“A Ilha Deserta” nos inspira em Florianópolis…
https://www.scribd.com/doc/17303436/A-Ilha-Deserta-Completa-Gilles-Deleuze
6 Comentários
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Por Ricardo Teixeira
Foi numa inspiração ilhéu que você escolheu a cidade de Areias para classificar seu post?
Beijos
É claro, meu amigo! E também porque a busca por cidade é um tanto quanto escorregadia… como um peixe nas mãos…ahahahah.
Por Luciane Régio
Muito lindo, Iza. Com essa referência, melhor! Já que lembrou, aproveitarei para ler algumas passagens de novo. Me conta alguma!? 🙂
Bjos,
Lu
CAUSAS E RAZÕES DAS ILHAS DESERTAS
Os geógrafos dizem que há dois tipos de ilhas. Eis uma informação preciosa para a imaginação, porque ela aí encontra uma confirmação daquilo que, por outro lado, já sabia. Não é o único caso em que a ciência torna a mitologia mais material e em que a mitologia torna a ciência mais animada. As ilhas continentais são ilhas acidentais, ilhas derivadas: estão separadas de um continente, nasceram de uma desarticulação, de uma erosão, de uma fratura, sobrevivem pela absorção daquilo que as retinha. As ilhas oceânicas são ilhas originárias, essenciais: ora são constituídas de corais, apresentando-nos um verdadeiro organismo, ora surgem de erupções submarinas, trazendo ao ar livre um movimento vindo de baixo; algumas emergem lentamente, outras também desaparecem e retornam sem que haja tempo para anexá-las. Esses dois tipos de ilhas, originárias ou continentais, dão testemunho de uma oposição profunda entre o oceano e a terra ( Deleuze ).
Lu,
Já começa assim, mostrando que a mitologia anima a ciência. Aliás, elas se fertilizam entre si. Quando o olhar pode fazer estas misturas entre "reinos", qualquer análise se torna muito mais viva e interessante.
"Mas tudo o que nos dizia a geografia sobre dois tipos de ilhas, a imaginação já o sabia por sua conta e de uma outra maneira. O impulso do homem, esse que o conduz em direção às ilhas, retoma o duplo movimento que produz as ilhas em si mesmas. Sonhar ilhas, com angústia ou alegria, pouco importa, é sonhar que se está separando, ou que já se está separado, longe dos continentes, que se está só ou perdido; ou, então, é sonhar que se parte de zero, que se recria, que se recomeça".
Por Maria Luiza Carrilho Sardenberg