II Seminário Internacional sobre a Medicalização da Educação e da Sociedade
"Ao reduzir a existência ao seu mínimo biológico, o biopoder contemporâneo nos transforma em meros sobreviventes" – Peter Pál Pelbart
O Fórum sobre a Medicalização da Sociedade agencia novamente uma postura ativa e alegre na reedição do Seminário Internacional sobre a Medicalização da Educação e da Sociedade ( novembro de 2011, em São Paulo ).
Postura ativa porque não se conecta com as forças ressentidas que tomam a infância e suas manifestações como campo de provas de novos medicamentos para novas supostas doenças.
Postura alegre porque em conexão com as forças que afirmam as potências das diferenças próprias da vida. Escutar, acolher e acompanhar essas manifestações é fabricar um antídoto para as tendências de uniformização das subjetividades, é resistir `a forma padrão criada pela psiquiatria biológica contemporânea – a também suposta "normalidade".
E para alimentar ainda mais a vitalidade deste encontro, buscam o brilho de figuras emblemáticas como Thomas Szasz que, aos 92 anos de idade, considerou a possibilidade de vir ao Brasil. E se emociona com o convite. Para quem não o conhece, fica o link acima referido. Lucidez e generosidade que encantam.
Iza Sardenberg
Coletivo de Cuidadores da RHS
13 Comentários
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Por que vcs não vêm? O seminário é somente em novembro e vai ser demais. Vou mandar o programa quando estiver disponibilizado, ok?
Aí vcs se animam!
grande beijo,
Iza
Por Luciane Régio
O Colóquio do Foucault na PUC ou este, Iza?? Qual indica!? Os dois 🙁 não dá 🙂 !!!!!!
Bjs!!
Lu
para as rotulações tristes a que estão expostos os diferentes. Não conseguiria te apontar um ou outro como o preferido. Então, venha nos dois!!!
beijos muito saudosos,
Iza
Por Rejane Guedes
Iza.
O Thomas Szasz é agora um personagem frequente aqui em casa. Ramos está com vários livros dele, estudando seus argumentos para o novo livro que está sendo gestado. Tenho gostado muito da interlocução com suas idéias.
Agradeço pelo vídeo. Grande abraço potiguar. Rejane.
Por Shirley Monteiro
O Thomaz se emociona com o Convite; e eu me emociono com esta luta tua IZA, nesta temática tão importante, sempre presente aqui na RHS, graças as tuas iniciativas e envolvimento com a causa; mais do que JUSTA e NECESSÁRIA pelas nossas crianças!!!
Amo você por isso !
E vamos twittar !!!!!!!!!!!!!!!!!!
Ola Iza,
Mto bom o video.
Tenho lido seus comentários, vi seu blog e gostei mto.
Partilho do gosto por autores que referes e me interessei mto por trabalhares com a infancia. Além da docencia, tb trabalho num CAPS ad onde propomos uma atenção às cças e adolescentes e adultos jovens usuários de drogas… Nessa faixa etária, aqui em Santa Maria, o uso de crack é o que mais incomoda, mas certamente a ritalina é o que mais pega…
Enfim queria ver deti sugestões de leitura, materiais que tenha e possa disponibilizar on line, que ajudem a pensar a clínica pra esse pessoal a partir de um pensamento esquizo… tb to me aventurando a supervisionar na clínica escola a partir desse referencial e gostaria de trocar contigo que já tem uma boa bagagem nessa area da infancia…
Num outro post teu que li, sobre grupos, lembro que qdo eu trabalhava com cças vitimas de violencia, propus sairmos de um modelo individual para um a partir de grupos… muito do que tu referiste no post pude sentir, ver, e principalmente aquele efeito chamado "dano secundário" que ocorre a partir das intervençoes nesse tipo de caso, se diluirem numa outra relação que se potencializava com cças interagindo…
Enfim… li esse post e fiquei movimentado a te falar e propor o que estava pensando.
Abraço
Douglas
Fico feliz em poder trocar experiências e textos- ferramentas com vc e com todos que deles possam fazer uso.
