PROMOÇÃO A SAÚDE RELACIONADO AOS FATORES DE RISCO ASSOCIADOS AO USO DE DROGAS ENTRE ADOLESCENTES SOB ABRANGÊNCIA DA ESTRATÉGIA

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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA – UNOESC

 

 

 

ESTRATÉGIA DA SAÚDE DA FAMÍLIA DO BAIRRO SÃO JORGE

ÁREA DAS CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE – ACBS

PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PELO TRABALHO PARA A SAÚDE – PET-SAÚDE.

 

 

Alice Vanazzi

Andreia Presta

Andrieli Mioto

Caroline Moreira Lopes

Edna Mendes

Gracieli Araujo

Juli Caroline Gonçalves

Poliana Piccinin

Rodolfo Bahu

 

 

PROMOÇÃO A SAÚDE RELACIONADO AOS FATORES DE RISCO ASSOCIADOS AO USO DE DROGAS ENTRE ADOLESCENTES SOB ABRANGÊNCIA DA ESTRATÉGIA DA SAÚDE DA FAMÍLIA SÃO JORGE – HERVAL D’OESTE/SC.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

JOAÇABA, – SC 2011.

 

 

 

Alice Vanazzi

Andreia Presta

Andrieli Mioto

Caroline Moreira Lopes

Edina Mendes

Gracieli Araujo

Juli Caroline Gonçalves

Poliana Piccinin

Rodolfo Bahu

 

 

 

 

 

 

PROMOÇÃO A SAÚDE RELACIONADO AOS FATORES DE RISCO ASSOCIADOS AO USO DE DROGAS ENTRE ADOLESCENTES SOB ABRANGÊNCIA DA ESTRATÉGIA DA SAÚDE DA FAMÍLIA SÃO JORGE – HERVAL D’OESTE/SC.

 

 

 

 

 

Projeto de Pesquisa realizado pelo Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde, Área das Ciências Biológicas e da Saúde, da Universidade do Oeste de Santa Catarina, Campus Joaçaba.

 

 

 

 

 

JOAÇABA –SC 2011.

 

 

 

 

Alice Vanazzi Enfermeira da E.S.F. São Jorge H.O. e Preceptora Pet-Saúde, Andreia Presta Tutora Pet-Saúde, Edna Mendes Assistente Social Caps H.O,  Andrieli Miotto, Caroline Moreira Lopes, Gracieli Araujo, Juli Caroline Gonçalves, Poliana Piccinin, Rodolfo Bahu acadêmicos da Universade do Oeste de Santa Catarina integrantes do Pet-Saúde.

 

 

 

SUMÁRIO

 

1. INTRODUÇÃO ………………………………………………………………………………………………….. 05

2. METODOLOGIA DA PESQUISA………………………………………………………………………. 08

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO………………………………………………………………………….. 09

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS……………………………………………………………………………….. 20

REFERÊNCIAS…………………………………………………………………………………………………….. 21

APÊNDICE I………………………………………………………………………………………………………….. 22

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PROMOÇÃO A SAÚDE RELACIONADO AOS FATORES DE RISCO ASSOCIADOS AO USO DE DROGAS ENTRE ADOLESCENTES SOB ABRANGÊNCIA DA ESTRATÉGIA DA SAÚDE DA FAMÍLIA SÃO JORGE – HERVAL D’OESTE/SC.

 

 

Resumo:

 

