Cartografando a RHS…
Caros participantes da RHS!
Há um tempo, o Ricardo Teixeira me apresentou à RHS falando sobre minha proposta de tese, que estava sendo qualificada no doutorado em Administração, na UFRGS.
De lá até aqui, estive envolvida mapeando esta Rede, naquilo que tem sido produzido nestes 3 anos de sua existência – o que não é pouca coisa! Li posts e comentários e, agora, mais familiarizada, gostaria de abrir um canal de diálogo com vocês.
Antes, contudo, apresento a vocês a proposta de pesquisa. Sob o título: "Produzir(-se) com": produção de subjetividades e construção de redes de cooperação na Internet em contexto do trabalho imaterial, proponho compreender as conexões efetuadas na RHS e analisar as possibilidades de cooperação na produção do trabalho e de si.
Parto da ideia que “produzir” e “produzir a si mesmo” são aspectos indissociáveis nos processos de trabalho e que, considerando as características do “trabalho imaterial” (conforme conceito de Negri, Lazzarato e Hardt), tal indissociabilidade é trazida ao centro da esfera produtiva. A vitalidade torna-se a matéria-prima por excelência, traduzida na expressão “produzir(-se)”.
Produzir(-se) acontece por meio de relações, sempre “com”: com outras pessoas, com objetos, com saberes, etc. Fala-se, assim, em “produzir(-se) com”. Nesta perspectiva, destaca-se a cooperação como inerente ao trabalho imaterial, mostrando-se pertinente perguntar: é possível encontrar um coletivo produtor de trabalho-vida que permita configurar um modo de subjetivação “produzir(-NOS) com”?
Na atualidade, a possibilidade desta configuração pode ser agenciada por recursos tecnológicos digitais. Dentre eles, a Internet mostra-se como uma ferramenta capaz de subsidiar a circulação ilimitada de informações, instigar a participação e a organização de coletivos diversos. A constituição de redes sociais via Internet viabiliza novas formas de relacionamento e de produção. À expressão inicial do título do projeto poder-se-ia, talvez, acrescentar o “ponto”, característico de endereços da Internet (ainda que sejam os comerciais), identificando-o “produzir(-se) . com”.
Este é o “ponto” de partida, mesmo reconhecendo que tais considerações não são absolutas, pois se trata de um campo permeado por tensões e por ambivalências.
Cabe, portanto, navegar por esse mar virtual da RHS, cartografar, com vocês, as relações que aqui se estabelecem, conhecer como se faz esta Rede, por que se faz e o que ela produz para quem aqui “habita”. Fica o convite para participarem comigo deste percurso. Topam?
(Em seguida trarei novo post com proposta inicial para nossa discussão!)
A imagem utilizada foi escolhida por um gestor da saúde, em um outro projeto, para ilustrar as necessárias conexões para o desenvolvimento do trabalho em saúde…
(clique na imagem para vê-la ampliada)
Por Rejane Guedes
Lílian, seu trabalho é muito pertinente e certamente trará luzes à certos processos micropolíticos que se alojam em cada fio da rede e nos encontros que promovem afetações, trepidações, disparos, potencializações e outros movimentos que temos percebido, mas precisam ser cartografados.
Convite aceito! Vamos adiante.
Rejane.
Percebi algo do Hardt, do Negri, do Deleuze em sua forma de expressar o trabalho. As idéias do Bruno Latour também estão presentes em seus referenciais?