Sobre efeito da avaliação e outras drogas
Pessoal,
Navegando neste sábado a noite, entro na redehumaniza e dou de cara com uma grata surpresa: a carta em defesa da reforma psiquiátrica. Eu já havia recebido e lido em outras redes ou grupos de discussão. Mas ver esse tema, que para mim é muito caro, sendo colocado na roda aqui nessa rede tão multipla e potente me deu uma sensação boa, apesar se saber que a "peleia" é grande e a busca por dialogo é mais que necessária, coisa que muitas vezes não conseguimos ter espaço…Sobre esse movimento de reedição de um discurso manicomial em função do uso do crack que articula mídia, justiça, saúde e educação eu pude tomar como tema em minha dissertação de mestrado que finalizei em 2009 e que está por aí na rede. Quem se interessar o titulo é "Uma genealogia do jovem usuário de crack: mídia, justiça, saúde e educação".
Mas apesar desse importante assunto, esse post é pra falar de como senti o processo de avaliação dos alunos que apresentei no post anterior.
Foi mto impressionante ver o efeito da proposta. Como professor iniciante que pensa numa educação libertária foi muito maravilhoso ver o envolvimento dos alunos, ve-los querendo participar, contando para os colegas e outros professores sobre a exeriencia que estavam tendo e convidando-os para participar, aguardando alguem comentar em seu post, felizes de com os comentários e com a possibilidade de terem contato com profissionais mais experientes, dizendo que estavam sentindo-se importantes, reconhecidos por poderem conversar de forma horizontal com outras pessoas…
Enfim diante dessa intensa experiencia, a nota ficou em segundo plano.
Como professor iniciante, me preocupava ver os alunos mais interessados na nota do que no processo de aprendizagem. Me angustiava ver que o processo de escolarização produziu alunos afiados em emitir respostas, mas não em conectar os conteúdos com a realidade e seus interesses…
Acho que essa experiencia produziu coisas importantes. Em mim e nos academicos.
Agradeço a todos da rede pela acolhida e pela constribuição.
Já estou pensando em mais coisas por aqui.
Abraços
Douglas
Por Rejane Guedes
Caro Douglas.
Ouso dizer que sua iniciativa em trazer os alunos para a RHS enriqueceu a rede com sangue novo. Funcionou como uma brisa que oxigenou o espaço. A partir dos posts dos alunos,diversas conversas reativaram temáticas que estavam sendo esquecidas por aqui.
Sua coragem por romper as formas acadêmicas de avaliação dos alunos comprova que és um grande professor.
Lembro que Foucault diferenciava as práticas discursivas (aquelas compostas pelos enunciados) das não discursivas. O controle na forma de avaliações tipo pergunta-resposta (sem implicação vivencial) seria um exemplo dessa prática não-discursiva.
Você está agindo para desconstruir as amarras (não discursivas) que limitam a compreensão dos alunos sobre aquilo que eles apreendem na teoria e a relação entre a teoria e a prática.
Aguardaremos suas experimentações desse semestre que está se iniciando. Saudação animada. Rejane.