Quatro temas conduziram a discussão durante o Seminário Norte de Humanização
Para facilitar a interação e troca de idéias durante o Seminário Norte de Humanização, os participantes se agruparam em quatro grupos de trabalho a partir de quatro temas distintos, mas complementares: formação, produção de saúde em rede, humanização e transversalidade e participação dos usuários e movimentos sociais na produção em saúde. O debate simultâneo ocorreu em dois períodos para que as pessoas tivessem a oportunidade de debater na tarde do dia 20 sobre um tema e na manhã do dia 21, outro a sua escolha.Esta aposta foi importante para que a discussão não ficasse pulverizada em várias temáticas, mas centrada no que é relevante para a região norte de acordo com Célia NIcollotti, referência da região norte no Núcleo Técnico da PNH em Brasília – DF.
A última parte do evento foi reservada para o debate em plenária com todos os participantes, a partir da apresentação das discussões em grupo. Entre os encaminhamentos importantes, está a proposta de realização de um evento sobre pesquisa e formação na região norte, a necessidade de aproximar ensino e serviço, o incentivo às rodas em cada território, a importância da capacitação para atender às diversidades culturais e também o fortalecimento da divulgação das experiências exitosas e do funcionamento do SUS. A comunicação foi apontada como parte essencial da humanização do SUS, seja na utilização de tecnologias para divulgar as atividades (como a Rede HumanizaSUS e os e-mails), mas também na renovação das formas de comunicação, pois não basta só enviar informações, cartazes aos serviços de saúde se eles não estão lá.
A coordenadora regional da PNH Teresinha Moreira, que foi a precursora da humanização na região norte e durante vários anos coordenou a PNH na região foi homenageada pelo grupo. Ela atualmente coordena a PNH em Minas Gerais e devido a um problema de saúde não pode participar do Seminário mas foi conectada ao evento por telefone e deu seu recado, que emocionou o grupo.“ Trabalhador, usuário e gestor, temos que nos movimentar mesmo em meio à adversidade”, afirmou ela.
O coordenador da PNH Gustavo Nunes de Oliveira falou sobre a necessidade de que as pessoas se sintam pertencentes do SU, mudando a percepção que elas tem sobre o SUS. Ele também alertou que é preciso buscar formas de sustentar as experiências de humanização, dando visibilidade a elas e pediu que os participantes garantam sua presença nos eventos estratégicos. Ele avalia que o evento foi marcado pela inclusão e formação de redes. “Houve uma participação aquecida dos usuários, trabalhadores e gestores, que dialogaram e puderam ter suas falas acolhidas”, disse.
Observação e análise
Os grupos contaram com a participação de consultores da PNH na função de observadores – analistas, que ao final da plenária relataram ao grupo suas impressões. O coordenador da Rede HumanizaSUS Ricardo Teixeira elogiou o empenho e envolvimento dos grupos mas colocou uma “pedra no sapato”. “Como será o day after? É o que quero saber, como vamos agir nos próximos dias após o encontro?”, indagou ele referindo-se ao fato de que é preciso agir diferente nos serviços, a partir do evento. O apoiador da PNH no estado de São Paulo Ricardo Pena falou sobre uma antiga crítica ao coletivo norte. “Falavam que o norte era só formação, mas hoje vejo que isso foi importante para que hoje tenhamos coletivos de humanização em todos os estados”, disse. O Seminário mostrou que os que aqui estão tem feito conexões interessantes para o trabalho da humanização. O ex-consultor da PNH Bruno Mariani não é possível formular políticas e planos para as pessoas sem incluir as pessoas. “Não faz sentido falar de saúde indígena sem o índio, ” disse.
A coordenadora da PNH na região norte Alexsandra Cardoso avaliou que o evento foi positivo, com objetivos atingidos. Segundo ela, o grupo experimentou a inclusão, que muitos talvez tenham visto só na teoria até então . “Tivemos a Secretaria Estadual e Secretaria Municipal de Saúde e a Universidade Estadual como parceiros em toda a concepção do evento. Além disso, nos aproximamos da educação popular e as discussões não ficaram só na queixa, mas pudemos propor pautas para o Seminário Nacional de Humanização”, disse. O coletivo da PNH na região norte vai se centrar agora na produção de artigos científicos que relatem as diferentes experiências de apoio institucional na região, bem como no suporte à produção de material audiovisual pelo grupo EnCena, que participou da cobertura audiovisual do evento.
Para o apoiador da PNH nos estados de Tocantins e Roraima, Jamisson Nascimento, a expectativa foi atingida. Segundo ele, o evento foi programado de acordo com as necessidades do território, e isso facilitou para que as pessoas se sentissem acolhidas e à vontade para participar. “Os participantes puderam repensar o seu trabalho em saúde e nós, consultores da PNH, também repensamos nossas prioridades de trabalho a partir de tudo que ouvimos dos participantes, por exemplo, os pedidos de participação mais ativa do usuário nas discussões da PNH e a partir das redes.
Estao previstos ainda para o primeiro semestre de 2013 os seminários da PNH nas regiões centro-oeste e sul do Brasil.
A cobertura completa com o conteúdo do evento na íntegra (áudios) e a galeria de fotos do Seminário Norte de Humanização você acompanhará em breve na Rede HumanizaSUS.
Por Maria Luiza Carrilho Sardenberg
daqueles que reativam as forças desejantes que, como disse nosso querido Ricardo, intensificadas, reverberam pelos dias seguintes…
avante Amazonas!
Iza