As condições de trabalho da Equipe de Enfermagem
Quem seria responsável pelos acidentes ou erros no desempenho de procedimentos que exigem técnicas e estrutura rigorosas para que a integridade do paciente seja assegurada? Apenas o trabalhador ou também a instituição que fornece condições precárias para o desempenho profissional?
Ministério Público, Vigilância Sanitária, Conselhos de Saúde e Conselhos de outras profissões não tem se omitido quanto a isso. Buscam, na medida de suas estruturas, responsabilizar de acordo com um nexo causal lógico e bem fundamentado. E para atribuir responsabilidades com equidade não é prudente desconsiderar o contexto em que a atividade profissional é exercida, a realidade da demanda, a oferta de mão de obra, entre muitas outras variáveis.
Neste dia, queremos convidar a reflexão. Procedamos ao estudo dos dados estatísticos em saúde para que a qualidade de nossos debates não fique prejudicada e parecendo a disputa por acesso a mais arrecadação. Já que os trabalhadores disponibilizam recursos (de forma voluntária ou compulsória) para serem aplicados na valorização da profissão e na melhoria das condições de trabalho.
Mais segurança e melhores salários são objetivos comuns do sindicato médico e do conselho de medicina, por exemplo. Também com o sindicato dos psicólogos e seu conselho profissional, os fisioterapeutas, farmacêuticos e assim por diante…
Um dos resultados desta postura para os membros destas categorias é que eles tem um salário médio superior ao do enfermeiro (e, em alguns casos, mais de três vezes maior!) considerando um único vínculo empregatício, segundo dados do Ministério da Saúde. Um bom exemplo que não deve ser desconsiderado por dirigentes e conselheiros de uma categoria tão importante como a da enfermagem.
Marco Pires
Quinta-feira, 1º de Maio de 2008.