Estou internada em um hospital, num quarto com duas camas, com banheiro privativo no quarto
Da janela posso ver o mar, pois o hospital fica no alto, de onde a vista é maravilhosa!
Olhar pela janela por alguns momentos, me faz desejar viver, observar o mar, o sol, o entardecer, a noite!
Meu familiares me trouxeram uma tv que divido gentilmente com minha companheira de quarto, que também aguarda uma cirurgia, assim como eu.
Este compartilhamento me permitiu quebrar o gelo e puxar uma bela conversa com ela, que pelo convívio já se torna uma grande amiga.
Como também estamos vivenciando experiências semelhantes, falamos sobre nossas expectativas de melhora e sobre o serviço que nos está sendo oferecido. Isto é muito bom, pois concluímos que a equipe tem feito o seu melhor e se podemos desejar um atendimento mais sofisticado, o essencial não nos falta.
O que nos deixa mais confiantes é a capacidade técnica de quem lida conosco, pois é uma instituição cadastrada como "de ensino", o que de certa forma estabelece um vínculo de aperfeiçoamento a esta equipe.
Nossa tranqüilidade durante este tempo também está relacionada ao fato de que este hospital é público e que estamos recebendo o mesmo tratamento que os demais pacientes, e que após acabar o tempo de tratamento que o plano de saúde deles pagará ao hospital, ainda assim continuarão sendo assistidos da mesma forma que antes, sem talvez certas regalias como apartamento individual e acompanhante no quarto. Mas em relação a seu tratamento de saúde nenhum prejuízo ocorrerá.
Conversando com alguns funcionários, descobrimos que eles têm alguns problemas, mas que o hospital tem um GTH que discute estas questões e busca coletivamente soluções.
Mas sabem que é um processo lento, mas estão se sentindo mais valorizados como trabalhadores, pois estão podendo falar o que pensam sobre seu fazer e também sobre os procedimentos que realizam comigo e minha companheira de quarto.
Hoje farei a cirurgia e algumas pessoas da equipe já me explicaram o que vai me acontecer e como poderei me sentir depois disso. Isto me deixou menos ansiosa.
Só sinto que não posso ter um acompanhante, pois a estrutura física do hospital não dá para acomodar mais duas pessoas no quarto. Mas soube que eles vêm discutindo a possibilidade de ampliar o tempo de visita, para que eu possa em outra ocasião ficar a maior parte do tempo com meus familiares e amigos.
Não estão acreditando na minha história?
Mas pode acreditar!
Este hospital existe, embora não esteja verdadeiramente internada, mas as outras coisas que relatei são plenamente reais e é tudo através do SUS.
Este é um dos motivos que me fazem me orgulhar de viver no Brasil!
(Escrito a partir do texto Admirável Hospital Novo do colega, consultor da PNH, Erasmo Ruiz, colaborador desta Rede!)
Patrícia S. C. Silva
Blumenau SC
Por jacqueline abrantes gadelha
Muito interessante a ponte feita com o texto de Erasmo! Faz a gente querer construir mais e mais o SUS.
um grande abraço,
Jacqueline