Um outro olhar – Evgen Bavcar – um exemplo de texto cartográfico

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gustavonunesoliveira 24/03/2013

Olá apoiador@s!

Alguns de vocês solicitaram um texto sobre cartografia, para facilitar o entendimento do roteiro da etapa 1 do projeto. Atendendo a esses pedidos, trago aqui uma oferta inicial. Um pequeno texto de Evgen Bavcar é fotógrafo, escritor e filósofo esloveno naturalizado francês. Cego desde os 12 anos, vem desenvolvendo um trabalho sobre o estatuto da imagem na conternporaneidade.

Bom e rápido de ler, Bavcar nos leva em uma incursão ao mundo da imagem, visão e modos de ver, conceber mundos e existências. Reparem como ele escreve, como lança mão de teorias, narrativas e vai mapeando seu objeto – o estatuto da imagem. Esse é um texto-cartografia e não um texto que fala de cartografia!

Sugiro que quem fizer o exercício de leitura, comente como foi, formule algumas questões para dialogarmos e a partir dessa conversa, poderemos indicar mais outros bons textos sobre o tema.

Para entrar na conversa é só fazer o download do texto, ler e comentar este mesmo post.

Espero que gostem!

Abraços,

PS: por favor não divulguem o texto, pois trata-se de uma digitalização disponibilizada apenas nesse espaço, com objetivo de formação. A referência bibliográfica completa está ao final do texto. Livro que gosto muito. 

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8 Comentários

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Por Pedro Ivo Yahn

gustavo…valeu pelo texto…bacana!!!!

Cátia vc conhece este texto???

    Por catia martins

    O pedro, ainda não, mas fiquei beeem interessada. Vou lê-lo e volto para conversarmos. abraços, Catia

Por nayara.vieira

Gustavo, bom dia!

Li o texto postado e achei muito interessante, porém, continuou abstrato algumas questões de como deverei escrever, visto que o nosso universo é um pouco mais "palpável" que o "visível e invisível". Então busquei na internet alguns modelos de cartografia na área da saúde para ver se clareavam as minha dúvidas. Achei vários, alguns pais parecidos com um "relatório" mesmo.

Deixo um link de um deles aqui (https://voticscxs1.otics.org/trabalhosredeunida/resumos/RE1169-2.pdf). Se possível, gostaria que desse uma olhada e me orientasse se é mais ou menos assim que deve ser.

Desde já agradeço.

Att

 

 

Por alana.bispo

Gustavo !

Li o texto e me encantei com ele, acredito que ajudou muito no sentido de me despir de qualquer olhar ja formado com as minhas impressões.Percebi o quanto é importante olhar além de ,recomecei minha cartografia não tão formal quanto a iniciei , mas com um cuidado maior em descrever realmente o que for importante para este processo de construção.abraço

Att,

Alana 

 

Por gustavonunesoliveira

Agradeço as contribuições de Alana e Nayara,

Cara Nayara,

A cartografia mais ao modo da territorialização da saúde da família pode ser sim um começo. Se essa for uma entrada mais aprazível, vc pode iniciar por aí.

O texto que vc compartilhou trata da cartografia como algo correlato ao que se denomina na saúde da família por territorialização. A descrição dos equipamentos sociais de um território, a distribuição dos serviços, as redes que se conectam com a da saúde no território, pode ser um dos mapas que nos interessam no contexto do apoio na saúde indígena. Mas essas informações em si mesmas não acrescentariam muito para o entendimento dos fatores determinantes da mortalidade infantil e dos processos de qualificação da informação e investigação de óbito. Se vc procurar os relatórios, planos e documentos dos últimos 2 anos do DSEI, muito provavelmente encontrara essas informações catalogadas por alguém.

A proposta da cartografia no contexto desse projeto é que vc Apoiadora, de forma coletiva com sujeitos aí do distrito, construa um material – texto – que nos permita uma "visão mais de dentro" dos processos mais qualitativos que estão determinando essa mortalidade e as dificuldades de notificação e investigação de óbito. O texto até pode ter formato de "relatório", mas se ele apenas tratar dos fatores gerais que determinam mortalidade, nao acrescenta nada de novo. É cartografia se puder revelar o que acontece singularmente em cada território…

Será que aproximamos mais? vamos conversando mais que as coisas vão clareando. Esse é o exercício…

abraços

 

    Por nayara.vieira

    Gustavo,

    Entendo a necessidade de fazer este trabalho qualitativo e que isto é o diferencial da função apoio. Estava em dúvida de como juntar este qualitativo e o quantitativo, os dados em si. Já havia procurado alguns outros textos para ter uma idéia, pois a forma "cartografia" é nova para mim. Mas lendo tudo, e suas contribuições no post, entendo que na verdade é tudo mais simples do que pensei, nada tão novo assim. Tenho alguns textos escritos que juntam dados qualitativos e quantitativos, nunca os fiz pensando na modalidade cartografia, mas sempre destancando os permenores, muitas fezes desapercebidos, que contribuem para aquela realidade epidemiológica. Acredito que é mais ou menos isto, certo?

    Penso em começar meu texto, sem me prender muito a um "formato", e ir lapidando, acertando junto com as referência técnicas, isto é possível, correto?

    Abraços

      Por gustavonunesoliveira

      É exatamente isso Nayara! Vamos experimentar iniciando com os registros, dados, anotações, diagnósticos e observações e vamos lapidando. É nesse captar do "desapercebido" que vamos compor algo mesmo de novo.

      abraço

Por catia martins

 

Olá pessoal, bom dia!

Só agora pude voltar pra conversa…

Gustavo, que sugestão certeira! excelente!!!!!!! obrigada!

Não conhecia o texto de Evgen Bavcar, mas já conhecia o ousado trabalho deste fotógrafo. Vcs já viram o documentário "Janela da alma", de João Jardim e Walter Carvalho? Lá Evgen conta como ficou cego e começou a fotografar. Vale a pena!  

Dentre as muitas conversas que o maravilhoso texto provocou em mim, gostaria de levantar dois pontos. Primeiro, a lembrança de que não estamos sós merece destaque neste momento, nesta parceria entre a SESAI e a PNH. Como diz o fotógrafo logo no início do texto: "vc sabe, minha situação seria insuportável se você e tantos outros iguais a mim não existissem". 

O segundo ponto que também está relacionado a isso, é sobre o Apoio. Tenho aprendido que fazer Apoio para ampliar a capacidade de olhar e intervir em realidades tão cruéis como as nossas, precisar ser/nos convoca para uma tarefa coletiva. Ao produzir e experimentar espaços coletivos, apostas da PNH e do Apoio, vamos  encarando as nossas várias cegueiras para enxergar pra'lém do que se vê.  

Vamos conversando… um abraço, Catia