Psicologia, teatro e saúde.
Como tarefa estabelecida pelo professor Douglas Casarotto na aula de Psicologia da Saúde e a partir da leitura de publicação feita nos Anais do Primeiro seminário sobre a política nacional e promoção de saúde, irei expor meu entendimento sobre como a arte em suas diversas abordagens pode auxiliar na interação entre promotores de saúde e comunidades que a carecem ser alcançados por essa prática.
No caso específico, falarei sobre a proposta da prefeitura de Santana da Parnaíba, no Piauí, que inovou ao capacitar agentes de saúde a levarem o conhecimento de forma lúdica, nesse caso utilizando métodos das artes cênicas, que em uma forma simples e esclarecedora, permite que a comunidade seja integrada ao trabalho proposto e não somente fique como expectador, mas interaja com seus colaboradores.
Essa é uma intervenção que se entrelaça com o texto estudado em aula: “Clínica e saúde coletiva compartilhadas: teoria Paidéia e reformulação ampliada do trabalho em saúde”, de Gastão Wagner de Sousa Campos (2006) em que a teoria Paideia trata de estimular a autonomia, fomentar a capacidade de reflexão do sujeito do seu ambiente, cultura e situação sócio cultural, bem como a interação com outros membros da comunidade que se encontram. Conforme descrito pelo autor citado: “Para a teoria Paidéia a autonomia é a capacidade de compreender e de agir sobre si e sobre o contexto, estabelecendo compromissos e contratos com desejo, interesse e valores dos sujeitos. Esta capacidade não é um dom natural, inerente ao conjunto dos seres humanos ou alguns privilegiados.” (Campos, 2006).
Pelo viés do riso e do lúdico, se possibilita uma maior integração entre profissionais da saúde e comunidade. Essa é uma abordagem bem mais produtiva do que as cansativas palestras, em que apenas um lado é detentor do conhecimento.Com o teatro existe a troca, a interação, a participação.
Assim, temos como doenças sexualmente transmissíveis, dengue,
vacinação, alcoolismo, tabagismo, aleitamento materno, pré-natal e
outros, são abordados pelo grupo de Teatro dos agentes comunitários.
(Chagas,2009)
Entendo assim que o a clínica ampliada coexiste com o olhar ampliado de quem está disposto colocá-la em prática, partindo da singularidade de cada sujeito e sua subjetividade, para então buscar em conjunto, uma melhor qualidade de vida e a vontade de encontar novas perspectivas, saindo do habitual, da teoria ou práticas engessadas, trazendo a leveza da arte para situações de risco.
REFERÊNCIAS:
– CAMPOS, G. W. de S. Clínica e Saúde Coletiva compartilhadas: teoria Paidéia e reformulação ampliada do trabalho em saúde. In: Minayo C,et al., organizadores. Tratado de Saúde Coletiva. São Paulo: Hucitec; 2006.
-CHAGAS, F. Promoção dea Saúde com Arte: Teatro dos Agentes Comunitários de saúde(TACS): Promoção da saúde como Personagem Principal. Locais. IN: I Seminário sobre a Política Nacional de Promoção da Saúde. Anais. Brasília: Ministério da Saúde, 2009.
Por paulabiazus
"Com o teatro existe a troca, a interação, a participação."
E nada mais lindo pra combinar com o tema. Lindo e digno.
Como já comentado com outros colegas, a Paideia tem dado o que falar. Oxalá!
Resgatei essa parte dos anais que escolheste, pois ele diz muito de ti, muito do teu percurso acadêmico: a busca pela interação, pela troca efetiva, pela intensidade em cada coisa que fazes.
Sou a favor de todas as propostas que visem a construção de possibilidades, de um bem além do bem, um bem que se reproduza e que diz muito a respeito sobre promoção de saúde. Através dessa tua breve exposição posso afirmar que gostaria que Santana do Parnaíba fosse ali dobrando a esquina, só pra assistir essa magia acontecendo.
(re) Bem-vinda ao RHS!