Melhores ações em Sáude Mental
Sou acadêmica de Psicologia e aluna do professor Douglas Casarotto e vim até aqui para comentar sobre o trabalho “Ações de saúde mental no Programa Saúde da Familia: confluências e dissonâncias das práticas com os princípios das reformas psiquiátrica e sanitária” de Mônica Nunes, Vládia Jamile Jucá e Carla Pedra Branca Valentim.
Este estudo investigou a atuação de quatro equipes de saúde da família na cidade de Salvador, Bahia, com o propósito de compreender como os profissionais da saúde interpretam o sofrimento mental e como desenvolvem suas intervenções no contexto do Programa Saúde da Família (PSF) para reduzir este sofrimento.
Porém o resultado mais significativo da pesquisa foi o fato de que os profissionais se queixam da quase inexistência de práticas de saúde mental, que segundo estes se deve ao desconhecimento acerca da reforma psiquiátrica, falta de capacitação em saúde mental, falta de condições para o atendimento, falta de medicamentos e falta de entrosamento com serviços de saúde mental.
Aqui deixo um trecho de uma fala de um agente comunitário, para que através desta possamos pensar melhor sobre as práticas que são feitas em saúde mental:
“…Ninguém discrimina o outro, porque é hipertenso, é diabético; mas discrimina se for doente mental”
Através disso eu me questiono, se o PSF é um importante articulador da rede de saúde mental por centrar o cuidado na família e não no individuo doente e este por sua vez possui falhas, como vai promover saúde para estes indivíduos? E quando se questiona do porque dessas praticas não ocorrerem eles se sentem despreparados e alegam que “..por enquanto não temos uma estratégia bolada para lidar com esses casos”.
Infelizmente ainda há uma exclusão destes indivíduos, há um forte enraizamento das concepções geradas pela dicotomia mente/corpo. Precisa-se de muito trabalho para que se possa desconstruir estas concepções. E este será um dos nossos desafios, enquanto alunos, no futuro profissional para garantir melhor qualidade de vida dos nossos pacientes e da sociedade.
Por Shirley Monteiro
Maiara,
Gostaria de conhecer algum texto sobre este trabalho da Monica Nunes que voce citou.
Sou Psicologa e fiz meu Mestrado em João Pessoa pela UFPB, justamente em Atenção Básica na Saúde Mental no PSF, melhor dizendo com parte da equipe da ESF na Comunidade. Esta fragmentação e despreparo da equipe para lidar com a demanda em saúde psíquica estava bem presente, mais ainda quando o medico homeopata que tinha uma postura mais de escuta e "tecnologia relacional" com os usuários, mudou de cidade.
Assim, objetivando construir com a rede social da comunidade uma abordagem terapeutica que, desse suporte as demandas de saúde psíquica e saúde mental de egressos, na ESF ; com fundamento na Psicologia psicocorporal Junguiana e Bioenergética de Lowen, criamos uma grupalidade de cuidado em saúde mental, que preferimos referenciar de Saúde Psicocorporal. E buscando desmitificar a loucura, trabalhamos também com a Antropologia do Imaginário.
Neste Grupo não só usuários, mas também os trabalhadores de Saúde, e Profs da Escola/Creche, todos juntos, vivenciavam a abordagem de cuidado psicocorporal, que chamamos Graimsa: Grupalidade de Acolhimento ao Imaginário em Saúde.
Conclui esta dissertação em 2009, e preciso começar a divulga-la mais, pois estou indo em 2012 para o Doutorado.
Um abraço,
Shirley Monteiro.
Grupo de Editores Cuidadores da RHS