Este artigo teve por objetivo desenvolver junto à população de abrangência da Estratégia Saúde da Família do bairro São Jorge em Herval d’Oeste – SC, ações que viabilizem a promoção em saúde relacionada ao uso de drogas lícitas e ilícitas. O primeiro passo foi identificar fatores de risco relacionados ao uso de drogas em famílias com crianças e adolescentes com idade entre 10 e 18 anos.  Através de uma entrevista com perguntas abertas e fechadas constatamos que entre as famílias entrevistadas os responsáveis pelo fornecimento dos dados foram às mães com 23%, pais com 18%, avós, madrasta, genro, neto em uma pequena expressão e na grande maioria foram os filhos com 56%. Dos entrevistados 53% eram do sexo feminino e 47% do sexo masculino. A situação ocupacional das famílias se apresentou da seguinte forma: 35% estão empregados, 11% estão desempregados, 44% são estudantes, 3% são aposentados e 7% recebem algum tipo de Beneficio do INSS. A escolaridade na amostra se aprestou com 59% ter freqüentado o ensino fundamental incompleto, 17% terem cursado o ensino fundamental completo, 12% ensino médio incompleto, 7% ensino médio completo, e 5% não serem alfabetizados. Concluímos que os indicativos e fatores de risco, como o baixo nível socioeconômico e cultural, baixa escolaridade, grande oferta de drogas licitas e ilícitas não foram encontrados nesta amostra número significativos de uso abusivo de drogas e álcool.

 

 

 

 

 

Palavras-chave: adolescência; drogas; fatores de risco,

 

 

 

 

INTRODUÇÃO

 

 

 

A história da produção e do uso de drogas faz parte da própria história da humanidade. Nas últimas décadas, porém em função de sua elevada freqüência, transformou-se em problema mundial de saúde pública (TAVARES, BÉRIA, LIMA, 2004).

Mesmo a literatura apontando que o primeiro contato com a droga geralmente ocorre na adolescência, um período marcado por muitas e profundas mudanças, tanto físicas quanto psíquicas, que tornam o adolescente mais vulnerável, observa-se que no Brasil não há muitos estudos relacionados aos fatores de risco ao uso de drogas em jovens entre 10 a 18 anos (PRATA; SANTOS, 2006).

Deve-se considerar que a chegada da adolescência é um dos momentos propícios para que o uso de drogas surja como um dos sintomas que denuncia as dificuldades familiares, e atravessar essa etapa do ciclo de vida familiar, pois esse momento implica crescimento e individuação, movimentos essenciais na busca do jovem pela sua autonomia e independência do grupo familiar (PENSO; SUBDRACK, 2004).

Ao se refletir sobre os motivos que podem levar o jovem ou adolescente a consumir drogas, constata-se que esses não são poucos, ou uma causa isolada. Geralmente, existe um conjunto de fatores que, ao atuarem no contexto no qual está inserido um determinado adolescente, acaba predispondo-o à utilização de drogas (NICASTRI, 2008).

Percebe-se que a oferta está sendo cada vez maior, e apesar de possuírem alguma ocupação, seja ela freqüentar a escola, auxiliar nos serviços domiciliares, oficinas, o que mais comumente os chama atenção é o diferente, experimentar coisas novas, ou seja, o desafio da transgressão às normas estabelecidas pelo mundo dos adultos, a curiosidade pelo novo e pelo proibido, a pressão de seu grupo ou até mesmo seus familiares para determinados comportamentos, são alguns dos fenômenos típicos da adolescência que podem levar à primeira experiência com as drogas lícitas e/ou ilícitas (CALDEIRA, 1999).

Contudo, por ser um problema de saúde pública, os fatores de risco ou até mesmo o uso de drogas verificado nos últimos anos e suas conseqüências na vida do indivíduo e da comunidade, vem se tornando cada vez mais alarmante e com grande impacto social, reivindicando maior atenção dos profissionais de saúde.

A educação em saúde, não deve somente informar, mas também ajudar as pessoas a examinar as bases sociais de suas vidas e as situações adversas à saúde em suas comunidades (SABÓIA, 2005).

            Portanto, a educação em saúde é mais adequada quando discute o uso de drogas dentro de um contexto de saúde, preocupando-se com a formação intelectual e emocional dos adolescentes.

