Compartilhando os resultados/efeitos da oficina de apoiadores institucionais.

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Nos dias 05 e 06 do mês em curso, a Escola Fazendária do Estado do Piaui sediou a Oficina Estadual para Apoiadores Institucionais, envolvendo a participação dos apoiadores vinculados aos Comitês de humanização do Estado e do  município, entre eles: Ana Eulálio (Referência da PNH no Estado) e Maria Vieira ( referência no município),  e ainda dois representantes de cada coordenação regional de saúde do Estado.
O evento contou ainda com a participação do Gustavo Nunes (Coordenador da PNH/MS), Annatália Gomes (Consultora do MS para a PNH no Estado do Piaui) e Jeane Félix  (Núcleo Técnico da PNH/MS) e com a presença de alguns residentes do Curso de Residência da Saúde da Família/UESPI.
A programação do dia 6 foi liderada pelo Gustavo Nunes, que trabalhou dois temas:  Apoio Institucional: conceito, características e sua relação com a PNH; A função do Apoio Institucional na Atenção Básica: desafios e possibilidades.

Vale destacar alguns aspectos relevantes sobre a função apoio, discutidos pelo Coordenador.
“APOIAR É FAZER JUNTO E NÃO POR, PARA”… É ajudar na construção de grupalidades mais solidárias, o que implica construir condições para se pôr em análise afetos, saberes e práticas das equipes/trabalhadores. Contribuir com os coletivos para o reposicionamento de processos de trabalho, o que efetivamente aparece como condição da produção de novos modos de cuidar e de gerir. Dessa forma, o apoio é atividade que pressupõe a formação de vínculos entre apoiador e equipes, sem o qual a sua posição com profissional de referência não se efetiva. Assim, o apoio é um modo de fazer baseado na interação e na troca,  permitindo por em discussão modos de funcionamento dos grupos/equipes e da organização. Pôr em questão exige que se enfrente temas temidos, pactos não explícitos, mal-estares que se produzem nas relações de trabalho.”

Dentro dessa lógica, a função apoio é colocada como um processo de conexão e de articulação entre as equipes de trabalho, no intuito de colocar em análise os processos de trabalho, buscando construir coletivamente formas para lidar com as demandas desafiadoras. É portanto uma ação que se dá a partir do encontro com o outro. É uma co-produção, favorecendo mudanças com impacto na humanização das práticas de trabalho. 
“É preciso pensar em arranjos para o apoio funcionar. Não conseguimos fazer apoios telepáticos. É um processo de presença, de encontros entre os sujeitos para olhar e analisar os problemas demandados. É produção do comum, espaço coletivo.” Enfatizou Gustavo Nunes. Após as suas explanações, foram formados vários grupos de trabalho para discussão de questões sobre a função apoio, enfatizando conceitos, identificando experiências de apoio, os desafios e possibilidades na realidade trabalhada.
No dia seguinte, houve as apresentações dos grupos de trabalho, com as seguintes constatações: A gestão dos serviços ainda se dá dentro de uma cultura hierarquizada, onde os sujeitos estão acostumados a receberem ordem; o controle social ainda é reduzido, a população apenas cobra, não participa; ainda há uma certa resistência dos profissionais que pouco compreendem e pouco valorizam as políticas públicas e a humanização da saúde. É necessário que haja mudanças de paradigmas, quebra de resistências, fomento de mudanças no processo de formação profissional, mudanças no agir e gerir profissional, concluíram as equipes de trabalho.
Por fim, foi disparada uma grande roda pelas consultoras do MS: Annatália e Jeane, para um fechamento dos trabalhos e avaliação do evento. Como encaminhamentos destacaram-se: Homenagem à Enfermeira Maria Vieira, pelo profissionalismo e dedicação dispensada à saúde pública do Estado, há mais de 30 anos de trabalho; Constituição de um grupo de apoiadores no Estado; construção de um plano de ação no âmbito estadual e municipal para o apoio institucional; continuidade do processo formativo/oficinas para os apoiadores; construção de um Kit de material/documentos para estudo e ampliação do conhecimento sobre o apoio institucional e integrado.
Na avaliação dos participantes, a oficina foi bastante produtiva; esclarecedora; instigante; motivadora; conectiva; desafiadora para mudanças; interativa; rica em ideias, compartilhamentos, conhecimentos e afetos…Valeu!