VI Encontro de Humanização – “Experiências Exitosas de Acolhimento no HC”
O VI Encontro de Humanização do Hospital de Clinicas da UFPR, que aconteceu nos dias 23, 24 e 25 de outubro do corrente ano, teve como tema: “Experiências Exitosas de Acolhimento no HC”. Foi um evento que incluiu não só as experiências de humanização no HC, como também possibilitou a reflexão sobre o conceito de Cuidados Paliativos e seus desdobramentos. Além disso, foi ressaltada a atuação dos terapeutas ocupacionais no contexto hospitalar frente a estes temas. Sendo assim, tivemos neste VI Encontro de Humanização, o I Encontro de Cuidados Paliativos e a I Jornada de Terapia Ocupacional do HC.
A inovação não se limitou a isso. A desejada e necessária aproximação entre gestão e público foi incentivada com a mudança do formato da abertura do evento, cujos componentes ficaram em frente a plateia sem a “tradicional” mesa como barreira.
Claro, “o Cerimonial da Humanização”, só poderia ser desta forma, uma vez que retomamos a Diretriz do Acolhimento, que este ano entrou no Planejamento Estratégico do HC e passou a ser uma Meta Institucional. Um desafio que foi acolhido pelos membros do Comitê que fizeram parte deste momento e estão construindo junto às Unidades este processo.
Bem, voltando ao Evento, na manhã do primeiro dia mostramos a nossa querida “Lika” em seu papel de Consultora da PNH, que fez um enfoque brilhante do Acolhimento a partir da base da PNH e provocou o público com muitas reflexões.
Na continuidade falamos do “Acolhimento às Vítimas de Violência e Programa Mulher de Verdade”, para o qual o HC é referência. As colocações dos palestrantes foram “fortes”, porém esclarecedoras. No que diz respeito à vulnerabilidade e a fragilidade dos usuários que chegam à instituição, afetando também os nossos profissionais, o que nos remete a pensar na necessidade de um melhor acolhimento e maior atenção à saúde destes profissionais .
Bonito foi observar o Acolhimento em todas as etapas do atendimento e perceber que estes profissionais, apesar da pesada rotina que realizam, driblam todas as dificuldades para dar a estes usuários um atendimento digno e respeitoso.
À tarde, com a apresentação de outras experiências preparamos – sem querer – uma Linha da Vida.
Iniciamos com a apresentação do Método Mãe Canguru na Neonatologia, Acolhimento na Hemato Pediatria, Transplante de Medula Óssea, Escolarização Hospitalar, Neurologia com a Visita Aberta e o Serviço Social de Acolhimento ao Luto.
Falamos sobre uma proposta de Acolhimento que vem sendo trabalhada em ações, ainda isoladas, mas que resultaram, em 2010, no V Encontro de Humanização e III Encontro de Tanatologia, na formação de um Grupo de Trabalho de Cuidados Paliativos. Neste período, foi possível agregar profissionais que já atuavam nesta proposta de Cuidado. Desde então temos trabalhado no intuito de formar uma Equipe de Cuidados Paliativos que possa atender a esta demanda no HC.
Todo esse trabalho mostrou a necessidade de sensibilizar a comunidade do HC e da UFPR com relação ao tema, o que resultou no I Encontro de Cuidados Paliativos, inserido no segundo dia.
As apresentações da Dra. Mônica, Dra. Eliane, Dr. Izrail Cat e da Equipe do Hospital Erasto Gaertner trouxeram para nossa comunidade um melhor entendimento sobre este cuidado.
Esses profissionais nos fizeram perceber que temos muito ainda a aprender sobre este especial Acolhimento, que, segundo a Drª Mônica, é considerado um atendimento VIP pelos usuários que não o recebem. Isto nos fez pensar por que todos os atendimentos não podem ser Vips? Por que não podemos trabalhar neste sentido?
Ao final do dia, Dr. Marquetti apresentou o Projeto de Interconsulta em Cuidados Paliativos do HC que, após o treinamento da equipe, deverá iniciar seus atendimentos em 2013.
No último dia do evento mostramos as Experiências da Terapia Ocupacional no contexto hospitalar. Profissionais de várias outras categorias trouxeram depoimentos importantes sobre sua atuação interdisciplinar com o terapeuta ocupacional e ressaltaram a diferença de resultados que o trabalho conjunto proporciona.
Ficou evidente a diferença que a Residência Multiprofissional faz nesta proposta de trabalho coletivo, com projetos totalmente voltados para Humanização.
Enfim… a avaliação que temos do evento é que foi possível perceber que em situações críticas, onde usuários estão mais fragilizados, o trabalho multiprofissional e humanizado faz toda a diferença.
Trabalhamos com propostas de Acolhimento que possam devolver um pouco de alegria, autonomia, dignidade e qualidade de vida aos pacientes e seus familiares. Portanto, esta prática não deve ser exclusiva para os momentos críticos. O atendimento VIP deve acontecer em todos os níveis de atenção á saúde e níveis de proteção.
Parabéns às equipes que apesar dos embates, tropeços e dificuldades são vitoriosas a cada atendimento realizado.
Obrigada por mostrarem que as adversidades são superáveis e que podemos tornar o HC cada vez melhor.