            A partir da constatação da complexidade que envolve a problemática do uso e dependência de substâncias psicoativas e de seu contexto de determinação multifatorial e tendo em vista que os dados existentes relacionados são uso de drogas contidos na base de dados do Sistema e Informação de Atenção básica existente no município são insuficientes para subsidiar ações efetivas, o presente estudo pretende realizar um levantamento da existência de fatores de risco ao uso de drogas nos adolescentes de 10 a 18 anos dos bairros de abrangência da Estratégia Saúde da Família São Jorge na cidade de Herval D’Oeste – SC. Sendo que neste, a maioria da população é composta por uma faixa etária de jovem, ou seja, crianças e adolescentes, segundo dados do SIAB deste mesmo município.

Outros fatores, relacionados são os graves problemas socioeconômicos, a evasão escolar, acompanhada de baixo nível de escolaridade e grande oferta de drogas licitas e ilícitas neste espaço.

E principalmente pelo levantamento de dados do Programa Caps de Herval d´Oeste do ano 2006 até maio de 2010 onde registrou 301 atendimentos por dependência de drogas licitas e ilícitas. Sendo que 18,27% destes atendimentos pertencem à abrangência da Estratégia Saúde da Família São Jorge contemplando em sua maioria idades entre a fase jovem á adulta.

Segundo dados de ocorrências Policiais da Delegacia de Policia Civil de Herval D´oeste no mês de  agosto, setembro e até o final da primeira quinzena de outubro deste mesmo ano foram: lesão corporal em acidente de transito envolvendo menor 01, lesão corporal contra criança violência doméstica 01, ameaça contra menor 04, lesão corporal dolosa contra menor 02, ocorrências envolvendo mulheres como ameaça, lesão corporal e violência doméstica 12, perturbação 03, dirigir sobre efeito de álcool 01, posse de Crack 01, abandono intectual 01, fuga do lar 01, furtos 04, roubo 01, ocorrências contra homem como ameaça, lesão corporal 07, vias de fato 01, dano 06, apropriação indébita 02.

Para o enfrentamento de tal problemática, se faz necessário ações de promoção em saúde envolvendo a comunidade como parceira nas atividades. Por isso pretende-se após a realização do levantamento sobre os fatores de risco e proteção reunir as principais lideranças, entre elas: representantes de igrejas, associações de moradores, escola, grupos de idosos, pastoral da criança no intuito de organizar ações descentralizadas voltadas aos adolescentes.

Assim a Educação compreendida como uma ação interativa realizada entre os seres humanos, buscando, a partir da modificação do pensar e do aprender, o desenvolvimento do espírito crítico sobre suas ações, mudando seus comportamentos (SILVA et. al., 2004). A educação torna-se uma ferramenta imprescindível em nossas intervenções, e levantamento de fatores de risco, pois ela, fornecerá aos adolescentes à obtenção de conhecimentos científicos, artísticos e técnicos na busca do desenvolvimento de sua capacidade (SANTOS 2005).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

METODOLOGIA

 

 

Foi realizada uma pesquisa transversal, qualitativa e quantitativa na área urbana da abrangência do ESF do Bairro São Jorge, de Herval D’Oeste, Santa Catarina.

A amostra utilizada foi de 44 % das famílias que possuíam crianças ou adolescentes de 10 a 18 anos envolvendo 04 micro-áreas da área urbana sendo elas A, B, C, D na abrangência da Estratégia Saúde da Família São Jorge. A amostra final foi de 159 famílias num total de 655 pessoas. Sendo que 228 destas possuíam idades de 10 a 18 anos.

As famílias foram selecionadas aleatoriamente dentre as micro-áreas pelos agentes comunitários de saúde.

Participaram dela os que assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, e todas as famílias que em composição apresentassem crianças ou adolescentes entre 10 a 18 anos de idade sob abrangência das micro-áreas da E.S.F. São Jorge.

   Utilizou-se de uma entrevista composta de 12 perguntas, sendo elas abertas e fechadas.

