OS 10+ DA HUMANESCÊNCIA
Marcos Sá de Paula – Novo Jornal, Natal-RN
https://novojornal.jor.br/blog/2011/11/01/os-10-da-pesquisadora-katia-brandao/#more-4063
Katia Brandão Cavalcanti, filha de João Cadmo e Dona Dedé, nasceu num lar espírita que combinava muito bem esporte com arte. Sempre com as irmãs Keila e Karla estavam tanto nas quadras de basquete como nos espetáculos de dança do Teatro Alberto Maranhão, destacando-se na patinação. Nos Jogos Escolares da década de 60, não podemos esquecer as grandes vitórias da Escola Doméstica no Palácio dos Esportes com uma torcida muito animada, tendo no comando D. Noilde Ramalho.
Quando terminou seus estudos na ED, foi para o Rio de Janeiro e lá concluiu a graduação em Educação Física na UFRJ. Depois, fez especialização em Lazer e Recreação na PUC de Porto Alegre, onde trabalhou em projetos comunitários pioneiros. Volta ao Rio para a Gama Filho atuando no curso de Educação Física e no Departamento Nacional do SESC como assessora na área do lazer. Katia não pára.
Além de concluir seu mestrado em Educação Física e doutorado em Filosofia, publica muitos trabalhos científicos sobre lazer, sendo convidada para cursos e palestras pelo Brasil e no exterior. Quando volta para Natal, era a única Doutora do Departamento de Educação Física da UFRN. Implanta a pós-graduação, cria grupo de pesquisa e coordena a reforma curricular de graduação.
Para respirar novos ares, vai para Portugal com bolsa do CNPq, quando se apaixona pela Física Quântica, passando esta a ser a sua base epistemológica para seus futuros estudos. Tudo parecia muito estranho, mas ela tinha encontrado o que buscava. Hoje, integra a linha de pesquisa Transdisciplinaridade e Cuidados Integrativos no Departamento de Saúde Coletiva da UFRN.
Como Psicanalista, adota a abordagem winnicottiana do brincar e da alegria de viver. No momento, está trabalhando para a publicação de alguns livros e analisa convites de universidades brasileiras e estrangeiras para retomar as atividades acadêmicas no próximo ano. Da sua produção científica, destacamos a Teoria da Humanescência e por esta razão, pedimos a Katia que apresentasse os 10 personalidades que mais contribuíram para a construção dessa sua teoria.
1 Jesus Cristo – Desde muito cedo aprendi com os meus pais a importância da pessoa ter luz própria, de buscar a sua autonomia, a sua singularidade. Ensinamento muito claro do evangelho de Jesus: fazer brilhar a nossa luz! Com a poesia de Gibran, “Jesus Filho do Homem” tornou-se um inseparável companheiro nos desafios fora da minha terra Natal. Qual seria a missão no mundo? Uma certeza: fazer brilhar a minha própria luz! Da minha janela no Cosme Velho, podia contemplar o Cristo Redentor de braços abertos sobre a Humanidade;
2 Allan Kardec – Como espírita, a missão de Kardec me fascinava. Grande educador, homem de cultura vastíssima, sintonizado com as descobertas científicas do seu tempo. Fenômenos transcorporais ainda inexplicáveis despertaram a sua atenção. Foi buscar a colaboração de cientistas como o inglês William Crookes para elucidar certas questões. O conceito de bicorporeidade surge para mim de forma muito enigmática. Sabia que estava diante de um grande desafio acadêmico. A caminhada seria longa e árdua!
