Agora são as aventuras do pica pau
Conforme prometido (embora com bastante atraso, eu reconheça), trago para os amigos da RHS notícias do nosso pica pau diabético. Como já havia citado no post sobre a Angelina, recebemos em nosso ambulatório um jovenzinho com diagnóstico de Diabetes tipo I. Embora o pequeno Yuri tenha chegado muito a vontade, cheio de sorrisos e pulando no colo de acadêmicas e funcionárias, a família veio cheia de receios, dúvidas e preocupações. Conversando com a mãe e o pai do nosso pequeno paciente, descobri que, assim como Pam, a hora da aplicação da insulina era um martírio para todos. Relatei nossa experiência exitosa com a Angelina e ofereci a mesma estratégia para utilizarmos com Yuri. Os pais gostaram da idéia e lá fui eu perguntar para o pequeno quem ele gostava de assistir na TV. A resposta veio rápida: "o pa-pau". A mãe logo traduziu dizendo que ele adorava o pica pau e assim, contando novamente com a habilidade e disponibilidade de minha querida mãe, chegou em Blumenau o pica pau diabético. Preparamos uma seringa com agulha sem ponta, frascos com água para imitar insulina e mostrei para o Yuri como fazer para aplicar a injeção no boneco. Resultado: segundo a mãe, hoje é a brincadeira preferida do menino, dar "pics" no pica pau. Orientamos os pais a tentarem transformar o momento da aplicação o mais suave possível, com música, dança e brincadeira, levando para o mundo da criança um assunto tão delicado como a Diabetes. Até o pai de Yuri, que disse morrer de medo de agulha, se encorajou a pegar na seringa. O controle do Diabetes de nosso gatinho está muito bom e a família mais tranquila em relação ao diagnóstico. Acredito que o acolhimento da equipe foi essencial para esse processo. A estratégia do uso do brinquedo tem se mostrado muito eficiente para conseguirmos discutir com as crianças as questões referentes a sua saúde, seja nas consultas individuais como nos encontros coletivos que temos proporcionado. Ganham os pacientes em qualidade de vida, ganham os profissionais com o aprendizado.
Abraços
Tati Caetano
Por patrinutri
Querida Tati, Mais uma vez emocionas em teu relato.
Esta possibilidade de ampliação da clínica e a criação de um novo sentido para o trabalho em saúde é puro ouro.
A possibilidade de estabelecer um forte vínculo com os usuários e criação de um fazer que acrescenta novos sentidos para o fazer diário tão embricado de más notícias, nos faz respirar ar puro.
Beijo grande desta tua grande fã!
Pat