              Os dados coletados de fonte primária, por meio de aplicação da entrevista com perguntas abertas e fechadas, onde através de visitas domiciliares realizadas pelos pesquisadores e em conjunto com os Agentes Comunitários de Saúde, foram analisados e avaliados a presença de fatores de riscos ao uso abusivo de álcool e outras drogas. A entrevista foi aplicada com uma pessoa adulta que se encontrar na residência e fazia parte da família. Para tanto foi considerado o seguinte conceito de família: “Um núcleo de pessoas que convivem em determinado lugar, durante um lapso de tempo mais ou menos longo e que se acham unidas (ou não) por laços consangüíneos. (MIOTTO, 1977. p.120)            

Dados também foram levantados pelo conhecimento dos agentes comunitários de saúde em relação às famílias que por motivo de nunca se encontrar em suas residências, estar sempre dormindo e outros fatores como medo de violência e repressão a realizar a entrevista pelo medo das famílias possuirmos ligação com a policia, ou estar trabalhando.

 

 

 

 

 

 

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

 

 

Foram realizadas as entrevistas no período de dezembro de 2010 a março de 2011. Para o levantamento de dados sobre fatores de risco e proteção relacionados ao uso de drogas licitas e ilícitas pelas famílias onde se que possuíam crianças e adolescentes de 10 a 18 anos.

Verificou-se a Composição Familiar questão 1: grau de parentesco do entrevistado em relação ao adolescente:

 

Gráfico 01:

ENTREVISTADOS:

 

 

 

Entre as famílias entrevistadas o responsável pelo fornecimento dos dados foram às mães com 23%, pais com 18%, avós, madrasta, genro, neto em uma pequena expressão e na grande maioria foram os filhos com 56%.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Gráfico 02:

SEXO:

 

 

 

Dentre as informações coletadas 53% eram do sexo feminino e 47% do sexo masculino.

 

 

Gráfico 03:

 

SITUAÇÃO OCUPACIONAL:

 

 

 

Observa-se no estudo de Sanchez (2004) que a crença de que a falta de atividades, nos âmbitos social, intelectual e econômico são agravantes que podem levar à deterioração do indivíduo.

A situação ocupacional de nossas famílias se apresentou da seguinte forma: 35% estão empregados, 11% estão desempregados, 44% são estudantes, 3% são aposentados e 7% recebem algum tipo de Beneficio do INSS.

 

 

 

Gráfico 04:

ESCOLARIDADE:

 

 

A escolaridade de nossa amostra se apresentou com 59% dos entrevistados com ensino fundamental incompleto, 17% com ensino fundamental completo, 12% ensino médio incompleto, 7% ensino médio completo, e 5% não alfabetizados.

            Em seu estudo Sanchez, (2004) encontrou a alegação de seus entrevistados de que o abandono do estudo ocorreu pelo fato de ter que privilegiar o trabalho, a sobrevivência, apontando como muito difícil conciliar as duas coisas. Ou se estuda, ou se trabalha.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Gráfico 05:

IDADE DE ÍNICIO DA ATIVIDADE PROFISSIONAL:

 

 

 

 

Segundo Carillo e Mauro, (2004) o trabalho tem um papel fundamental para os indivíduos no mundo. Contribui para a formação de sua identidade e permite que os indivíduos participem da vida social como elemento essencial para a saúde.

Em nosso estudo 32% da amostra iniciou a atividade profissional de 0 a 14 anos, 31% iniciaram com idades entre 14 a 16 anos, e 13% iniciaram com mais de 16 anos, e 24% ainda não iniciaram a atividade profissional.

Segundo Sanchez, (2004) o estabelecimento tardio de vínculos empregatícios cabe aos pais, que preocupados, protelam o ingresso dos filhos no mercado de trabalho, enfatizando a necessidade da dedicação exclusiva às atividades escolares, e o inicio precoce da atividade profissional se da pela necessidade de independência financeira.  Em seu estudo, ainda, a maioria dos jovens já realizou algum tipo de atividade com remuneração, mas no momento estavam sem vinculo empregatício e realizando atividades que não requererem grande esforço, responsabilidade e atenção, (bicos).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Gráfico 06:

RENDA:

 

 

 

A maioria dos componentes das famílias entrevistadas 57% tem como renda até 1 salário Mínimo, 41% sua renda é de 02 a 03 salários míninos, e 2% de 04 a 05 salários mínimos.

