reflexões sobre a saúde coletiva: buscando poros para evitar o modelo da “batata quente”
Olá, pessoal!
Sou terapeuta ocupacional e aprimoranda em Saúde Coletiva….
Na semana passada, uma reunião no Centro de Saúde no qual realizo atividades práticas me causou uma série de impressões e reflexões! Pensei que compartilhar aqui na Rede HumanizaSUS poderia ser uma boa estratégia para "arejar" as idéias e, de quebra, externalizar minhas impressões, por si só, já ajuda a organizar os pensamentos ![]()
O tema da reunião era a "integralidade", mas o primeiro aspecto que me chamou a atenção foi algo que tenho observado desde que "mergulhei" na Saúde Coletiva: a aparência cansada se muitos profissionais (que se explicita nas expressões faciais, nos discursos e até nas metáforas utilizadas durante as falas). O curioso é perceber que tanto alguns profissionais bastante experientes (nossos queridos popularmente chamados "dinossauros" do campo) aparentam descrença e cansaço, quanto os mais novos parcem se "contaminar" quase que imediatamente por este sentimento de desunião, desvalor e descrença na equipe e no próprio trabalho.
Será possível discutir novos caminhos dos cuidados e tarefas da Saúde Coltiva sem pensar em como tirar este "manto negro" que parece encobrir a energia de vida deste campo e "tampar os poros" de sus atores, como se estivsse difícil respirar E transpirar? Nós, recém-chegados na Saúde Coltiva, estamos ávidos para saber: O que havia de especial no passado que pode ser tão diferente do que acontece na atualidade?
Qual era o tmpero que alimentava o "tesão" dos profissionais pelo trabalho que se perdeu? O que falta? O que tem causado este estafamento (aparentemente generalizado) dos envolvidos? Será que foi o olhar das pessoas que mudou? Será que foram os métodos de avaliação das práticas e/ou a percepção das sutilezas e necessidades das pessoas que se afinou e, por isso, os "pontos fracos" e problemas são mais facilmente percebidos? Será que o avanço tecnológico e a ampliação da difusão de informações fez simplesmente com que as pssoas se dessem conta das crises que sempre existiram, mas simplesmente não eram tão evidenciadas???![]()
Talvez, por um lado, esta crise explicite uma ótima situação: a ampliação do acesso à saúde e a validação de pessoas antes excluídas como SERES HUMANOS de direitos (como as pessoas com deficiência, pessoas sem trabalho formal, mulheres, idosos etc)! Será que a sensibilização para as necessidades destas pessoas e a reconstrução do olhar (mesmo que ainda permeado por desigualdades, estigmas e outros atravessamentos) simultaneamente ampliou a demanada nos serviços e causou afetações importantes nas pessoas que compõem o quadro de trabalhadores da saúde (que, em sua maioria,são pessoas de determinada classe social, com um determinado arcabouço cultural etc)!? Será que questões transferenciais e contra-transferênciais também não estão sendo alteradas rapidamente no contexto atual?
Como a chegada de pessoas com situações tão peculiares e difíceis de vida estão afetando estes trabalhadores e causando afetos, sensações de impotência (e, muitas vezes, ilusão de onipotência) etc? Como CUIDAR destes trabalhadores para também fortalecê-los? Como todas estas questões influenciam (são produzidas e produtoras) daquele tal "manto negro"? Como é possível integrar e refletir sobre todas estas questões sem deixar de lado o caminho trilhado pelas Políticas Públicas brasileiras, as mudanças da sociedade atual, as questões individuais e coletivas e as milhares de outras variáveis contextuais? Como nós, recém chegados na área e sedentos para ajudar a pensar novas possibilidades podemos ajudar a colorir o "manto negro", sem uma pressa que angustie e nem uma calma que paralize?? E sem sermos tomados por pessimismo?
Bom, me parece que o modelo de intervenção da área tem sido, muitas vezes, o da "batata quente"………importa mais saber de quem é a rsponsabilidade pelo caso ou por um acontecimento ( à semelhança do "comigo não morreu" nas brincairas infantis) do que o da cooperção corsponsabilização (e realmente enxergar o colega como um parceiro, não como um rival)……no qual, como em um caleidoscópio, cada peça não faz sentido sozinha, mas é fundamental para formar a imagem e esta, por sua vez, pode se rearranjar milhares de vezes, de acordo com o movimento exigido!
Por sorte, certamente tem muita gente que ainda consegue acreditar na potência deste campo! o HUMANIZASUS evidencia isto!
Então, peço a ajuda de vocês……
Beijos a todos!

Por Angela Vaz7
Sou enfermeira e sociologa,enfermeira quase 23 anos,apesar que não fiquei parada no tempo estudo até hoje.
Sou apaixonada pela profissão,devido que tive escolha em segui-la.Mais,o que relatou já foi percebido por mim.
Algum tempo,percebendo tais atitudes,fiz um questionario e os funcionários relataram fatos:Como dupla jornada de trabalho,respeito entre supervisores,falta de incentivos para carreira até materiais ruins foram relatos,stress com a carga de trabalhos etc.Mais,vejo um grande avanço, você como profissional está preocupada com os funcionários espero sucesso para tais preocupações e que a instituição que representa possa dar todo o seu aparato.Pois,sabemos um grande números de funcionários da área de saúde tem adoecendo constantimente e sendo afastado de suas funções.