Saúde: um bem que para muitos não é necessário

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Realmente o ser humano tem um valor muito grande. Somos objetos de valor para hospitais e consumidores de drogas, ou seja, somos profundamente dependentes das indústrias farmacêuticas. Quanto mais relapsos com a saúde, mais pessoas lucram com nossas doenças. Como nutricionista, não posso negar que dependo do seu mal-estar e de sua insatisfação com o corpo, mas posso também ser uma promotora da saúde e trabalhar diretamente com prevenção, sendo que esse é um foco que caminha a passos largos em nossa política.

O mercado de alimentos estimula o ganho de peso, beneficiando-se com o nosso consumo excessivo e nossos maus hábitos. As clínicas de estética se beneficiam com nossa insatisfação. Sinto que somos demagogos de nossa própria existência, fato esse comprovado quando pessoas que são extremamente sensíveis a crueldade com os animais usam cosméticos e artigos de beleza sem nem ao menos imaginar que tais produtos tiveram os animais como cobaias. Na verdade nem pensamos nisso, o fato é que não só os animais, mas nós mesmos somos cobaias e ao mesmo tempo caçadores de nossa própria existência.

Julgamo-nos super poderosos, mas perante qualquer enfermidade nos tornamos seres humanos frágeis e oprimidos. Diante disso se pudéssemos prever todo sofrimento que um dia poderíamos passar, será que faríamos algo diferente para mudar o rumo dessa história? Ou continuaríamos sendo relapsos com toda situação?

A nossa saúde pública não é gratuita, já que todos contribuem para que ela exista. A saúde privada é apenas um “privilégio” daqueles que podem pagar mais ou se sentem inseguros de depender do serviço público. Se usamos o privado, eles lucram e se usamos o público perdemos mais dinheiro, já que quanto mais aumentam as doenças, mais o governo gasta para tratá-las e mais dinheiro sai indiretamente de nossos bolsos. Simples não é mesmo?!

Se parássemos para pensar que muito daquilo que sai de nossos bolsos poderia ser evitado por meio da simples mudanças de hábitos alimentares, talvez todo esse quadro poderia ser passível de mudanças. Porém, enquanto as pessoas optarem por acreditar em comprimidos milagrosos (enriquecendo a indústria farmacêutica), creme anticelulite (enriquecendo as empresas de cosméticos), alimentos de maior densidade energética e menor custo (enriquecendo os fast foods), será bem difícil mudar o quadro geral da população e todos nós, invariavelmente, continuaremos perdendo dinheiro e principalmente tempo!

#ficaadica

Post originalmente publicado em ginettaamorim.wordpress.com