O fator socioeconômico é considerado por muitos autores peça importante quando se trata de fatores de risco, pois onde residimos, convivência diária e as observações podem potencializar o uso de drogas licitas e ilícitas, ou mesmo envolvimento com o tráfico e a violência.

 

Gráfico 07:

 

USO ABUSIVO DE ÁLCOOL:

 

 

Em nosso estudo 97% dos entrevistados referem não apresentar uso abusivo de álcool. Embora a grande maioria das famílias nega o uso de álcool, o seu uso é detectado pelos Agentes Comunitários de Saúde que conhecem muito bem o perfil de cada família de sua micro-área.

Em seu estudo Kawall, (2006) o álcool, apesar de ter sido citado como nocivo se consumido em excesso, não foi considerado droga por nenhum dos entrevistados. Mesmo aqueles que tiveram experiências negativas com parentes alcoolistas não entendem o álcool como uma droga.

 

 

 

Gráfico 08:

USO ABUSIVO DE OUTRAS DROGAS:

 

 

           

 Com 98% a população estudada refere não utilização abusiva de drogas, sendo que 2% afirmam que a utilização de drogas já interferiu na sua vida agregando perigo físico, negligência em suas obrigações como trabalho, escola e com seus familiares, ou ainda envolvimento em problemas legais.

Os adolescentes que têm objetivos definidos e investem no futuro apresentam probabilidade menor de usar drogas, porque o uso interfere nos seus planos (Kodjo & Klein, 2002). Igualmente, a elevada auto-estima, os 713 sentimentos de valor, orgulho, habilidade, respeito e satisfação com a vida podem servir de proteção aos jovens contra a dependência de drogas quando combinada com outros fatores protetores do seu contexto de vida (Hoffmann & Cerbone, 2002).

Pode-se assim observar que crianças e adolescentes que vivem em ambientes familiares ou em comunidades onde há uso abusivo de drogas e conseguem não se deixar influenciar por esse contexto apresentam características individuais protetoras conjugadas ao convívio com outros adultos cuidadores escolhidos por eles, fora do ambiente familiar.

            Segundo estudo realizado por Sanchez, (2004) com adolescentes na cidade São Paulo identificou que há condições de se viver sem as drogas em um meio onde as limitações financeiras, a oferta abundante de drogas e imposições pelo tráfico são grandes. Este refere, ainda, que mesmo em ambientes com parcos recursos e permeados pelo tráfico de drogas e da violência dele gerado, como as favelas e seus arredores, foram possíveis constatar a existência de jovens que nunca haviam feito o uso de drogas psicotrópicas na vida.

            Assim como o álcool, o consumo abusivo de drogas foi na sua maioria negada, mas como afirmam os Agentes Comunitários de Saúde de suas micro-áreas que mesmo os que negaram em 05 famílias já tiveram envolvimento em termos legais ou em suas responsabilidades afetados de alguma forma.

            Sanchez (2004) relata em seu estudo que a possível desmoralização dos pais frente à sociedade, por preconceito ao consumo de drogas, foi fator determinante relevante para aqueles jovens pesquisados, não utilizarem drogas.

A promoção da saúde do adolescente é objetivo de debates, tanto na área acadêmica como nas instituições de saúde e educação. Sendo a principal preocupação estar no sentido de estimular nos adolescentes comportamentos e estilo de vida saudáveis que inseram no eixo de motivação para o autocuidado (CAVALCANTE, 2008).

Segundo Cavalcante (2008) a participação do enfermeiro e da equipe multidisciplinar na intervenção em favor dos adolescentes, familiares e em instituições educativas para promover a saúde é de fundamental importância para o controle do uso de drogas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Gráfico 09:

 

2- AS CRIANÇAS E ADOLESCENTES DE SUA FAMÍLIA FREQUENTAM ALGUM TIPO DE GRUPO?

