BEBER NAS ÁGUAS DA EDUCAÇÃO PERMANENTE
Que fonte é esta de onde jorra novos saberes?
É uma fonte formada de gotas e orvalhos que se transforma em poço de sabedoria. É como água de beber que sacia nossa sede e nos hidrata dia após dia.
As gotas e orvalhos são leves e belas como a leveza do vôo do beija-flor, como a beleza de um bando de aves de arribação.
Por que a beleza e leveza do beija-flor são sempre únicas aos olhos de quem ver?
Por que as aves de arribação percebem a mudança do tempo e da estação?
Por que? Porque tudo muda. Tudo passa por transformação. Os processos e a mente da gente.
A vida, o ser, o tempo e o território mudam se correrem nas águas da educação permanente.
Há, mas tudo muda! Mesmo que não haja educação!
Mas com educação a mudança é conseqüente, com os pés no chão e o olhar à frente.
Assim, uma gota não é só uma gota, um orvalho não é som um orvalho. É lago. É rio. É mar. É oceano.
Vida e trabalho sem educação é doença. É demência. É contradição.
Governo sem educação, gestão sem educação, saúde sem educação, educação sem educação, universidade sem educação permanente são o mesmo que água parada. Estagnação. É agonia. Epidemia que se alastra nas incertezas e ruínas de uma tal burocracia.
Aquecimento global? Escola que não promove autonomia? Universidade só para distribuir canudo e que nada mais anuncia? Corporativismo que só vislumbra a conquista de melhor salário! Mas que inclui muitos itens no compendio panfletário! Pena que tudo termina com a conquista do item salário.
Esta educação precisa de um norte, de um rumo, de um aprumo para sair da letargia e beber da fonte emergente, que no educador se faz latente, inerente ao amor e a vida, ao tempo e a história coletivamente construída.
Que fonte é esta de possibilidades infinitas? O que é? O que é?
É o saber de cada um fazendo o saber para todos. É o saber de todos à disposição de cada um. É o permanente movimento da vida desvendando novos caminhos e saberes. São novas linguagens lubrificando as velhas engrenagens. São novas engrenagens decodificando outras linguagens. É o infinito da sensível razão transformando o coração. É o coração humanizando a razão.
Isto é atitude. Que atitude? É a atitude transformadora de tomada de decisão e de converter cada pensamento e cada palavra em ação fermentada de justiça e verdade. É a atitude de mudar de atitude.
É projeção. É amplitude. É foco. É luz. É ação. Transformação. Transformação.
Que fazer para mudar este panorama? A vida, um drama, violência inclemente, a rua tomada de assalto, o medo, grades no corpo e na mente sufocando a nossa tênue liberdade. Isto parece permanente, intocável, que fazer? Diante de tudo que já foi feito, que fazer? Diante do que ainda não foi feito, que fazer? Qual é o nosso desafio comum? Que fazer, para o inédito viável acontecer?
Fazer a imersão no “EU” e no “NÒS” para reinventar, reaprender, desaprender, apreender, refazer, recriar, inovar, reordenar, reorientar.
De gota em gota, de orvalho em orvalho desta fonte vamos beber, com equidade, buscando a integralidade, construindo a universalidade, na diversidade e universidade dos nossos saberes e fazeres para a vida se fortalecer.
Educação superior? A humildade de saber buscar e beber na fonte da educação popular.
A humildade de compreender e reconhecer que existe um notório saber no campus da vida, nas comunidades, nos territórios e lugares.
A coerência e o compromisso de devolver os saberes socialmente construídos por muitas mãos, retalhos de histórias e estórias contadas e vividas fora da academia e, nela, apreendidas, sistematizadas, publicadas nos anais e as vezes, nada mais.
Cadê a devolução? Na forma de projetos de vida?
Somente pela educação permanente dar-se-á a imersão da universidade com esta outra universidade que é a educação popular, como parte de um saber compartilhado de vida. A outra parte é formal, acadêmica, emblemática, científica, certificada, poço de saber profundo. Precisamos pensar a universidade para um novo mundo.
Saberes acadêmico e popular? Vamos juntar as mãos? Vamos beber desta fonte? Vamos fortalecer esta vertente?
E construir passo a passo este caminho. A nova ordem deve ser: tecer a rede da educação popular com a permanente. A paz como devir no presente do futuro da gente. E tudo o que já foi será melhor.
* Educador Popular, Coordenador da COMOV – Comunidade em Movimento da Grande Fortaleza / COMOV – ANEPS – Cirandas da Vida. www.comovbr.blogspot.com – [email protected]
Por Erasmo Ruiz
Grande Elias!!!
Estou muito feliz por ter você agora na nossa rede! E eu como professor recebo a lição do seu texto, e vou lutar todos os dias da minha vida para que a Universidade dos "doutores" possa perceber o que pode ensinar os "doutores da vida", com especialização em luta política, mestrado em organização popular e doutorado em alegria pela vida! Continue sempre sendo você mesmo!!!!! E viva a rima da vida e a vida rimada, com sacrifício, artifício, com a alma lavada ,na alegria sentida, na dor dissolvida…eita vida gozada!!!
Abração companheiro Elias!
ERASMO