RODA DE CONVERSA NO PSF SANTA LUZIA COM RESIDÊNCIA MÉDICA

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No dia 04/12/12 reunimos os médicos residentes em saúde da família (Dra Fanir, Dr Helizandro, Dra Simone, Dr Javier, Dra Elizabeth e Dra Deyse), assessoria de humanização e trabalhadores do PSF Santa Luzia para realizar uma roda de conversa, no quintal da unidade, à sombra de uma árvore. Essa roda itinerante vem ocorrendo  em todas as unidades dos médicos residentes, como parte da proposta do curso e da parceria com a PNH para discutir a proposta do Acolhimento com Classificação de Risco-ACCR  e Agenda Aberta.

Iniciamos com uma rodada de apresentação, e na seqüência a Dra Deyse que é médica da unidade fez um resgate de reuniões que já haviam sido realizadas para tratar do tema. Entre os temas tratados tivemos a Política Nacional de Humanização e o ACCR.
Quando perguntado o que mudou na UBS depois dos encontros, foi relatado que a unidade já esta trabalhando com a Agenda Aberta, que os agendamentos não são mais realizados por ciclo de vida (criança, idoso, mulher, jovem, etc.), o que tem sido bem aceito pela comunidade, pois agora não limita em um ou dois dias na semana para atender as crianças por exemplo. Deyse falou que estão divulgando o novo modo de fazer da unidade, que ainda é recente, mas que as pessoas estão gostando. Além disso, a unidade esta em fase de estudo e capacitação para poder iniciar o ACCR.

Na seqüência, com objetivo de promover uma troca de experiências, houve relato da Dra Fanir do PSF Centenário, sobre como tem funcionado o ACCR naquela unidade. Fanir fala da experimentação, e que isso é constante, pois o Acolhimento é uma escuta permanente dos usuários, e que todo dia pode aparecer uma situação que não estava prevista, daí a necessidade de estar sempre reavaliando o processo. Falou ainda, da aceitação dos usuários do Centenário ao novo modelo, e do estranhamento de alguns em entender que não é “por vez de chegada”, e ainda que outros que questionam “por que só nessa unidade é assim?”.

Ricardo, o diretor do PSF Santa Luzia, falou que já havia buscado saber como estava funcionando o ACCR em outras unidades, e que já combinou com outra diretora de visitar a UBS e ver o processo em andamento. E que tem muita vontade de ver isso acontecendo no PSF em que trabalha.
Uma trabalhadora da unidade traz a questão de que alguns usuários não querem se consultar com o médico do PSF de onde mora, e que busca outra unidade, como o Santa Luzia, e o que fazer quanto a isso? Como o ACCR pode ajudar? Foi esclarecido pelos demais que as pessoas podem ser atendidas, só terá que ser esclarecido em relação ao acompanhamento da família, que só será feito pela equipe do bairro dele, e o ACCR é um momento em que podem ser feitos esses esclarecimentos.

Dra Simone, do PSF União, explanou sobre a experiência da sua unidade, que são 2 equipes, e enquanto o Santa Luzia recebe cerca de 22 pessoas buscando atendimento por dia, lá são mais de 50, mas mesmo assim melhorou muito em 2 meses com o ACCR, que a comunidade sentiu a diferença e gosta da nova proposta. E agora no Santa Luzia o desafio é preparar a equipe e definir funções.

Aproveitando uma pausa, a assessora de Humanização Lucimara, expôs sobre a Cartilha HumanizaSUS na Atenção Básica, no item que trata “Como?Por onde? Que tensões e possibilidades podemos criar?”, que aponta que são tantos os desafios para transformar as práticas e diminuir a fragmentação, além de incluir os usuários, que a PNH aposta na construção de uma “zona de comunidade” de produção do comum, através da criação de espaços coletivos, espaços de encontro. Aproveitando para falar que há 5 meses quando estivemos na unidade, os trabalhadores haviam constituído um GTH, e como estava esse grupo? E que era muito importante a inclusão dos usuários. Os presentes disseram que o grupo estava parado, e foram convidados a reativar esse espaço potente.

Surgiu ainda o questionamento sobre o foco da Atenção Básica, que deveria ser a promoção e prevenção de saúde, como diminuir o foco no atendimento médico através do ACCR? Dra Dayse explicou que faz parte do projeto a implementação dos grupos operativos (hiperdia, idoso, gestante, crianças, etc.) através da Educação Continuada, e ir tirando as pessoas das filas de atendimento, quando começarem a freqüentar os grupos.

Foi falado sobre as diferentes estratégias que podem ser utilizadas para fazer o ACCR, com o envolvimento de todos na unidade, a alternância dos profissionais da equipe para que não fique centrado em uma só pessoa ou categoria, e que quando estas não estão o Acolhimento não é feito.

O encontro foi finalizado com o compromisso de criar uma agenda permanente para tratar do tema para auxiliar a equipe no processo. E a direção convidou a todos para um lanche.