3 Fritjof Capra – Meu encontro com o “O Tao da Física” mostrou que devemos perguntar para nós mesmo se no nosso caminho há um coração pulsando… Buscar explicações científicas para as nossas emoções estéticas como contemplar o céu numa noite de lua cheia era uma perspectiva desafiadora. Entrar no fabuloso mundo dos conceitos quânticos exigiu vivenciar esta dança cósmica em tempo integral fora do Brasil para compreender melhor “O Ponto de Mutação” e “A Teia da Vida”. Assim entrei na rede dos amigos da teoria quântica…
4 Ken Wilber – Penetrando um pouco mais nas sutilezas do mundo quântico, “O Paradigma Holográfico” de Ken Wilber ampliou as minhas reflexões sobre as fronteiras da ciência. Os conceitos de ordem implicada e de holomovimento de David Bohm passaram a integrar os meus pressupostos teóricos para o estudo da corporeidade durante o meu pós-doutorado. Para a produção dos novos saberes, adotei a recomendação holográfica de trabalhar em alta energia para corporalizar processos cognitivos emocionalmente significativos;
5 Wolfgang Pauli – Tendo o princípio de incerteza de Heisenberg relativamente corporalizado, o encontro com o princípio da não-localidade de Pauli desconfigurava as estruturas teóricas dominantes para o estudo do corpo e da corporeidade em profundidade. A vida intelectual de Pauli me entusiasmava pelo rigor científico que adotava e pela valorização da intuição na elaboração das teorias científicas. O conceito de sincronicidade formulado em parceria com Jung sinalizava a necessidade de se estabelecer relações entre o corporal e o transcorporal;
6 Erwin Schöndinger – “O Que é a Vida?”: um pequeno livro escrito por um Nobel de Física que marcou a trajetória intelectual de muitos pesquisadores e a minha também. Ciência e Filosofia estavam sempre ao seu lado. Seu famoso experimento mental demonstra funções de onda reais para um “gato vivo” e um “gato morto”. Ensinamento extraordinário para compreender a complexidade da vida e da morte. Em “Mente e Matéria” traz Spinoza para a discussão corpo e mente. Entusiasmada, fui buscar o filósofo para ter um encontro com a luminescência humana;
7 Baruch de Spinoza – A “Ética” de Spinoza é a ética da alegria, a ética da felicidade! Muito antes do convite de António Damásio para mergulhar na ciência das emoções e dos sentimentos com Spinoza, já existia grande envolvimento amoroso com o filósofo holandês. A alegria conduz a uma perfeição maior à medida que podemos irradiá-la para si mesmo e para o mundo. Esta compreensão possibilitou o salto quântico para a formulação epistemológica do conceito de humanescência. Uma grande descoberta confirmada por muitas sincronicidades;
8 John Pierrakos – Criador da bioenergética com Alexander Lowen a partir da psicossomática de Wilhelm Reich, Pierrakos foi mais além quando concebeu a “Energética da Essência”, buscando compreender a capacidade de amar e de curar. Observando os campos da energia do ser humano com tecnologia apropriada, desenvolveu abordagens clínicas para analisar as expressões energéticas luminosas que irradiam do corpo humano, especialmente do sistema de chakras. Sua pesquisa clínica contribuiu para fortalecer a epistemologia da humanescência;
9 Viktor Frankl – Fui levada por Spinoza a um reencontro com Viktor Frankl: uma nova ética para um novo sentido da vida! “A Tese do Otimismo Trágico” destaca ao final um pensamento de Spinoza: “Tudo que é grande é tão difícil de compreender quanto de encontrar”. A busca de sentido para a nossa vida exige um mergulho nas profundezas da nossa alma, do interior para o exterior. Este fenômeno que irradia de luz o nosso ser é a nossa humanescência que busca a perfeição como luminescência maior… Fazer brilhar a nossa luz é, portanto, fazer humanescer o nosso espírito!
10 Konstantin Korotkov – A abordagem científica para o estudo da humanescência me levou ao encontro com a bioeletrografia, tendo feito a formação básica e avançada na IUMAB – International Union of Medical & Applied Bioelectrography com o físico Newton Milhomens, quando fui apresentada ao padrão de interpretação bioeletrográfico do russo Konstantin Korotkov, hoje presidente da IUMAB com sede na Finlândia e criador da tecnologia GDV que utiliza a visualização da descarga de gás para análise dos biocampos luminescentes do ser humano.
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Por Katia Brandão Cavalcanti
Agradeço ao meu amigo Marcos Sá, do Novo Jornal, a oportunidade de apresentar uma síntese sobre 10 personalidades que contribuíram para a construção da Teoria da Humanescência.