Não trabalho diretamente com a questão do uso de drogas. Para isso te indico uma chegadinha básica nos posts de nosso companheiro Dênis Petuco aqui mesmo na RHS. Dênis trabalha com a redução de danos e tem uma abordagem forte e corajosa do tema. Sem dourar a pílula!
Alguns de nossos pacientes jovens usam drogas e só os encaminhamos para CAPs quando a relação com essas substâncias é detectada como algo que toma suas vidas de forma a se tornarem o centro de todo o desejo. Temos que encarar o fato de que muitos jovens usam maconha hoje e que isso faz parte da experiência existencial juvenil. O fantasma da passagem de drogas leves para as pesadas não se mostra tão frequente quanto a mídia espalha, em sua participação ativa da orquestração do mundo dos riscos que vivemos hoje como uma forma de controle a céu aberto.
Quanto aos autores que considero meus guias e parceiros na clínica e também na vida, posso te dizer que são muitos. A lista passa pela literatura, filosofia, psicologia, esquizoanálise, poesia, artes, enfim, qualquer pedaço de existência que proponha a diferença como antídoto e afirme a alegria como método. A generosidade do pensamento de Deleuze foi uma das coisas que mais me tocou ultimamente. E todos os que se inspiram neste grande atalho de pensamento potente que ele abriu.
Não saberia por onde começar indicações e ele lembraria que não importa o início e sim o mergulho no meio. Qualquer texto é pura potência. E sou bem anárquica em minha caminhada. Sem grandes métodos ou estruturações de questões que devem ser pensadas antes de outras. Navego por entre muitas questões que me intrigam e instigam. Leio uns tres ou quatro livros ao mesmo tempo, ao sabor de meu desejo anárquico.
Manda uma questão mais encarnada prá gente conversar e eu te mando, se souber, indicações de textos, ok?
beijos alegres,
Iza
Por Cláudia Matthes
é como se estivesse te ouvindo falar…me deu muita saudade!
Lu, me manda o texto please tudo que vier dela é um transbordamento, sem dúvida!
Te amo (todos)
Com carinho
Cláudia
Oi Claudinha,
Exagerei? Também sinto saudades de vc!!!
Iza
Por Luciane Régio
Vou contar para o Douglas que tenho um texto teu (Iza), dos grupos com os adolescentes, e que passo em mãos para ele qualquer dia desses 🙂
Ainda não tinha assistido o vídeo por falta de tempo. Sonho agora que mais pessoas tenham esta coragem de deixar as coisas mais claras! Ou vamos esperar mais 70, 80 anos de diagnósticos, as doenças serão quantas?? Enquanto isso a potência de vida se perde, o tempo passa, até eu já terei morrido!
Bjs,
Lu
Acho que as potências de vida não se perdem. Elas se renovam nas resistências que vão se criando em todos os lugares.
Vc conhece o Douglas? Que legal! Pode dar o meu textinho prá ele, sim! Escrevi uma resposta prá ele, mas acho que ele não leu ainda.
beijos saudosos,
Iza
Oi Iza, eu também ainda não tinha visto o vídeo, e o que e´ pior, não por falta de tempo, mas por acomodação mesmo. Estou com problemas nas caixinhas de som do PC, e ai´ tenho que conecta´-lo a um aparelho de som, e isto dar um pouquinho de trabalho. Entretanto quando vi o comentário da Rejane não resisti, e valeu `a pena. Fiquei impressionada com as declarações do Dr. Thomas. Nossa, como e´ serio o problema da estigmatizaçao psiquiátrica. Quantos doenças diagnosticadas, provavelmente, de forma precipitada, desnecessariamente. Que coisa louca! E esse estigma de Drapetomania instituído aos escravos que lutavam pela sua liberdade, incrível, desconhecia isso. Agora, essa historia de rotular as mulheres de histéricas, ou de Piti, em qualquer situação de protesto, conflito, no meu tempo, era uma realidade. A minha geração sofreu muito com essa injustiça.
Obrigada a você por compartilhar este vídeo tão bacana! Obrigada `a Rejane pela chamada sobre a sua importância!
Beijos!!!
Emilia
Por jacqueline abrantes gadelha
Quem dera participar desse evento! Thomas Szasz é fantástico! Ótimo vídeo!
Beijos,
Jacque