãe e o bebê em seu primeiro momento de vida. Entre as vantagens dessa alternativa, para a qual a gravidade também está a favor, estão o menor tempo de trabalho de parto, contrações uterinas mais eficazes, mais liberdade de movimento para mãe, maior abertura do canal do parto e menor dor. A obstetra Esther Vilela afirma que a mulher se sente mais protagonista do parto “ Há uma inversão simbólica, e mais facilidade de interação entre mãe e bebê”, afirma ela que é supervisora no Plano de Qualificação das Maternidades. Além disso, o parto verticalizado diminui também o risco de asfixia perinatal.
A Maternidade Escola Januário Cicco, tem adotado essa prática desde junho e até agora todas as gestantes que quiseram, puderam optar por essa alternativa. Quem é a responsável pelos partos verticalizados é a enfermeira obstetra Nívea Jerônimo, que afirma como a adoção desta boa prática do parto aumentou a rotatividade na maternidade. Segundo ela,como o tempo do parto e pós-parto é menor, a mulher recebe alta mais cedo e libera vaga para outra. No início do ano, antes da implementação do parto verticalizado, a média de partos chegava a 350 por mês, enquanto que atualmente ela ultrapassa 600 partos. “A mulher pode escolher se quer ter o filho de cócoras, na cadeira, na banqueta auxiliar ou em quatro apoios. Não agüento ver mulher presa ao leito. Quando explico as alternativas, elas estranham, mas a medida em que sentem dor, preferem o parto vertical,” afirma ela, que tem repassado essa alternativa aos residentes e estudantes de mestrado e doutorado que passam pela maternidade escola, formando profissionais comprometidos com as boas práticas.
Doulas comunitárias
Aquela que serve a outra mulher. Esse é o significado da palavra de origem grega, doula. Nas maternidades, a doula acolhe e acompanha as mulheres na hora do parto, dando apoio emocional e incentivo não só às gestantes mas também a seus familiares. Antes, durante e depois do parto, pois ela auxilia também na interação entre mãe e bebê e na prática de amamentação. No Maranhão, a Maternidade Marly Sarney e o Hospital universitário investiram no trabalho com as doulas após o Plano de Qualificação. No Piauí, a Maternidade Evangelina Rosa também tem alterado a rotina do hospital com essa importante presença.
Aquela que serve a outra mulher. Esse é o significado da palavra de origem grega, doula. Nas maternidades, a doula acolhe e acompanha as mulheres na hora do parto, dando apoio emocional e incentivo não só às gestantes mas também a seus familiares. Antes, durante e depois do parto, pois ela auxilia também na interação entre mãe e bebê e na prática de amamentação. No Maranhão, a Maternidade Marly Sarney e o Hospital universitário investiram no trabalho com as doulas após o Plano de Qualificação. No Piauí, a Maternidade Evangelina Rosa também tem alterado a rotina do hospital com essa importante presença.
Aquela que serve a outra mulher. Esse é o significado da palavra de origem grega, doula. Nas maternidades, a doula acolhe e acompanha as mulheres na hora do parto, dando apoio emocional e incentivo não só às gestantes mas também a seus familiares. Antes, durante e depois do parto, pois ela auxilia também na interação entre mãe e bebê e na prática de amamentação. No Maranhão, a Maternidade Marly Sarney e o Hospital universitário investiram no trabalho com as doulas após o Plano de Qualificação. No Piauí, a Maternidade Evangelina Rosa também tem alterado a rotina do hospital com essa importante presença.
Para a coordenadora do projeto Doulas comunitárias, do Hospital Sofia Feldman, Julia Cristina do Amaral, a doula precisa ser capacitada e entender o seu papel, que é diferente dos demais da equipe de saúde. “Ela não vai ocupar o lugar da equipe técnica, mas estar ao lado para escutar, transmitir à equipe as necessidades da mulher, com nível de satisfação maior, elas exercem o controle social” afirma. E confirma isso a doula comunitária Maria Mazarelo, que atua nesse hospital “A mulher precisa se sentir segura, o saber da doula é um saber de experiência de vida da mulher. Mas eu não substituo a família”, afirma ela.
A prática das doulas comunitárias por muito tempo foi esquecida e agora vem sendo retomada, inclusive na Conferência Internacional de Humanização do Parto e Nascimento, haverá o Encontro Nacional e Internacional de Doulas. Para saber mais, acesse o site da Conferência https://www.conferenciarehuna2010.com.br/apresentacao/index.php, que acontece no fim de novembro.
Método canguru
Sabe aquela idéia de que o recém-nascido de baixo peso deve ficar isolado, todo o tempo na incubadora, sem qualquer contato com seu família? É um mito que cai por terra a partir da prática do método canguru. Desde 1999 existe a Norma de atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixopeso – que implica em contato pele a pele precoce entre a mãe e o recém-nascido de baixo peso, pelo tempo que ambos acharem prazeroso e suficiente. Esse método faz com que os pais participem mais dos cuidados de seu recém nascido. O contato vai evoluindo até que a criança fique na posição canguru (bebê na vertical contra o peito da mãe, pai ou outro familiar) . Isso aprimora o atendimento ao recém nascido de baixo peso e sua família. Após o Plano de Qualificação das Maternidades 22 já foram capacitadas pelo Ministério da Saúde, que envia dois consultores para avaliar a maternidade e ministrar o curso de formação dos profissionais que serão multiplicadores nos estados, e vão capacitar as equipes.
A Maternidade Santa Helena, em Cuiabá – MT, possui a primeira UTI neonatal do estado a receber o curso, que aconteceu no fim de setembro e formou 20 profissionais que atuam dentro da UTI neonatal. Com 40 horas semanais, o curso é dividido em etapa teórica e prática e estimula também o reflexo de sucção ao peito, necessário para o aleitamento, além de garantir acesso aos cuidados especializados ao recém-nascido em risco.
De acordo com a pediatra da secretaria estadual de saúde, Regina Coeli, esse contato estabelece maior segurança, incentivo ao aleitamento materno e melhor desenvolvimento da criança. “Com o aumento do vínculo do recém-nascido com a mãe ou outro familiar, ocorre uma diminuição do tempo de permanência dessa criança na UTI, diminuindo as chances de infecção hospitalar, alem de contribuir para o maior contato entre o recém-nascido e os familiares”, finaliza.