Minha primeira experiência
Chegando ao meu município, após o 1º encontro do Curso de Apoiadores Temáticos em Ambiência (Brasília), procurei meu gestor para explicar o meu novo olhar sobre os projetos de estabelecimentos de saúde e a concepção de co-responsabilidade na elaboração dos mesmos. E falei da importância de se ouvir principalmente os usuários dos serviços de saúde, assim como os trabalhadores. “-Como assim?”, questionou meu gestor. “-Desse jeito nós vamos ultrapassar os prazos e perder muitos projetos!”. Argumentei, baseado nas leituras da PNH e nas discussões do nosso primeiro encontro, que o processo de co-participação (gestor, trabalhador e usuário) bem articulado qualifica estes projetos e, com união destas forças, os encaminhamentos são mais transparentes, com cobranças da sociedade, o que pode resultar em celeridade, ao contrário do que se imagina.
Saindo dali fui ver como estava o projeto do CER (Centro Especializado em Reabilitação). “-O projeto está bem adiantado e vamos fazer uma reunião daqui a 3 dias na sala do secretário adjunto” – disse-me uma coordenadora. Pedi para conhecer a sala para ter uma idéia do formato da reunião e fiquei surpreso: tratava-se de uma pequena sala no andar superior com acesso único através de escada. “-Como?” A reunião era para discutir um projeto de reabilitação física (cadeirantes) e deficiente visual e estava marcada para ser realizada em numa sala com acesso por escada? Articulei de imediato a mudança do local da reunião para uma sala mais ampla, no andar térreo e de mais fácil acesso. E procurei ampliar a participação de usuários e/ou seus representantes. Conversei com a arquiteta autora do projeto e resolvemos fazer a projeção do projeto (datashow) em AutoCAD, permitindo assim visualizar todos os ambientes e possibilitando interferências dos participantes. E assim foi feito! Numa roda de conversa, cada ambiente foi vivenciado pelos participantes que apresentavam suas experiências e questionamentos. Ao final, como todos (13 participantes) ficaram satisfeitos com o resultado deste trabalho, resolveram oficializar este momento assinando uma lista onde declaravam sua aprovação ao projeto (Este fato não estava previsto para esta reunião!). No outro dia procurei meu gestor e lhe contei sobre a reunião e seu resultado:
“-Então … eu não lhe falei que é possível conciliar transparência, envolvimento, co-participação… com orçamentos e prazos!”, disse-lhe, contente pelo resultado alcançado, mas antevendo muito trabalho pela frente…
Por Simone Prado
Muito Feliz Paulo por sua iniciativa e pela importancia dos seus resultados na qualificação da arquitetura em saúde no seu município.
Parabéns !!!!