Pensando na Morte….
O Sentido do Sentido
Por que a vida
não pode ter a leveza
de uma pintura chinesa?
Supliquei aos Deuses
Por uma resposta
Que tivesse sentido.
Se tudo pertence ao pó
Ao pó pertence
Todo o sentido?
Mas não heveria sentido algum
Se o pó fosse
O portador de todo o sentido.
Enquanto medito
Sobre o sentido de tudo
as formigas caminham
Na parede da sala
Ausentes de sentido.
Não quero guerras
Mas o mundo suplica
Por estradas de revoluções.
Não quero a morte
Mas o poder a constrói
Disfarçada em estatísticas.
E as formigas caminham
Não compraram presentes
No dia dos Namorados.
Suas vidas inscritas
Na plenitude cega
Do código genético.
Estou condenado a ser livre
A buscar sentidos
Em vácuos perpétuos
Ausentes de sentido.
Erasmo Ruiz
Hoje o mundo ficou pequeno. Talvez até pequeno demais. E nele existem muitos lugares que podem ser considerados inóspitos. As vezes, o inóspito pode estar na porta ao lado. Temos um desafio diário de vencer tantas e tantas dificuldades que a vida pode parecer um fardo. As vezes, depois de um dia estafante de trabalho, podemos esmorecer e achar que a problemática da saúde não tem jeito algum. Ai dá uma vontade danada de ser egoista e só pensar no próprio umbigo, afinal, lidamos com dor e sofrimento o tempo todo e a dor e o sofrimento machucam a gente. E ai o desespero aumenta quando pensamos na própria finitude, até porque a vulnerabilidade que lidamos é nossa também, como também é nosso o medo que consideramos ser do outro. Se ese sentimento tomar conta de nós, vale o conselho de Wood Alen quando nos avisa que não podemos levar a vida muito a sério, afinal, ela é uma aventura da qual não sairemos vivos. Independente dos acordos e desacordos que podemos ter a respeito do que vai acontecer depois da morte, temos o dever da celebração do momento da vida. Lutar pela saúde é promover a vida. E pensar na morte nos ensina principalmente isso: a vida é uma dádiva, seja de Deus, seja da natureza. Saibamos aproveitar.
Por Sonia Mara de Fatima Ferreira
É Erasmo, trabalho no caps-ad de Erechim onde estamos frente a frente com a morte, atendemos usuários de muitiplas drogas mas o que nos assusta é a crescente epidemia do crack, cada um é uma história, um motivo, uma familia fragilizada, desestruturada e no centro o DQ. A morte aos poucos,a falta de oportunidades, desigualdades, quantas vezes nos sentimos impotentes, e a cada um que recai, uma incerteza ,angustia, dor, sofrimento para equipe, familia e usuário. Relato MORTE como metáfora, a incerteza do amanhã,é como a letra da musica: Cómo será o amanhã responda quem souber, o que ira nos acontecer……..
O conselho de WOOD ALEM é para ser pensado e praticado ssó nos resta uma certeza á MORTE.