Encontro Matricial/Regional/Axial – Síntese da discussão do grupo 4
Reunião do Matriciais – Grupo 4 Participantes: Beth Mori, Erasmo, Laura, Olga e Terezinha Coordenador (facilitar a conversa): Laura Relatoria: Beth Mori Consígnia: Qual é o papel do consultor matricial e sua relação com os coletivos regionais e axiais? O problema foi colocado pela coordenação da PNH: composição e paralelismo da agenda para dentro e fora da PNH e os “especialismos” dos matriciais Este grupo, composto por consultores com diferentes tempos na política, optou por situar historicamente o consultor matricial na PNH. A construção desta política se deu com a presença de profissionais com saberes específicos relacionados a um “SUS que dá certo”, convidados para se tornarem consultores matriciais. Existia autonomia no trabalho dos matriciais (“quem solitava tinha seu apoio”, ou seja, não existiam regionais, consequentemente, seus coletivos) e os atravessamentos ocorreriam muitas vezes sem percepção (análise) dos próprios matriciais. Por outro lado, a atuação destes profissionais trouxe concretude no território através sua expertise (PFST, clinica ampliada, acolhimento etc), mas sempre faltou um desenho, um contorno deste trabalho/uma atuação baseada em plano de trabalho e sem avaliação dos resultados. Matricial lembrava papel de um professor. Espaço acadêmico. Aquele, uma escola, que aprofunda a matriz, temas, disciplinas e traz junto conceitos, um certo tecnicismo, muitas vezes desconhecidos para alguns e que não se articulava com o território. Transformamos-nos em tecnólogos? Insatisfações começaram a ocorrer pela forma que seu apoio era demandado dando a sensação de “instrumento”. O descontentamento de alguns matriciais contribuiu para o “deixar de ser” e permitir que outros sejam. O tempo passou e percebeu-se a cristalização deste não-lugar! Em seguida, conversamos sobre: por onde se dão as pactuações para a presença dos matriciais nos coletivos regionais? O que se percebe é que continua a iniquidade da presença dos matriciais nas regiões brasileiras. Pode-se pensar que há preferências pessoais, de atuação em algum lugar, por não existir prioridades definidas de forma colegiada. A partir de setembro de 2005 iniciou-se o processo interno com a definição dos três eixos temáticos e a composição de instâncias gestoras colegiadas. No entanto, ainda não se conseguiu articular os eixos, territórios e equipes matriciais, e portanto, continua a necessidade de análise de nossas ações relativas a estas questões. Para reflexão no grupo: há processos de matriciamento, totalmente desarticulado do território, que deu certo? Quem tem feito a manutenção da intervenção disparada? O que decorre da ação matricial nos coletivos em que este profissional trabalha? Tratou-se do lugar do GTH como instituído em vez de instituinte. Assim, em que caminhos os GTHs podem ganhar potência, nos espaços da saúde, históricamente autoritário? Falamos do papel do coordenador regional frente à ação matricial: Como o coordenador regional tem se colocado nesta relação quando alguns atravessamentos ocorrem? Alguns consultores têm realizado trabalho remunerado pelo mesmo trabalho que realizam para a PNH, promovido e impulsionado por gestores que querem a humanização, porém com “a sua cara”. Qual é o limite para isso? Vamos estabelecer critérios para tais entradas “por-fora”? Ou estas entradas se farão sempre por dentro da PNH? Existe algun limite ético? O papel do consultor matricial: Proposta de um princípio, o da dissolvência, em consonância com a PNH que luta pela sua dissolvência, a partir de sua apropriação enquanto política pública. Se atuamos segundo princípios da PNH (uma ótica enfatizada pelo eixo 2, o da análise dos processos de trabalhos) não se faz necessário a manutenção exclusiva do especialismo. Entretanto, como trabalhamos com o “SUS que dá certo”, sempre haverá necessidade da entrada de novos conhecimentos. Assim, o desafio é como este lugar será diluído/desfeito e ao mesmo tempo refeito, segundo as necessidades emergentes da PNH, da concretização do SUS, de continuar se renovando. O grupo propõe, ainda, que a entrada de novos consultores seja pelo matriciamento (necessidades específicas), mas que este saber seja diluído num processo a médio prazo (um tempo de um ano como balizador?) e a manutenção do contrato seja pela via da atuação dos principios da PNH/eixo 2. Resumindo, o papel deve se dar na: • formação para dentro (“ensinar” os demais a falar sobre dispositivos especificos) • realização de acordos/pactuação/“colocar em questão” os trabalhos matriciais com os coletivos regionais num encontro de trocas e conversas • intervenção de análise dos processos de trabalhos • criação e fomento de condições de análises coletivas para que a dimensão ética tenha visibilidade • perspectiva do trabalho relacionado ao conceito ampliado de saúde – capacidade de criar novas normas de funcionamento em situações constrangedoras/de adoecimento • dimensão avaliativa do próprio trabalho: colocando-o em análise na dupla/grupo matricial/coletivo regional/nacional Por ultimo, foi percebida a necessidade do engajamento do matricial nos processos de trabalho da PNH pelo coordenador regional e de eixos, mantendo-o informado, chamando-o para debates, participando na elaboração do processo de planejamento, monitoramento e avaliação do plano regional Análise da conversa: boa participação, discussão respeitosa, onde cada um usou seu espaço de fala. A conversa se deu pela articulação da fala de cada um. Temas delicados foram tratados sem explicitar nomes!