Como Nasce um Homem-Bomba?

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Erasmo Ruiz 04/01/2009
Como Nasce um Homem-Bomba?
 
 
 
A criança palestina
vislumbra o futuro
com seus pés
fincados no presente.
No lugar dos brinquedos
a dor viva dos destroços
o espaço do sonho
suprido pelo terror.
Ela pensa no quarto,
no que teria acontecido
com as bonecas
depois que a casa desabou
sob as bombas
dos canhões israelenses.
O mundo em destroços
a perda das bonecas
a morte dos amigos,
tudo configura um mosaico
absolutamente surreal.
Quando não se tem futuro
a morte se presentifica
eis a raiz dos homens-bomba!
Eles existem
porque não existe futuro,
eles são as crianças
que perderam as bonecas
que tiveram as bolas de futebol
estouradas pelas balas.
Eles são o resumo
de uma vida sem chocolate.
Eles são o olhar desalentado
de uma criança sem casa.
 
 
Erasmo Ruiz
 

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6 Comentários

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Por patrinutri

Sanida e loucura
Vida e morte
Homem e Bomba!

Opostos frageis que se explicam, se complicam.

Guerra e paz,
Desejos e obsessões
Explosão!

Razões desencontradas que excedem a racionalidade.

Poesia que se inscreve na dor
Arte que se faz na incompreensão
de um mundo que quer paz!

Patrícia S. C. Silva
Blumenau SC

 

    Por Erasmo Ruiz

    O mais triste disso tudo é qie por trás dos atos de beligerância esconde-se o medo de nunca se ter paz e a ilusão de que ela pode ser conseguida pela força. Esta é a ilusão de Israel hoje, achar que encontrará paz sufocando os palestinos com tecnologias de segurança e matando suas crianças. Bm saber que em meio a esse caos e barbárie vamos mantendo um pouco de sanidade e lirismo. Bj do ERASMO

Por Elias J. Silva

…Que você retrata de forma profunda e nada abstrata.

As guerras são aberrações humanas e mesmo localizadas conseguem encurralar e tornar refém a humanizade toda. De nossa parte, meu caro Erasmo, não podemos nem devemos calar o nosso sentimento de revolta e pesar como toda essa tragédia que reduz os valores humanos a meros conceitos, não praticados, não valorizados e pisoteados pelos sádicos chefes de estados, que são (de) formados na arte da querra e aniquiladores da arte da paz.
Grande abraço, meu caro Erasmo.
Elias 

    Por Erasmo Ruiz

    Muita saudade daqueles dias da Mostra e de nossas conversas. Realmente, a guerra é algo muito triste, bárbaro e aparentemente ilógico. No entanto, quando olhamos essa situação que vive o povo palestino,junto a sensação de loucura vem a indignação. Não dá ara suportar mais o que ocorre ali. Na verdade, não dá mais para suportar o que acontece agora mesmo pertinho da gente. O povo palestino circunda a cidade de Fortaleza, esparaia-se pelo interior e vai parar lá em São Paulo e nos morros do Rio de Janeiro. O povo palestino morre lentamente nas filas das urgências, de fome, de bala, de diarréia. tenho o sentmento que essa luta e essa barbárie não coorre só no oriente médio e, parafrasenado Caetano, chego a conlusão de que Gaza é aqui! Grande abraço do ERASMO

Por jacqueline abrantes gadelha

Erasmo,
Desligo a TV, fecho o jornal, mas não consigo parar de pensar na intensidade dessas dores, na desigualdade inescrupulosamente escancarada! As imagens de meninos que correm para catar estilhaços de foguete e colecioná-los, das mães com seus filhos mortos nos braços… Relembrando Bob Dylan: "Quantas mortes ainda serão necessárias para que se saiba que já se matou demais…"
 

    Por Erasmo Ruiz

    Que lembrança maravilhosa e triste. Triste por perceber que a música de Dylan, de poesia tão forte e tocante, não perdeu a sua atualidade. Para os mais jovens que não tiveram ainda o prazer de ver e ouvir Dylan cantando, deixo vídeo e letra, desejando que um dia a música de Dylan seja uma simples reminiscência dos tempos de barbárie. Beijo do Erasmo

    How many roads must a man walk down,
    Before you call him a man?
    How many seas must a white dove sail,
    Before she sleeps in the sand?
    Yes and how many times must cannonballs fly,
    Before they’re forever banned?
    The answer, my friend, is blowin’ in the wind
    The answer is blowin’ in the wind

    Yes and how many years can a mountain exist,
    Before it’s washed to the seas (sea)
    Yes and how many years can some people exist,
    Before they’re allowed to be free?
    Yes and how many times can a man turn his head,
    Pretend that he just doesn’t see?
    The answer, my friend, is blowin’ in the wind
    The answer is blowin’ in the wind.

    Yes and how many times must a man look up,
    Before he can see the sky?
    Yes and how many ears must one man have,
    Before he can hear people cry?
    Yes and how many deaths will it take till he knows
    That too many people have died?
    The answer, my friend, is blowin’ in the wind
    The answer is blowin’ in the wind