 

 

            51% dos entrevistados referem que seus filhos (adolescentes) participam de algum tipo de grupo, e 49% referem não participar.

 

Gráfico 10:

SE FREQUENTAM, ONDE?

 

 

            Quando questionados qual era o tipo de grupo que freqüentavam 51% referiram a igreja, 21% o PETI, 14% outros, 7% a escola, e 7% a Estratégia Saúde da Família.

            A confiança e apego há outras pessoas que não são da família, realça os fatores que auxiliam na sua formação. Como cita. Kawall, (2006) também foi no reduto escolar que alguns desses jovens tiveram palestras informativas a respeito do assunto drogas licitas e ilícitas, e muita informação e leitura.

 

 

 

Gráfico 11:

 

3. HÁ DIÁLOGO COM OS SEUS FILHOS E DEMAIS MEMBROS DA FAMÍLIA SOBRE ÁLCOOL OU DROGAS?

 

 

 

96% dos entrevistados relatam que há dialogo com seus filhos e demais membros da família sobre álcool e drogas. E apenas 4%relatam não o fazer.

Pereira (2004) aponta a família como uma organização social complexa, um microcosmo da sociedade, onde são vividas as relações primárias e se constroem os processos identificatórios. É na família que se expressam papéis sociais de gênero, cultura de classe e onde se reproduzem as bases do poder. É um espaço fundamental para a realização dos indivíduos e formação de novas gerações. Também é no espaço familiar que encontramos relações conflituosas e discussões em torno de decisões que devem ser tomadas em relação ao futuro dos filhos. É uma instituição dinâmica capaz de responder a processos de mudanças mais amplos e variados.

            No estudo de Sanchez, (2004) a família foi o fator principal para o não uso de drogas entre os jovens aqui estudados.  Ainda A presença de uma estrutura familiar adequada em que os pais demonstram preocupação com seus filhos, controlando-lhes, amigavelmente, a rotina diária, comportamento familiar auxiliam a não consumo de drogas.

            Contribui também Schenker e Minayo, (2005) que alguns parâmetros relacionais entre os pais e educadores como uma comunicação livre, e fluente fortalecem emocionalmente os jovens evitando comportamentos de risco sendo alimento a auto-estima e desenvolvimento psicológico saudável.

 

 

 

 

Gráfico 12:

4. QUAL A RELIGIÃO PREDOMINANTE NA FAMILIA?

 

 

As religiões predominantes entre as famílias de abrangência da Estratégia Saúde da Família São Jorge se apresenta com 31% sendo evangélicas, e 69% afirmam ser católicos.

 

Gráfico 13:

A MAIORIA É PRATICANTE?

 

 

 

Dentre as religiões 76% são praticantes e 24% referem não praticar a religião.

Na pesquisa de Sanches (2004) a religiosidade aparece como fator protetor ao uso de drogas. A religião é o segundo fator dos citados para o não uso de drogas. Ainda naquela pesquisa de Sanches a religiosidade aparece como fator preventivo primário, ou seja, entendendo como prevenção primária evitar que a pessoa experimente drogas ou adie essa experimentação. Quando se retarda o início do uso, se ganha tempo para o amadurecimento de uma criança ou de um jovem. Assim, estes gradativamente vão se tornando mais responsáveis pelos seus atos, com melhores condições de avaliá-los, o que pode diminuir o risco de se tornarem usuários ou dependentes de drogas mais tarde.

Ainda referindo-nos à pesquisa de Sanches, esta verificou que os jovens pesquisados tinham a ida à Igreja ou Templos para seus cultos religiosos como uma prática que os afastava do uso de drogas, proporcionando consciência e reflexão sobre o que era melhor para eles.

Sanchez continua mencionando o que encontra em seus estudos que a religiosidade gera a crença na existência de um “Ser Superior”, cujas leis visariam sempre o bem-estar do indivíduo. Ela é também considerada como uma “fonte de forças” independentemente da religião professada, sugerindo cuidados físicos e mentais, associados ao não-uso de drogas.

