“Hospital não é bom não, nada como a casa da gente”
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Quantas palavras presas na garganta…
Quantos sentidos não percebidos…
Quantos sentimentos mudos e silenciosos
Da sofrida dor em silêncio, olhares que se cruzam
Gestos que falam mais do que palavras
Servidão que toca uma canção em desarmonia
Poder que se impõe em nome da hierarquia
Ou ironicamente da vida
Vidas desperdiçadas, escuta perdida
E tudo que se quer é ir para casa…espaço de autonomia,
Lá no lar, posso ser livre, ser eu mesmo,
Não estou à mercê de quem vem fazer o que quer comigo,
A depender de sua educação e de seu humor.
Quero ir para casa…para meu cantinho…onde posso existir por mim mesmo.
Lá no lar tenho identidade, nome, hábitos e preferências
Enquanto isso… o tempo pára
Ingrato comigo, me faz câmara lenta
O que me sustenta aqui é a fé, os amigos que encontrei.
Alguém pode me ver?
Estou aqui, à sua frente, sou eu… eu sou o José, a Maria, a Luíza…
Tenho história, família, gosto de prosar
Quero que me olhe na cara, fale de jeito que eu entenda
Uma palavra de conforto
Dê atenção, carinho, conforto e segurança
Gosto de educação e ser bem recebido
Que nem na minha casa.
Mas hospital não é bom, não.
Por melhor que seja, nada melhor que a casa da gente
Por que lá sou gente.
GOMES, Annatália Meneses de Amorim
Por Erasmo Ruiz
É isso minha caríssima compamheira de jornada! As vezes ouço "rabos" de conversa de trabalhadores que reclamam dos pacientes "chatos", "exigentes", "querelantes" que estariam cegos a tudo de bom que podemos fazer por eles. O problema é que,por mais que seja bom o acolhimento, a ambiência e o tônus do afeto, ainda assim, temos que ter consciência do limite: "nada melhor do que a casa da gente". A depnder de cada caso, a vontade do retorno, de mãos dadqas com a necessidade de saúde, acaba meio que nublando o olhar. Bj e carinho!
ERASMO