BULLYNG INSTITUCIONAL: DESUMANIZAÇÃO

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São atos de violência física e/ou psicológica, intencionais, repetidas e que adoece as vítimas. Refere-se muito ao bullyng nas escolas, mas ele está presente em vários segmentos, inclusive em instituições de saúde. È neste segmento que iremos focar este texto.
Nas instituições o fenômeno costuma ser indireto, sutil, caracterizando agressão social e entre várias conseqüências trás o isolamento social da vítima e ainda atinge pessoas que sociabilizam com esta.

 

Representa um perigo para o trabalhador, pois ameaça sua vida e instala o adoecimento. A freqüência do ato é maior com recém-chegados à instituição. Estes são perseguidos pelos veteranos e descompromissados, que disseminam pessimismo e destroem valores, tornando-se mais grave quando o agressor ocupa cargos de gerências. Creiam, a situação é mais freqüente do que se imagina.
 

   Este comportamento desumano não se restringe apenas aos colegas de trabalho, mas chega também aos usuários do serviço, detectamos pela falta da escuta, banalização das necessidades e direitos dos usuários, tratamento com soberba,etc.
É imperativa a reversão de tão nefasta cultura. Sabemos que cada um se comporta de forma diferente, por terem vivências diversas de vida , mas sempre se pode aprender a administrar as manifestações públicas de comportamento. Há quem acredite que estas coisas vêm de berço, concordo, mas também creio que a educação estimula a criticidade, o pensar, a desenvolver o senso moral. Nós somos nossos próprios construtores e apesar das experiências negativas que por acaso alguns tenham trazidos para o ambiente social em que vivem, é possível internalizar práticas democráticas e civilizadas.
 

  Nas instituições são criados canais que, supostamente, têm a função de assegurar direitos. Eles existem de fato, mas se faz necessário a adoção de mecanismos para que as queixas sejam investigadas com agilidade e tenham como resultado a disciplina. Talvez, se faça necessário a criação de programas de “segurança pública” dentro de certas instituições.
Deixemos de enxergar atitudes ( des)humanas sob uma ótica do natural e normal, deixemos de lado explicações simplistas do tipo “ agem desta forma, por terem sido vítimas de negligência”. Caso os sujeitos em questão, tenham problemas psiquiátricos, que os tratem antes de assumirem funções que exigem comportamentos coerentes com o humano. O normal é que as pessoas procurem superar suas dificuldades e entendam que sensibilidade é matéria-prima para a razão.
Fui, há uns dois anos atrás, vítima deste tipo de violência ( na forma social,psicológica) e fez um estrago imenso. Porém, por entender a polaridade da vida e ter consciência de ser livre não reproduzo o tratamento recebido.
 

 Faz-se necessário, na busca pela humanização do SUS, contratar profissionais não apenas por se destacarem nas provas de concursos, mas buscar integrantes que entendam e aceitem a cidadania, com perfil para mediadores de mudanças. Tendo conhecimento da educação permanente, talvez ela possa ter papel determinante também na formação das condições necessárias para a melhoria desta situação.

Honilda Camêlo/ A. Social/ Maceió AL/ Novembro de 2011