Já no estude de Kawall, (2006) as religiões mais mencionadas e seguidas são as orientais e ligações espirituais de diversas formas, mas que também contribuem ao não uso de drogas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

                                              

 

Podemos concluir, portando, que apesar de todos os indicativos e fatores de risco presentes na área de abrangência da Estratégia Saúde da Família São Jorge, como baixo nível socioeconômico e cultural, baixa escolaridade, grande oferta de drogas licitas e ilícitas não foram encontrados nesta amostra número significativos de uso abusivo de drogas e álcool.

Levamos em consideração o que é citado por vários autores, que os fatores protetores são de grande importância para o não uso de drogas e álcool entre os adolescentes. Podemos observar os resultados como afirmação da participação dos adolescentes em grupos como a Igreja, Estratégia Saúde da Família, PETI, Escola e outros, e estes, serem fonte de apoio para estes jovens. Ainda, a grande maioria das famílias com 96% exercem o diálogo, e a prática de uma religião também é observada e estimula com 76% das famílias serem praticantes.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

REFERÊNCIAS

 

 

CARILLO, Piedad Liliana Lancheris; MAURO, Maria Yvone Chaves. O trabalho como fator de risco ou fator de proteção para o consumo de Ácooll e outrs drogas. Texto & Contexto Enfermagem, abril/junho, ano/vol.13 número 002. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis-SC, Brasil PP. 217-225, 2004.

 

CAVALCANTE, Maria Beatriz de Paula Tavares et al. Adolescência, álcool e drogas: uma revisão na perspectiva da promoção da saúde. Escola Ana Nery vol. 12 no. 3. Rio de Janeiro, 2008. ISSN 1414-8145.

 

HOFFMANN JP & CERBONE FG 2002. Parental substance use disorder and the risk of olescent drug abuse: na event history analysis. Drug and Alcohol Dependence 66:255-264.

 

 

KAWALL, Beatriz Gonçalves. Verso e Reverso: A Trajetória de Jovens que Optaram por dizer não as Drogas. Dissertação de Mestrado Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2006.

 

 PEREIRA, L. C. G. Ecoturismo e agricultura na vida dos jovens de Nova Friburgo/RJ. Tese de Doutorado. Rio de Janeiro: Universidade Estácio de Sá, 2004.

 

SANCHEZ, Zilá Van Der  Meer. Razões que levam Determinados Jovens, Mesmo Expostos a Fatores de Risco, a não Usarem drogas psicotrópicas. Universidade Federal de São Paulo. São Paulo, 2004.

 

                              

SCHENKER, Miriam; MINAYO, Maria C. de S. Fatores de risco e proteção para o uso de drogas na adolescência. Rio de Janeiro. Rev. Ciência e Saúde Coletiva, v.10, n.3 julho/setembro 2005.

 

 

 

 

 

 

APÊNDICE I

 

LEVANTAMENTO DE DADOS SOBRE FATORES DE RISCO E PROTEÇÃO RELACIONADOS AO USO DE DROGAS POR CRIANÇAS E ADOLESCENTES

 

 

1-                       Composição familiar

PARENTESCO

SEXO

IDADE

SITUAÇÃO OCUPACIONAL

ESCOLARIDADE

I.I.A.P.[1]

RENDA

U.A.A.[2]

U.A.O.D.[3]

Entrevistado

 

 

(   ) Empregado 

(   ) Desempregado

(   ) Estudante

(   ) Aposentado

(   ) Ben.INSS

(   ) Não Alfabetizado

(  ) Fundamental inc.

(   ) Fundamental comp.

(  ) Ensino Médio inc.

(  ) Ensino Médio comp.

 

(   ) Até 01 S.M.

(   ) De 02 à 03 S.M

(   ) De 04 à 05 S.M

(   ) SIM

(   ) NÃO

(  ) Desconfio

(   ) SIM

(   ) NÃO

(  )Desconfio

 

 

 

(   ) Empregado 

(   ) Desempregado

(   ) Estudante

(   ) Aposentado

(   ) Ben.INSS

(   ) Não Alfabetizado

(  ) Fundamental inc.

