Produção do comum inicia o debate do Coletivo Ampliado da PNH

28 votos


Os 160 participantes do Coletivo Ampliado da PNH começaram o debate em torno da produção do comum.

A reflexão do pesquisador Giuseppe Cocco retomou a dimensão constituinte do SUS e a noção de humanismo e poder, propostas pelos pesquisadores Regina Benevides e Eduardo Passos em texto base para o encontro.Segundo ele, a produção do comum hoje é produção de subjetividade e para se pensar o que pode o SUS, é preciso reconhecer o comum como condição prévia, e reconhecer os desafios entre a garantia de direitos, cidadania e trabalho. “É importante passar do pensamento de direitos como trabalho, para se pensar o trabalho dos direitos. A qualidade do trabalho dependerá da qualidade dos direitos, e produzir  comum implica então,  em uma nova institucionalidade, para além do público e privado. O desafio é reconhecer o que o comum pode para além do que está no mercado”, afirmou.

O diretor do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas e ex- coordenador da PNH Dário Pasche lembrou que a PNH produziu um paradoxo no SUS: há um SUS que dá certo, representado pela experimentação dessa política e um SUS que ainda não funciona da forma como a população precisa.  “A humanização não é uma antítese à desumanização, não é isso que funda a PNH, mas sim o valor do cuidado.O método da PNH não dá escolha: sem luta e inclusão do outro não há possibilidade de se humanizar o SUS. Esse é o caminho guia da PNH, com um respeito à democracia, tentando garantir a participação das pessoas para que compartilhem de seus direitos. Nãoo basta apenas acessar seus direitos, acessar o SUS, é necessário que o acesso produza cidadania”, afirmou.

O espaço para debate levantou diferentes  questionamentos e críticas em várias frentes, como a atuação dos  apoiadores do Ministério da Saúde nos territórios, muitos deles com perfil  mais fiscalizatório do que de apoiadores institucionais e o papel da PNH que passa, na visão de alguns participantes, por um momento de maturidade política. O adoecimento dos trabalhadores, o controle social e a participação dos usuários também foram apontados como pautas pouco apropriadas pela PNH, mas fundamentais para se produzir o comum no SUS. A PNH foi questionada inclusive,  não como lugar do comum, mas do diferente.

À tarde, haverá a participação dos pesquisadores Tulio Franco e Rogério da Costa. Ao longo de todo o dia vamos continuar tentando transmitir o evento pela  Sala de Eventos da Rede HumanizaSUS.

Acesse e participe via chat!