O público e o privado na saúde:
O documentário me fez pensar muito sobre algumas notícias e matérias recentemente veiculadas nos jornais, tanto nacionais quanto internacionais.
Como a autora do "post" comenta, parece existir um "filtro" que a mídia aplica sobre as informações que chegam até nós.
Cabe, então, um questionamento mas, primeiro, algumas considerações:
1) como dito anteriormente, praticamente tudo (para não dizer TUDO) o que é transmitido pela mídia em QUALQUER país é tendencioso, e vai mostrar apenas o que quem detém o poder sobre ela quer, e esse poder é perpassado por interesses diversos;
2) o autor do documentário é de natural dos Estados-Unidos, e possui aproximadamente seis livros publicados e ao menos oito filmes dirigidos, todos sob a forma de "ataque" ao governo norte-americano; e
3) a história cinematográfica norte-americana é, por excelência, altamente tendenciosa.
Desta forma, quão fidedigna são as informações apresentadas no documentário?
Acredito que ocorre exatamente o que se passa aqui, conosco. O documentário apresenta apenas os pontos deficitários de um país, e apenas os pontos fortes dos demais.
Um ponto bem marcante do filme que gostaria de chamar a atenção é quando é mostrado a diferença do valor dos medicamentos, relacionando Cuba aos Estados-Unidos. Mas qual é a renda per-capita de um e de outro? A cubana é de aproximadamente U$1.900 (que é inferior a do estado de Sergipe, segundo dados da Revista Isto É), já a norte-americana é de aproximadamente U$29.000 (mais de 15 vezes).
De que adianta ter medicamentos baratos, se os salários não te dão condições de pagar essa "mixaria" por eles?
No documentário ocorre o mesmo que acontece se tentasse-mos comparar o plano de previdência público brasileiro com de outros países: se não for considerada a realidade do país como, por exemplo, a expectativa de vida, como criticar o sistema brasileiro comparando-o com o de um país onde o homem vive no máximo até os 45 anos? (no Brasil, esta expectativa é de mais de 70 anos)
A comparação torna-se infundamentada!
Ao invés de comparar o SUS com o sistema de saúde de outro país, dever-se-ia, sim, concentrar-se nas potencialidades que ele apresenta e as oportunidades de inovação e melhoria para incrementá-lo, e não "copiar" o aplicado em algum lugar distante desconsiderando a história de evolução de nosso tão difamado sistema.
Por Douglas Casarotto de Oliveira
Oi Luis,
Bacana tua reflexão, principalmente por tb conseguir problematizar o documentário assistido. Com certeza, como todas as produções, sejam cientificas, artisticas, culturais, as escolhas do diretor não foram imparciais… assim como a escolha por trabalhar em aula um filme que apresenta esse contraste entre sistemas publicos e privado…assim uma obra pode se prestar como uma dispositivo pra produzir alguns efeitos, em nosso caso alguns deles estão aparecendo nessa rede…
Sobre apostar nas potencialidades e não copiar modelos de outros paises, acho que é por aí mesmo… inclusive a proposta da Política Nacional de Humanização fez justamente esse movimento, ver as práticas do SUS que dão certo, ver seus pressupostos e socializa-las através da PNH que tranversaliza todo o sistema… qdo aprofundarmos essa política espero que esse movimento fique mais claro…
abraço
douglas