(   ) Fundamental comp.

(  ) Ensino Médio inc.

(  ) Ensino Médio comp.

 

(   ) Até 01 S.M.

(   ) De 02 à 03 S.M

(   ) De 04 à 05 S.M

(   ) SIM

(   ) NÃO

(  ) Desconfio

(   ) SIM

(   ) NÃO

(  ) Desconfio

 

 

 

(   ) Empregado 

(   ) Desempregado

(   ) Estudante

(   ) Aposentado

(   ) Ben.INSS

(   ) Não Alfabetizado

(  ) Fundamental inc.

(   ) Fundamental comp.

(  ) Ensino Médio inc.

(  ) Ensino Médio comp.

 

(   ) Até 01 S.M.

(   ) De 02 à 03 S.M

(   ) De 04 à 05 S.M

(   ) SIM

(   ) NÃO

(  ) Desconfio

(   ) SIM

(   ) NÃO

(  ) Desconfio

 

 

 

(   ) Empregado 

(   ) Desempregado

(   ) Estudante

(   ) Aposentado

(   ) Ben.INSS

(   ) Não Alfabetizado

(  ) Fundamental inc.

(   ) Fundamental comp.

(  ) Ensino Médio inc.

(  ) Ensino Médio comp.

 

(   ) Até 01 S.M.

(   ) De 02 à 03 S.M

(   ) De 04 à 05 S.M

(   ) SIM

(   ) NÃO

(  ) Desconfio

(   ) SIM

(   ) NÃO

(  ) Desconfio

 

 

 

(   ) Empregado 

(   ) Desempregado

(   ) Estudante

(   ) Aposentado

(   ) Ben.INSS

(   ) Não Alfabetizado

(  ) Fundamental inc.

(   ) Fundamental comp.

(  ) Ensino Médio inc.

(  ) Ensino Médio comp.

 

(   ) Até 01 S.M.

(   ) De 02 à 03 S.M

(   ) De 04 à 05 S.M

(   ) SIM

(   ) NÃO

(  ) Desconfio

(   ) SIM

(   ) NÃO

(  ) Desconfio

 

 

 

(   ) Empregado 

(   ) Desempregado

(   ) Estudante

(   ) Aposentado

(   ) Ben.INSS

(   ) Não Alfabetizado

(  ) Fundamental inc.

(   ) Fundamental comp.

(  ) Ensino Médio inc.

(  ) Ensino Médio comp.

 

(   ) Até 01 S.M.

(   ) De 02 à 03 S.M

(   ) De 04 à 05 S.M

(   ) SIM

(   ) NÃO

(  ) Desconfio

(   ) SIM

(   ) NÃO

(  ) Desconfio

 

 

 

(   ) Empregado 

(   ) Desempregado

(   ) Estudante

(   ) Aposentado

(   ) Ben.INSS

(   ) Não Alfabetizado

(  ) Fundamental inc.

(   ) Fundamental comp.

(  ) Ensino Médio inc.

(  ) Ensino Médio comp.

 

(   ) Até 01 S.M.

(   ) De 02 à 03 S.M

(   ) De 04 à 05 S.M

(   ) SIM

(   ) NÃO

(  ) Desconfio

(   ) SIM

(   ) NÃO

(  ) Desconfio

 

 

2        – As crianças e adolescentes de sua família freqüentam algum tipo de grupo?

(   ) Sim  (   ) Não

 

Se freqüentam, onde?

(  ) PETI             (   ) ESF    (   ) Outros ____________________

(   ) Escola          (   ) Igreja

 

3        Há diálogo com os seus filhos e demais membros da família sobre álcool ou drogas?

   ( )Sim            ( ) Não

 

4 – Qual a religião predominante na família? A maioria é praticante?

 

 

 

 

 

 

 



[1] Idade de Início de Atividade Profissional

[2] Uso Abusivo de Álcool

[3] Uso Abusivo de Outras Drogas

 

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