“Não devemos ficar na impotência nem na onipotência”
"Não devemos ficar na impotência nem na onipotência. É preciso buscar onde podemos agir dentro do SUS"”
Esta frase, dita pela arquiteta Flávia Barros, traduz o desafio que a Formação de Apoiadores em Ambiência na Saúde propõe.
Uma iniciativa da Política Nacional de Humanização em parceria com o QualiSUS – Redes, a primeira etapa dessa Formação aconteceu de 02 a 05 de abril em Brasília-DF e reuniu engenheiros e arquitetos de todo o Brasil selecionados pelo Ministério da Saúde para qualificar os espaços no SUS.
Flávia é apoiadora pedagógica do curso, juntamente com a assistente social Vera Figueiredo e o trabalho delas consiste na orientação e acompanhamento dos apoiadores e formadores, fomentando os trabalhos em grupo e incentivando a inclusão de gestor, trabalhador e usuário nas discussões sobre a ambiência.
Participam do curso 60 arquitetos e engenheiros de todo o país e além deles, onze trabalhadores que atuam nestas áreas no Ministério da Saúde em Brasília. O coordenador nacional da PNH Gustavo Nunes de Oliveira, participou da primeira etapa da Formação e avalia que a proposta favorece e potencializa a relação interfederativa. “ O curso tem representantes de municípios, estado e governo federal trabalhando juntos, problematizando juntos os espaços do SUS, e isso é inédito”, disse.
A metodologia de Formação – Intervenção proposta pela PNH, alia o conhecimento teórico à prática em algum serviço de saúde específico. Cada aluno é responsável por um Plano de Ação em seu local de atuação e todos são agrupados em oito Unidades de Produção de acordo com a sua proximidade geográfica. Juntos, eles discutem os desafios, trocam experiências e propõem soluções para os espaços. A expectativa é que esses Planos de Ação se concretizem para viabilizar a implementação das redes temáticas do Ministério da Saúde em todo o país ( Rede Cegonha, Rede de Urgência e Emergência, Rede de Atenção Psicossocial, Rede de Atenção à Pessoa com Deficiência, Rede de Atenção Básica ).
Mas essas Unidades de Produção não caminham sozinhas! Quem vai apoiar esses apoiadores ao longo do curso são os Formadores em Ambiência, oito profissionais também selecionados pelo Ministério da Saúde no fim de 2012, sendo um para cada Unidade de Produção. “Auxiliamos os apoiadores nessa novidade que é a formação – intervenção pois muitos dos profissionais ficam restritos aos escritórios, distantes das unidades de saúde que são os cenários de intervenção e é preciso redirecionar o olhar. Não se pode trabalhar no curso no ‘piloto automático’”, afirmou a Formadora Marília Pitta, com experiência de mais de 30 anos na arquitetura na área de saúde e atualmente trabalha na Secretaria Estadual de Saúde da Bahia.
Ao longo dos quatro dias, a programação do curso variou entre rodas de conversa das Unidades de Produção e palestras sobre a PNH, o método de formação-intervenção, o apoio institucional no SUS, ambiência, as redes temáticas do SUS e a Rede HumanizaSUS, na qual os participantes vão divulgar suas experiências ao longo do curso.
“No curso não cabem ouvintes, todos os selecionados são protagonistas e trocam informações e vivências do SUS, o que enriquece as discussões”, disse Barros.
A coordenadora de Ambiência na PNH Mirela Pessati espera que os arquitetos e engenheiros tenham sido contagiados pelo referencial de ambiência da PNH e comecem a reposicionar sua função como arquitetos na área da saúde.
A próxima etapa presencial da Formação de Apoiadores em Ambiência na Saúde será no início de maio. Até lá, os participantes da formação tem textos de apoio para leitura e discussão virtual, bem como devem começar a pensar seus Planos de Ação .
A Formação de Apoiadores em Ambiência na Saúde foi transmitida ao vivo pela RHS. Em breve, todos os textos discutidos pelos participantes do curso bem como os vídeos estarão acessíveis na Área PNH na RHS.
Por luisalvaro
Como participante do curso, o que vislumbro é a inovação, sair da mesmice e a busca de qualificação do espaço num conjunto de todos os atores envolvidos, este é o desafio, quebrar protocolos, assim eu penso.