“SE A GENTE QUISER, SE A GENTE FIZER, O SUS QUE DÁ CERTO DÁ PÉ…”

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O Coletivo PNH/ABS/FMS em Teresina/PI realiza a II Oficina: Articulando Humanização, Apoio institucional e Organização dos Processos de Trabalho na ABS. Desde o início de 2011 a Fundação Municipal de Saúde, em articulação com a PNH e a ABS vêm trabalhando nessa perspectiva de organização do processo de trabalho na Atenção Primária com o objetivo de qualificar os trabalhadores e a atenção prestada nesse nível de atenção e garantir a ampliação do acesso a esses serviços. Buscou-se provocar os atores participantes através da reflexão sobre o apoio institucional no SUS e da discussão sobre as ferramentas para a organização dos processos de trabalho.

O evento foi planejado pelo grupo gestor da PNH-ABS-FMS de Teresina, amparado pela apoiadora do MS referência para o Estado na PNH, Annatália Gomes e coordenado pela Gerente de Ações Programáticas/Coordenadora da PNH no município de Teresina Maria Vieira de Moraes e Adriana Valadares, Gerente de Atenção Básica da FMS. Participaram do primeiro momento um total de 38 participantes, entre Coordenadores das Regionais de Saúde da FMS, Supervisores da ABS, Gerência da Atenção Básica da FMS, Coordenação da Atenção Básica do Estado do Piauí, Gerência de Planejamento da FMS, Coordenação de Ações Estratégicas, Coordenação de Ações Assistenciais, Gerências de Ações Programáticas/Humanização, Apoiadores da PNH no município de Teresina,Conselho Estadual de Saúde, Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade, Grupo Gestor da PNH na FMS, Apoiadora Estadual de Redes do MS, Apoiadora do MS para o projeto QualiSUS e Apoiadora do MS para a Rede Cegonha.

A oficina teve início com um acolhimento musicalizado promovido pela apoiadora da PNH no Estado e cantora/compositora Eloides Gonçalves, com o refrão: “se a gente quiser, se a gente fizer, o sus que dá certo dá pé…” que deu origem ao título do nosso post.
A programação do momento contou com uma plenária participativa onde, através de uma metodologia de formação de grupos entre os presentes, discussão e preenchimento de tarjetas consensuadas no grupo, estimulou-se a reflexão pelos presentes do que seria o apoio institucional, suas características e ações na atenção primária. Como resultado da discussão nos grupos apresentaram-se como definições para o que é apoio institucional: estratégia metodólogica, problematização da realidade, construção “em ato”, feita por equipes, fazer com/como/fazer, grupalidade, intervenção, qualificação das ações, facilitador de processos, educador, apoio e acolhimento. Como características do apoio surgiram: contagiar atores, trabalhar em redes, “estar com…”, mudança de práticas, articulador, ativador de coletivos e promotor da autonomia dos sujeitos. Para as ações do apoio na atenção primária foram citados: apoiador institucional, facilitador, práticas de intervenção, apoio matricial, mediação de conflitos, transformação, enfrentamento de desafios e história.

Em seguida, houve exposição dialogada do instrumento de auto-avaliação AMAQ pela Coordenadora de Gestão da ABS do Estado do Piauí Luciana Sena Sousa, apresentando-se e discutindo-se seus conceitos e a operacionalização do instumento na avaliação dos processos de trabalho na ABS. Um produto importante do primeiro momento foi a agenda pactuada para o dia 30/04 pela Coordenadora Estadual da ABS Luciana Sousa com a gerente da Atenção Básica do município de Teresina Adriana Maria de Farias Carvalho articulada pela apoiadora da PNH Annatália Gomes com intenção de dar continuidade a discussão iniciada nesse momento.

No segundo momento, com um público de 20 participantes, somente os supervisores da ABS de Teresina foram provocados para experimentar o AMAQ como instrumento avaliador dos processos de trabalho na Atenção Primária, em um exercício de prática simulada. Metodologicamente optou-se novamente pela divisão em grupos de trabalho e simulou-se a aplicação do instrumento do AMAQ, com posterior apresentação pelos grupos formados dos desafios experimentados nessa simulação.
Surgiram como desafios apontados pelos grupos: na subdimensão dos insumos imunobiológicos e medicamentos o instrumento é de fácil aplicação, pois o instrumento fornece um anexo que subsidia o preenchimento e que os medicamentos nos casos de urgência se apresentam como um quesito muito insatisfatório; questionou-se quem seria o responsável pela estrutura física da Unidade Básica de Saúde na manutenção preventiva dos equipamentos, na aplicação do instrumento chama-se simplesmente gestão, mas não há clareza na prática de quem seria o representante da gestão; colocou-se que em geral o instrumento é de fácil preenchimento e aplicação; definir os gestores na dinâmica da FMS dentro do colocado no instrumento para facilitar o posicionamento quando do preenchimento do instrumento; dificuldade de se avaliar a qualidade, devido seu aspecto subjetivo; dentro do instrumento compreendeu-se que qualificação não é somente capacitar, que a qualificação do profissional que está na ponta não está restrita a capacitações da educação continuada e há maior necessidade dos supervisores e gestores estarem capacitados a saber discernir o que seria para esses profissionais estar qualificado; necessidade de pactuar com a gestão macro os instrumentos a serem utilizados na avaliação, pois ele é quem uniformiza os processos avaliativos, decidindo-se pela utilização de um instrumento único; todos concordaram que o AMAQ deveria ser esse instrumento.

Como encaminhamento desse momento surgiu a definição de iniciar o trabalho com o AMAQ, aqueles que ainda não começaram e os que já vinham na prática avaliativa com o AMQ a fazerem a transição para o AMAQ. A Gerente da Atenção Básica compromete-se a reunir-se com a Coordenação de Ações Estratégicas e tratar dessa negociação para definir o AMAQ como instrumento de avaliação único da ABS no município. Dia 24/04/12 fica como data da próxima reunião onde se trarão dúvidas e dificuldades do instrumento e a resposta da Gerência. Alguns supervisores elaborarão check-list para alguns parãmetros visando tornar os critérios do instrumento mais claros e adequados a realidade do município de Teresina.

Eloides Gonçalves, Paula Guerra e Annatália Gomes.