DIÁLOGO EDUCAÇÃO-SAÚDE-COMUNIDADE E POSSÍVEL INCLUSÃO DE DEMANDAS DE ATENDIMENTO ESCOLAR NO CONTEXTO DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE MENT
VI CONGRESSO INTERNO DO INSTITUTO PSICOLOGIA DA USP
DIÁLOGO EDUCAÇÃO-SAÚDE-COMUNIDADE E POSSÍVEL INCLUSÃO DE DEMANDAS DE ATENDIMENTO ESCOLAR NO CONTEXTO DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE MENTAL
Marcius Vinicius Gonçalves Correia
Contato com o autor: [email protected]
Orientadora: Profa. Dra. Ronilda Iyakemi Ribeiro
Programa de Pós-Graduação: Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano
Nível do trabalho: Doutorado
Introdução: Nos contextos de debates sobre “Interação entre Sistema Único de Saúde (SUS), Escola e Comunidade” e sobre “Medicalização da Educação e da Sociedade”, esta pesquisa-ação, cujo foco é a queixa escolar, vem sendo desenvolvida no Parque Peruche (Casa Verde, Zona Norte de São Paulo, SP), num universo integrado por organizações de saúde e de educação – EEEF Ary Barroso, Casa da Criança Santa Olímpia (ONG), UBS/AMAE-Parque Peruche – e por famílias usuárias desses equipamentos. Alinhados com a posição assumida pelo Fórum Medicalização da Educação e da Sociedade, adotamos como referencial teórico a produção de Enrique Pichón-Rivière, José Bleger e Marilene P. Souza. Objetivos: (1) descrever a estrutura e dinâmica de interações estabelecidas intra e interinstitucionalmente nas organizações que compõem o universo de pesquisa e explorar possíveis formas de otimizar tais relações, a fim de promover Saúde Mental Escolar; (2) fomentar o debate e propor a viabilidade de inclusão de demandas de atendimento escolar no contexto da Vigilância em Saúde, buscando explorar possibilidades de adaptação de procedimentos adotados nos chamados “grupos de risco” ao segmento populacional constituído por crianças com queixa escolar e (3) gerar subsídios para a formulação de políticas públicas propiciadoras do reconhecimento de corresponsabilidades sociais relativas à saúde escolar. Método: Estudo de caso único, por meio de um procedimento que inclui (1) o registro cartográfico de cada instituição e do fluxograma de comunicação estabelecida nas instituições e na rede social por elas constituída e o (2) registro do percurso de um indivíduo nessa rede de relações – acompanhamento longitudinal de um caso exemplar, selecionado de um conjunto de 29 crianças com idade entre 9 e 11 anos, que apresentam queixa escolar. Além da observação participante e de entrevistas realizadas com as crianças, individualmente e em grupo, são realizadas reuniões semanais do grupo de pesquisa (GP-Peruche) e reuniões mensais da Rede Social Peruche, constituída há quatro anos. Resultado parcial e discussão: Até o momento, foram promovidos encontros entre as lideranças, com o objetivo de identificar a estrutura e dinâmica das relações e de favorecer o diálogo interinstitucional. Considerações Parciais: Por tratar-se de pesquisa iniciada há pouco mais de seis meses, os dados reunidos até agora têm servido, principalmente, de norteadores para a definição das etapas seguintes. Pode-se contatar, entretanto, que o denominador comum das interações interpessoais e interinstitucionais já estabelecidas é um notável impulso solidário e uma forte tendência à busca coletiva de soluções para os entraves de comunicação que, pouco a pouco, vão sendo evidenciados.
Por Maria Luiza Carrilho Sardenberg
Esta pesquisa é muito benvinda à cena da relação entre clínica psi e espaço escolar.
O que vemos hoje é uma responsabilização das crianças por seus "problemas de aprendizagem", sem que se contextualize o que se passa no espaço escolar e sem uma importante cartografia do que é a infância contemporaneamente.
"Entraves de comunicação" entre todos os atores deste processo é o que mais se vê, além das investidas nada inocentes da produção de novas "doenças", como a dislexia generalizada e o nefasto TDAH ( Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade ). O Brasil é o segundo país em vendas de methylfenidato ( ritalina ).
Poucas análises ressaltam que a infância se constitui de outro modo atualmente. A vida das crianças mudou depois da chegada dos dispositivos computacionais à cena.
"Escolas analógicas, crianças digitais", disse alguém muito apropriadamente uma vez. Como integrar as crianças desta geração a uma escola que não se revoluciona e repete um paradigma ultrapassado no ensino?
Gostaríamos muito que vocês pudessem alimentar este espaço com as produções da pesquisa no decorrer de sua realização.
Iza Sardenberg
Coletivo de editores/ cuidadores da RHS