Desnudar-se
Estou fascinado pelas novas possibilidades colocadas pela rede humanizasus. O primeiro olhar indica inúmeras formas de utilização dessa potente ferramenta. Mas, talvez, a gente ainda não tenha percebido algo maravilhoso e que implicará na construção de uma espécie de maturidade coletiva. Até o momento nossas avaliações tem sido um tanto “endógenas”. Nossos consensos e discordâncias acabam meio que nascendo e morrendo no coleivo.
Agora, nossas discussões perpassarão outros olhares. Nossos trabalhos serão avaliados criticamente a partir também daqueles que fazem parte ativa dos processos onde nós estamos atuando e mais aqueles que os percebem de longe. Isso significa que, de certa forma, estaremos nos “desnudando”.
Talvez a parte mais difícil da parendizagem de um ator seja o despir-se em público, laboratório tenso pois estamos acostumados a perceber no “despir-se” um ato de intensa intimidade onde expomos nossa vulnerabildade para paceiro(a)s porque constituímos uma relação de confiabilidade.
Hoje estamos nos despindo a incomensurável comunidade de usuários e trabalhadores do SUS. Significa dizer enão que estaremos colocando nossas vaidades a prova. De agora em diante os nossos parceiros terão a percepção de suas vozes – dissonantes ou não com relação ao nossos desejos – claramente postas a nós e ao mundo. Shakespeare pelo seu “Mercador de Veneza” já nos alertava que cada um de nós é um personagem nesse palco imenso chamado mundo.
Agora, chegou a hora de nos despirmos, de perceber que a platéia não ficará só assistindo e/ou participando em pequenos grupos. O palco ganhará a dimensão do mundo…a platéia é o SUS e todo mundo tem que subir nesse palco….e nós temos que atuar mais adentro ainda da platéia.
Grande abraço a tod@as @s companheir@s
ERASMO MIESSA RUIZ Coord da PNH Nordeste II
Por patrinutri
Caros companheiros,
Esta dimensão de arte no sentido de retratar o humano, tão bem apresentada por Erasmo em seu texto, traz para esta rede de fazeres na saúde a inclusão de um aspecto que considero impalpável do humano, uma dimensão mais etérea, que na verdade é o que nos difere dos outros seres e entre nós mesmos.
Como lidar com nossa vaidades, nossas construções pré-concebidas, nossas idéias sedimentadas e nos abrir para inclusões verdadeiras e que nem sempre serão chuvas de pétalas ou tapetes vermelhos estendidos ao nosso ego?
Como lidar com os espinhos, com os desafios, com as posições extremas que significam verdadeiros muros ao nosso fazer diário?
Acho que a rede nos ajudará neste sentido de exercitarmos esta possibiliade de diálogo, este exercício de escuta efetiva.
Grande abraço,
Patrícia Campos Silva
Blumenau SC